quarta-feira, 24 de julho de 2013

Um pouco da vida de Dominguinhos

  1. Morre, aos 72 anos, Dominguinhos em São Paulo

    O cantor, compositor e sanfoneiro Dominguinhos morreu nesta terça-feira (23), aos 72 anos, em São Paulo. O músico estava internado desde 13 de janeiro no Hospital Sírio Libanês. Ele havia entrado em coma irreversível após apresentar um quadro de infecção respiratória e arritmia cardíaca.
    Foto: Divulgação

    Dominguinhos, que lutava contra um câncer no pulmão, havia começado a fazer hemodiálise após "comprometimento da função renal", de acordo com o hospital. Durante a internação, ele respirava com auxílio de aparelhos e usou um marca-passo para controlar os batimentos cardíacos.

    Em uma de suas últimas apresentações, no dia 13 de dezembro, o artista havia feito show em homenagem ao centenário de Luiz Gonzaga, em Exu, no interior de Pernambuco.

    Músico desde a infância, Dominguinhos foi incentivado por Gonzaga, que o consagrou como herdeiro artístico.

    Padrinho musical

    José Domingos de Moraes, Dominguinhos, nasceu em Garanhuns (PE), em 12 de fevereiro de 1941. Começou a tocar e compor aos oito anos, com uma sanfona de oito baixos em feiras livres, para em seguida se profissionalizar com a de 48, 80 e 120 baixos.

    Em 1950, ele conheceu Luiz Gonzaga, que o convidou para conhecer o Rio --o que acabou acontecendo quatro anos depois, quando Dominguinhos tinha 13 anos. Dominguinhos recebeu de seu padrinho musical uma sanfona e passou a tocar, fazer shows, participar das viagens e gravações de seus discos.

    Dominguinhos teve músicas gravadas pelos maiores nome da MPB, como "Eu Só Quero um Xodó (em parceria com Anastácia), grande sucesso de Gilberto Gil, e "De Volta pro Aconchego" (em parceria com Nando Cordel), popularizada na voz de Elba Ramalho.

    Multifacetado

    O pai de Dominguinhos, mestre Chicão, era um famoso tocador e afinador de foles de oito baixos. Começou a tocar sanfona aos seis anos de idade, juntamente com mais dois irmãos, em feiras livres e portas de hotéis do interior de Pernambuco.

    O nome Dominguinhos foi uma sugestão de Luiz Gonzaga, que considerou que o apelido de infância, Neném, não o ajudaria na trajetória artística.
    Em 1957, aos 16 anos, fez sua primeira gravação, tocando sanfona em um disco de Gonzaga, na música "Moça de Feira", de Armando Nunes e J.Portela.

    No mesmo ano, em viagem ao Espírito Santo, com Borborema e Miudinho, formou um trio, batizado de Trio Nordestino.

    Participou do primeiro disco gravado por Elba Ramalho, "Ave de Prata", em 1979. Em 1980, participou do Segundo Festival Internacional de Jazz de São Paulo. Em 1981, participou, com destaque, do programa "Som Brasil", na TV Globo.

    Na década de 1980, suas composições "De Volta pro Meu Aconchego" e "Isso Aqui Tá Bom Demais", em parceria com Chico Buarque, foram incluídas na novela "Roque Santeiro", da TV Globo, o que fez aumentar sua popularidade.

    Em 1984, Chico Buarque gravou a composição "Tantas Palavras", parceria de Chico e Dominguinhos, que se tornaria outro sucesso.(Diário do Nordeste)




    Foto: Dominguinhos ainda era criança e tocava triângulo com os irmãos no grupo Os Três Pinguins. Naquela época, era chamado Neném do Acordeon, apelido de infância. Tinha 8 anos e estava tocando na frente do hotel onde Gonzaga se hospedara, em Garanhuns, quando o Rei do Baião notou seu talento. Ali mesmo, prometeu ao músico mirim uma sanfona de presente, caso este resolvesse ir ao Rio de Janeiro.

O artista consagrado não se esqueceu do garoto quando ele foi procurá-lo, já rapaz, na então capital federal. Acompanhado do pai, o também sanfoneiro Chicão, e de um dos irmãos, Dominguinhos se mudou para o Rio de Janeiro e passou a viver em Nilópolis. Em 1954, a intenção do músico era encontrar Luiz Gonzaga. Quando o encontro aconteceu, a promessa não demorou a ser cumprida: “Em cinco minutos, ele me deu uma sanfona novinha, sem eu pedir nada", contou. Também não foi necessário tempo demais para Gonzagão ter certeza do que tinha suspeitado em 1949: o anúncio de Dominguinhos como herdeiro aconteceria apenas quatro anos após a chegada do então jovem sanfoneiro ao Rio. Além do instrumento e da bênção, Gonzaga ainda batizou o rapaz, dando-lhe o apelido que viraria nome artístico. Para o velho Lua, a alcunha de “Neném do Acordeon” não ajudaria na carreira como músico.





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