sábado, 10 de agosto de 2013

O Aposentado e a Gostosona no Bradesco...kkkkk




Na semana passada estava entrando num banco para ver se tinha restado algum trocado, até o dia da "viúva" (INSS) fazer o depósito, foi quando uma linda garota, de alguns indescritíveis anos, minissaia ainda menor que o decote, que peitos, meu Deus!, entrou na fila dos caixas. Imediatamente sai da fila dos idosos e também entrei na mesma fila. Bem atrás dela. E bem atrás daqueles indescritíveis anos, me perdoem o trocadilho infame.

Em pouco tempo ela olhou para trás e sorrindo, disse:

- Porque o senhor não utiliza a fila dos idosos?

Você sabe para que lugar eu tive vontade de mandá-la, não é? Mas mantive a calma e usei toda minha experiência. Puxei papo e resolvi inventar, para impressionar. Falei das minhas "vivências como comandante de navio de cruzeiro". Semana passada li um livro sobre um comandante de navio de turismo, sabia tudo respeito, me sentia assim um velho-lobo-do-mar.

- Uau! O senhor foi comandante de transatlântico?

Ouvir aquele "senhor" não caiu muito bem, mas passei batido.

- Só por vinte e dois anos. - respondi, expressando uma certa indiferença pelos anos de trabalho. Mas sentindo que tinha capturado a presa, era só abater e comer.

- Nossa! Com essa sua pinta o senhor deveria, certamente, agradar muito o público feminino, nas noites de jantar com o comandante.

Boquiaberto, só pude responder:

- Hã? - distraído, eu estava de olho fixo no decote. Ela me pegou no flagra. Eu sem graça e ela não fez por menos!

- O senhor ficou vermelho! Ficou até mais bonito. Aliás, o senhor deveria fazer um teste na televisão.

Eu estava perplexo e apavorado, depois dos sessenta, isto acontece uma só vez antes da morte Aquele avião pronto para decolar e eu sem condições nem mesmo de efetuar o check in.

Sim, porque não sabia ao certo quanto teria na conta corrente...
Quanto estaria custando um Viagra? Bem, isso não era mais problema, o genérico tá baratinho, baratinho...

Onde poderia arrumar duzentão, até o dia do depósito da "viúva"? Uma gata daquelas merecia no mínimo uma suíte de algum motel legal...

Mas ela toparia ir... de táxi?

Comecei a suar frio.

- Eu, artista de televisão?

- Sim! o senhor lembra aquele famoso galã dos anos cinquenta, que minha avó me mostrou na revista "Rainha do Rádio". Ela tem verdadeira paixão por essas revistas. Adorava Marlene, Emilinha Borba... Deus nos livre de alguém mexer nas suas revistas. Ela guarda a sete chaves, com o maior carinho... o senhor é saudosista também?

- Sim! Mas, você ta me gozando. Galã dos anos cinquenta?

- Verdade... não me lembro bem o nome, só sei que ele fazia filmes para o cinema, era muito famoso. Ma..Mário, não era. Era alguma coisa como... ah sim, tinha dois zes no nome.

- Mário Gomezz (Apelei)?

- Não, não era este o nome. Ah lembrei... Mazzaropi? Isto Mazzaropi! Mazzaropi era um galã, não era?

Cara, nesta hora minha autoestima fez um buraco no chão e foi parar na terra do sol nascente. Como se em aposentados - apoentados - nascesse alguma coisa.

Pô, quando ela disse que eu parecia galã dos anos cinquenta, pensei num Paulo Gracindo, Paulo Autran, ou algum Antonio Fagundes da vida.

Mas, Mazzaropi? ... PQP! Mas, até aí tudo bem, pra pegar aquele avião eu ia de Mazzaropi mesmo.

O meu fabuloso programa da tarde já estava prontinho na minha cabeça quando aconteceu o inesperado: ela foi ajeitar o decote (o peitinho tava quase todo de fora!) e aí derrubou um livro que tinha na mão.

Eu, como um verdadeiro cavalheiro, inventei de abaixar para apanhá-lo. Só que esqueci as recomendações do meu ortopedista, do meu angiologista, do meu quiropraxista, daquela fisioterapeuta gostosa do 501 e da minha rezadeira especializada em coluna (pois é, até isso já está segmentado!) sobre minhas artroses e artrites, todos me dizendo que quando eu me abaixasse, o fizesse de uma forma beeeeeeem vagarosa.

Enquanto o livro descia, eu mais que depressa, inventei de pegá-lo sem nem olhar pro livro, o lance era pegar um lance por baixo daquela minissaia.

Só escutei a frase dela:

- "Uau! que reflexo! Você parece um garotão!".

Ah, que frase! A melhor que já ouvi nos últimos anos. E saída da boca de uma deusa!
Mas escutei também dois sons. Os piores que ouvi nos últimos anos. Um som abafado veio da região da minha coluna, que travou no ato. E o som estridente de um prolongado flato que além de sinalizar a frouxidão do rabo serviu para anunciar a intensa dor na coluna.

E quem disse que eu conseguia endireitar o corpo? Tudo bem que aquela deusa me deixou de quatro. Mas precisava ser assim, literalmente? PQP!

Arcado, tentava me endireitar. E flatulei mais uma vez.

O odor azedo daquela sobra de feijoada de domingo, que eu tinha comido hoje (justo hoje, cacete!) inundou o banco, abriu um buraco bem atrás de mim na fila - e em todas as outras, vi enquanto me contorcia, querendo me aprumar. Mas não tinha prumo certo. Quanto mais eu tentava me apertar, mais doía a coluna, e consequentemente, voltava a flatular, flatos em sequência. Insuportavelmente fedidos.

A gata, vendo que a situação não teria solução, tirou os dois dedinhos que apertavam aquele narizinho lindo, catou o livro no chão (quem disse que eu tinha alcançado aquele miserável, o causador de todas as minhas dores e flatulências?) pegou o celular e ligou pro SAMU. Com a voz toda fanhosa, porque voltou a fechar o nariz com os dedos.

Juro que faria o mesmo, se não estivesse tão ocupado em segurar com uma mão a minha coluna e com a outra a minha barriga, tentando conter os fedidos flatos. Sem sucesso, como até os caixas podiam atestar, já que abandonaram os postos de trabalho e foram se refugiar em algum lugar.

Mas o pior (se é que é possível!) ainda estava por vir. O gerente disse aos seguranças que eu não ficaria ali esperando o SAMU, porque a agência estava empesteada, as filas tinham se dispersado e - acho eu - até o sistema tinha caído!

Eu nem sabia que meus flatos tinham esse poder, Deus é mais!

Aí o gerentão, dedos no nariz, ordenou que me retirassem do banco, eu que fosse me contorcer e soltar meus flatos lá fora, a rua é pública e não tem ar condicionado. E disse que o do banco estava contaminado pelos próximos séculos!

Cara exagerado, no máximo meus olores circulariam na agência por uma semana, se tanto. Coitados dos velhinhos que iriam receber os proventos da viúva nos próximos dias, pensava eu, enquanto era "gentilmente" carregado até o passeio.

Nisso, passa a gata. Eu ali, todo travado, jogado no passeio à espera do SAMU, e ela desfilando naquela minissaia tão pequena que, do nível que eu estava, pude ver a calcinha. Era preta.

- É, a coisa tá preta - disse o enfermeiro do SAMU tentando me carregar para a maca.

- Bota preta nisso, pensei. E intimamente, chorei.

VOCÊ TÁ RINDO PORQUE NÃO FOI COM VOCÊ, SEU SACANA!


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