sexta-feira, 22 de março de 2013

INDÍGENAS EXIGEM QUE SEUS DIREITOS SEJAM RESPEITADOS


Mandado de segurança impede entrada da Polícia Militar no antigo Museu do Índio

  • Apesar de decisão judicial, indígenas permanecem na Aldeia Maracanã nesta sexta-feira Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo
Apesar de decisão judicial, indígenas permanecem na Aldeia Maracanã nesta sexta-feira. Pablo Jacob / Agência O Globo
RIO - Representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) chegaram ao antigo Museu do Índio, na Zona Norte do Rio, com mandados de segurança, de uma ação popular, impedindo a entrada dos policiais militares no prédio. O documento foi concedido pelo desembargador Mário Robert Mannheimer. No entanto, a Secretaria de Assistência Social nega a informação. O clima é de tensão na Aldeia Maracanã, na manhã desta sexta-feira. Policiais do Batalhão de Choque (BPChoque) lançaram bombas de gás de pimenta contra uma manifestante que queria entrar no museu. Ela estava do lado de fora do prédio e tentou pular o muro do espaço. Com isso, houve novo tumulto. Cerca de 30 homens da Polícia Militar estão posicionados no entorno do antigo Museu do Índio para tentar conter os manifestantes.
Mais cedo, os indígenas que estavam negociando com representantes do governo do estado saíram do muro do museu e estão dentro do prédio. Eles conversavam sobre a transferência provisória da Aldeia Maracanã para um terreno em Jacarepaguá, na Zona Oeste. Ainda não há informações sobre a negociação. Por volta das 7h40m, dez ocupantes do espaço deixaram o local, espontaneamente. Uma escada foi colocada no muro do museu para facilitar a saída do grupo.
Os indígenas que vivem no casarão em ruínas do Maracanã reuniram-se na quinta-feira e redigiram sua proposta para sair espontaneamente do local. O grupo quer do governo do estado uma garantia de que o imóvel será recuperado e será usado exclusivamente para a promoção da cultura indígena. Uma comissão escolhida durante a reunião seguiu para a Secretaria estadual de Assistência Social e Direitos Humanos para apresentar a proposta.
Mais cedo, o secretário estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, Zaqueu Teixeira, apresentou uma nova proposta como ultimato para a saída pacífica do grupo do imóvel. O órgão identificou três terrenos, um em Bonsucesso, outro em Jacarepaguá e o terceiro no Maracanã, como opções para a construção de um local para abrigar provisoriamente o grupo de 22 pessoas, até que esteja pronto o Centro de Referência da Cultura Indígena, na Quinta da Boa Vista.
A proposta do grupo, assinada por todos que vivem no local, prevê a utilização do casarão como uma embaixada indígena em pleno ambiente urbano, aberta a todas as etnias existentes no Brasil, como um espaço para mostrarem sua cultura e realizarem intercâmbios de conhecimento.
O grupo afirmou que sairá imediatamente do local se o governo aceitar a proposta e apresentar garantias de que ela será respeitada. Os indígenas pediram, ainda, que um especialista vá ao prédio para avaliar se existe a possibilidade de se fazer um alojamento provisório dentro do próprio terreno.
Inicialmente, a secretaria havia oferecido acomodação para os índios num hotel da prefeitura localizado na Rua de Santana. Mas eles não haviam aceitado a proposta e pediram a oferta de um local mais adequado à sua cultura.
— Oferecemos tudo para que esse impasse fosse resolvido. Transporte, hospedagem e a construção do Centro de Referência. Essa é a nossa última proposta. Não temos mais o que ofertar. O grupo deve deixar o imóvel comprado pelo governo do estado ainda nesta quinta-feira — disse o secretário, após fazer a nova proposta.
Zaqueu disse estar desapontado com a Fundação Nacional do Índio (Funai), que, segundo ele, apesar de acionada, não teria participado das discussões em momento algum.( Jornal O Globo)



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