sexta-feira, 3 de maio de 2013

O MUNDO DO MEU JEITO - CRÕNICA


Foto de Bruna Borges.




O MUNDO DO MEU JEITO
Bruna Borges Costa
Eu e esses meus hábitos incomuns que parecem, às vezes, assustar os outros. Prefiro um bom livro a sair por aí sem rumo, embora eu o faça algumas vezes. Aos que me vêem de passagem sou gelo, mas para os que ousaram se aproximar sou calor, pura expressão de sentimento.
O sol me motiva, os dias frios me inspiram, mudo mil vezes meu interior, mas a essência continua a mesma. Ainda tenho essa mania conservadora de gostar de tudo que é familiar, ainda que, aqui dentro, haja constante mudança.
Tenho mania de pensar demais, rir demais, sofrer demais e uma inexplicável sede de informações. Minhas musicas prediletas, há muito, não tocam mais nos rádios, mas são  chaves para a porta da minha própria mente.
Fico impressionada com essa grande modernidade. O mundo nunca foi tão pequeno, e a cabeça e o coração das pessoas nunca foi tão vazio. Perco-me dentro da minha cabeça, vendo que as coisas ainda não mudaram, onde vai ser para sempre anos 60, as pessoas ainda lutam por seus direitos, quando os poetas ainda eram vivos e compunham suas melodias, que tocavam a alma da gente como um violento beliscão, instigando a profundas reflexões.
Já dizia Renato Russo, "Se o mundo é mesmo parecido com o que vejo, prefiro acreditar no mundo do meu jeito."
Obrigada, meu querido Tempo, por mudar tudo de lugar. Por me provar que eu estava errada e me fazer uma pessoa mais consciente. Por tirar e colocar pessoas boas e ruins na minha vida, que me acresceram ou ensinaram algo.
Obrigada pelas novas musicas, livros, sentimentos, risadas e lágrimas. Obrigada por deixar eternizado tudo que foi bom, e obrigada por ter curado tudo que foi ruim. Não vou me esquecer que muitas vezes o usei como remédio, consolo e até mesmo como fonte de esperança. “Amanhã passa”, “O tempo vem e melhora as coisas”, não é o que dizem? E a gente se vê obrigado a acreditar, pra fazer dessa crença alguma base pra não se deixar desmoronar.
Nessas horas, parece até meio insensível, tratar a dor da gente como uma coisinha pequena, enquanto só nós mesmo sabemos a profundidade dos espinhos na nossa pele. Mas acabamos percebendo que é verdade. O tempo fez com que os espinhos que o furavam caíssem, e as feridas sararam, enfim.
E os conceitos infantis foram deixados pra trás. Na época, até eram admissíveis, mas, agora, mais do que nunca, é tempo de amadurecer e criar novos conceitos. Conceitos estes mais sólidos, mais adultos, mais sérios e bem elaborados, que condigam com o adulto que você se tornou. Conceitos que você molda com o tempo, conceitos que moldam você.


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