sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Naufrágio em ilha estima mais de 300 mortos

naufrágio em ilha

Itália estima mais de 300 mortos

Barco de transporte ilegal vinha da Líbia, levando cerca de 500 africanos para Lampedusa

Roma. As autoridades italianas temem que mais de 300 pessoas tenham morrido após o naufrágio de uma barcaça de imigrantes perto da costa da ilha de Lampedusa, no mar Mediterrâneo. Até o fechamento desta edição, a Guarda Costeira havia resgatado pelo menos 94 corpos.

Autoridades italianas observam corpos empilhados no hangar do aeroporto. Cerca de 250 africanos continuam desaparecidos e as operações de resgate serão retomadas hoje FOTO: REUTERS

Os bombeiros afirmaram ter visto entre 20 e 40 corpos, o que pode elevar o total de mortos para um número entre 114 e 134. Outras 250 pessoas estão desaparecidas. As operações de resgate serão retomadas hoje.

O navio partiu de Misrata, na Líbia, em direção a Lampedusa, território de domínio de um país europeu mais próximo do lado africano do mar Mediterrâneo. Segundo as autoridades de imigração italiana, a maioria dos passageiros vinha de países como Etiópia, Eritreia e Somália e pagaram a traficantes tunisianos para levá-los à Europa.

A Guarda Costeira afirma que o naufrágio aconteceu após o barco ficar à deriva a 550 m de uma praia da ilha italiana, na madrugada de ontem. Para pedir ajuda a outros barcos, o grupo usou sinalizadores, que caíram em um dos tanques de combustível, que pegou fogo.

O incêndio fez com que os imigrantes tentassem sair do barco superlotado, que desequilibrou durante a saída dos passageiros e virou em cima de alguns deles. A embarcação afundou e está a uma profundidade de 35 a 40 metros.

Os primeiros a encontrarem os imigrantes foram pescadores da região. No porto, corpos estavam alinhados dentro de sacos mortuários verdes. Sem um lugar para colocá-los, eles foram levados depois para um hangar do aeroporto. O secretário de saúde da ilha, Pietro Bartolo, disse que foi obrigado a pedir caixões de outras localidades para abrigar os corpos das vítimas.

"Não temos mais lugar, nem para os vivos nem para os mortos", disse a prefeita de Lampedusa, Giusi Nicolini. "É um horror, um horror; eles não param de deixar corpos". Revoltada, a prefeita Nicolini enviou um telegrama ao premiê da Itália Enrico Letta pedindo que fosse contar os mortos com ela e acusou a Europa de "ignorar (...) o enésimo massacre de inocentes que acontece perto da ilha".

"Não posso deixar de expressar a miopia da Europa, que insiste em olhar só para o outro lado. Os imigrantes chegam à nossa ilha há anos e continuarão fazendo isso por muito tempo", disse ela, lembrando que Lampedusa é há anos destino de imigrantes clandestinos.

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