quarta-feira, 17 de abril de 2013

VALSA NOTURNA



                             VALSA NOTURNA

Linda lua bailando no céu, tão cheia, tão completa. Nunca pareceu tão disforme, as crateras tão grandes, tão fundas, tão tristes. Única, usurpando brilho, morrendo e renascendo sucessivamente, e ainda assim sempre tão mórbida. Posso até ver na linha da sua órbita, as órbitas dos olhos opacos que te focam, implorando uma compreensão muda.
Posso até ver nesses buracos, o poço sem fundo em que caíram tantos, e o escuro que te cerca é certamente viscoso, prendendo quem tenta nadar por ele.
Oh, Sim! Você é luz ao redor da escuridão, vive de roubá-la, pois na verdade nunca a teve nem a terá.
Linda lua bailando no céu, tão redonda, nunca foi tão opaca, nunca foi tão triste, nunca me entendeu tanto.
                                        Bruna Borges Costa

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pela visita, indique aos amigos.