Escrito por Bruno Hoffmann |
Estes três povos são a essência do País, mas o Brasil também foi forjado por valentes imigrantes que contribuíram com trabalho e cultura de todos os cantos do planeta.
Muito se fala sobre a importância da influência portuguesa, africana e indígena para a formação do Brasil. Com razão. Os três povos são a base da formação cultural brasileira. Mas não as únicas. A imigração e os imigrantes de outras plagas foram fundamentais para forjar a Nação de hoje. Se somos como somos, deveu-se a aventuras e desventuras de povos que cruzaram fronteiras e oceanos para dar uma cara sem igual ao Brasil. A vinda de gente de outros países ocorreu praticamente durante toda a nossa história. Mas as grandes correntes migratórias iniciaram-se no século 19, sobretudo após o fim da escravidão. A maior parte seguiu de São Paulo para o Sul, mas não há nenhum estado do Brasil que não tenha presença significativa de povos de outros lugares. As fazendas, sobretudo as de café, eram as mais atraentes. O governo tratou de incentivar a vinda de imigrantes, firmando acordos com as nações ao redor do globo. Resultado: um milhão e meio de imigrantes italianos. Os espanhóis vêm em seguida, com 700 mil. Logo depois, os alemães: 250 mil. Enfim, os japoneses contribuíram com 230 mil imigrantes. Há ainda poloneses, coreanos, bolivianos e uma lista infindável de povos que resolveram fazer do Brasil sua nova casa. Não quer dizer que esse pessoal era bem tratado. Ainda com um pensamento escravocrata, muitos fazendeiros os tratavam como escravos brancos. Houve quem resolvesse voltar para sua terra. E não foram poucos. Estima-se que 40% dos imigrantes que chegaram na última década do século 19 retornaram ao país de origem. O poema de Paulo Medeiros e Albuquerque resumia o sentimento: Emigrantes, Emigrantes / Gente que veio de longe / Que não sabe para onde vai / Gente triste, gente estranha (…) Eles estão com os olhos voltados para longe / Para suas terras perdidas. Os que ficaram, porém, ajudaram a mudar permanentemente o Brasil. Da culinária à religião, do sotaque às cores, nasceu uma Nação nova. Com raízes indígenas, africanas e portuguesas. E com galhos de todos os cantos. Pioneirismo polêmico Nicolau Vergueiro, senador nascido em Portugal e radicado no Brasil, foi o primeiro a trazer imigrantes para trabalhar em cafezais. Em 1847, três mil colonos alemães desembarcaram no País para labutar em sua fazenda em Limeira, interior de São Paulo. Apesar de abolicionista, tratava os empregados europeus de forma autoritária. Houve revoltas por trabalharem em regime de semi-escravidão. Como resultado, o governo do país europeu resolveu proibir a vinda de alemães ao Brasil.
Fonte: www.almanaquebrasil.com.br
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