Museu Senzala Negro Liberto – Redenção, Ceará
Situado às margens da CE-060, na entrada do municípios de Redenção, o Sítio Livramento abriga o Museu Senzala Negro Liberto, um canavial, e a unidade de produção da aguardente Douradinha. O sítio foi construído em 1873, pela família Muniz Rodrigues.
O marco histórico deste engenho é a concessão de cartas de alforria a todos os negros cativos, em 25 de março de 1883, cinco anos antes da assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel.
O museu, criado em 2003, é composto por casa grande, senzala, canavial, a moageira e uma lojinha (Mercado da Sinhá). Este conjunto arquitetônico colonial é original e encontra-se em boas condições de conservação.
Na área, encontram-se a original casa grande dos senhores do engenho, a senzala, o canavial e o antigo maquinário de fabricar a cachaça Douradinha.
A casa grande possui uma característica especial que a diferencia de outras no Brasil. A casa grande e a senzala encontram-se sob o mesmo teto, sendo que a senzala localiza-se no subsolo desta.
Engenho
Outra atração é o Engenho Grande. Neste há uma máquina de moagem de cana-de-açúcar fabricada na Escócia em 1927. Ele ainda funciona entre os meses de agosto a dezembro, produzindo entre 8 a 15 mil litros de caldo de cana por dia para a produção de cachaça e é ainda ecológico, pois funciona a vapor e utiliza o bagaço da cana-de-açúcar como combustível.
Casa Grande
O casarão foi construído no século XVIII. Abriga móveis antigos do final do século XIX, utensílios antigos, fotos da família Muniz Rodrigues e histórias da época da escravidão. Nas salas do casarão são conservados objetos doados ou dos antigos donos.
Um deles é uma peça do século passado que servia para engarrafar a cachaça e colocar a tampa de cortiça. Outras peças históricas são um pilão de pedra e um tabuleiro cristalino pertencente à família de Juvenal de Carvalho, um dos donos do casarão, que era usado para descascar e triturar arroz, milho e café. Existem ainda uma coleção de cédulas antigas da época da abolição e documento de compra e venda de escravos.
Senzala
A senzala era local de descanso e de castigo dos escravos. Aqui eles eram chicoteados e, como eram muito altos - tinham cerca de 1,80 metro - precisavam ficar deitados. Quanto mais rebeldes, mais no fundo ficavam, um cômodo úmido, mas parecido com um túnel, de teto baixo, com uma única e estreita entrada de ar com grades.
No cubículo escuro, eram colocados cerca de dez escravos que, quando desobedeciam ou se tornavam rebeldes, eram chicoteados e torturados psicologicamente.
Nos pequenos e escuros cubículos da senzala viviam cerca de 100 escravos. Eles eram obrigados a entrar ali às 18 horas e sair às 6 horas. Dormiam no chão, em cima de esteiras de palha. Em cada cômodo, encontram-se os instrumentos de tortura, como as correntes, algemas e gargalheiras. Essas últimas serviam para prender o escravo na parede pelo pescoço. Tinha até para criança e adolescente.
Qualquer barulho ou conversas entre eles era motivo para serem castigados. Muitos ficavam à noite presos em algemas nas paredes, de braços para cima. Na senzala, também foi conservado o tronco onde os negros ficavam imobilizados e apanhavam com chicotes que tinham lâminas de ferro.
Quando algum tentava fugir, ficava no tronco durante nove noites, quando era chicoteado e depois recebia um banho de água e sal. Outro tipo de castigo eram as algemas usadas pelo feitor (administrador da fazenda) para prender os escravos na parede. Eles ficavam de braços para cima, e muitos com os pés sem tocar no chão.
A passagem interna da senzala para a casa grande era por dentro do banheiro do senhor do engenho. Era uma porta forte e estreita e paredes muito largas para que os escravos não invadissem o casarão. Na sala da mucama - escrava jovem que era escolhida para auxiliar nos serviços caseiros -, tinha um janelão onde o senhor do engenho apontava a escolhida e uma porta por onde as preferidas entravam para a casa grande.
O Museu Senzala Negro Liberto fica em Redenção, cerca de 60 km de Fortaleza.
fonte:
Wikipédia
museu senzala negro liberto
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