VALSA NOTURNA
Linda
lua bailando no céu, tão cheia, tão completa. Nunca pareceu tão disforme, as
crateras tão grandes, tão fundas, tão tristes. Única, usurpando brilho, morrendo
e renascendo sucessivamente, e ainda assim sempre tão mórbida. Posso até ver na
linha da sua órbita, as órbitas dos olhos opacos que te focam, implorando uma
compreensão muda.
Posso
até ver nesses buracos, o poço sem fundo em que caíram tantos, e o escuro que
te cerca é certamente viscoso, prendendo quem tenta nadar por ele.
Oh,
Sim! Você é luz ao redor da escuridão, vive de roubá-la, pois na verdade nunca
a teve nem a terá.
Linda lua
bailando no céu, tão redonda, nunca foi tão opaca, nunca foi tão triste, nunca
me entendeu tanto.
Bruna Borges Costa
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada pela visita, indique aos amigos.