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Hasteada, a bandeira criada em 663 indica que o dono está em casa: “Mas não sei o que significa o brasão”, afirma Chiquinho
Criada no ano 663, a bandeira representa a história da família Scarpa, que chegou ao Brasil em 1888. Naquela época, o país era considerado uma terra promissora e o porto da cidade de Santos tornou-se destino de muitos italianos. Em um desses navios, desembarcou Francesco Antonio e o filho Nicolau Scarpa, avô de Chiquinho, homenageado com um busto na praça em frente à casa da celebridade. Apesar de conhecer as raízes de sua família, o conde tem dúvidas sobre o desenho do brasão. “Sinceramente, eu não sei o significado”, revela. O Blog do Curioso procurou o maior especialista em brasões do Brasil, Lauro Ribeiro Escobar. De acordo com as regras da heráldica, ciência que descreve os brasões de armas e escudos, Lauro diz que o símbolo de uma das famílias mais conhecidas do Brasil foi mal produzido. “A primeira regra diz que não se pode colocar cor sobre cor; portanto, o azul-claro não poderia sobrepor o azul-escuro da parede de alvenaria. Também não há cores metais [ouro e prata] no brasão, um grande erro”, Escobar, procurador do Estado aposentado e criador de 300 brasões de cidades em todo país. “A falta do timbre demonstra a ausência da família nos torneios, as grandes festas organizadas pelos reis. Isto quer dizer que a família Scarpa não era socialmente elevada.”
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A bandeira exposta na frente da mansão de 14.000 metros quadrados não é peça única. De acordo com Chiquinho, ela é trocada “quando estraga”. Há outros exemplares nas casas da família no Uruguai e na França, e em todos barcos que o clã Scarpa possui. “Não sei o número de bandeiras que tenho”, diz o esquecido Chiquinho sobre seus bens. “Mas não são muitas.”
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Emplacamento personalizado: o Bentley, de Chiquinho Scarpa, anda pelas ruas com o brasão da família no lugar da placa da frente
Não é só no mastro que o clã Scarpa – que, em português significa “sapato” – está representado. O carro Bentley Continental Flying Spur, de Chiquinho, que foi usado para uma campanha de marketing sobre doação de órgãos, não possui uma placa da frente habitual, com três letras e quatro números, mas a bandeira da família. “Nunca me multaram ou falaram qualquer coisa”, gaba-se Chiquinho sobre o carro avaliado em 1,5 milhão de reais. O veículo, por enquanto, não tem herdeiros. Depois de tantas separações matrimoniais, Chiquinho não teve filhos, sendo o último homem a levar o nome dos Scarpa. “Quando eu morrer, vou levar a bandeira da minha família comigo no caixão”.
Fonte:http://guiadoscuriosos.com.br/blog/2014/10/10/bandeira-da-familia-scarpa-tremula-sempre-que-chiquinho-esta-em-casa/