A
VISITA DE ANTÔNIO
Ângela Borges
Antônio era
daquelas pessoas difíceis de serem esquecidas, porque emanava bondade e
humildade em todos os seus gestos. Bastava olhar em seus olhos para perceber
que era uma pessoa iluminada.
Costumava tratar bem a todos, principalmente os menos
favorecidos, quando precisavam de seus cuidados e não possuíam seque o
suficiente para comprar um medicamento que lhes aliviasse as dores. Antônio
procurava curar as dores do corpo e aliviar as que machucavam a alma de quem o
procurava, pois tinha sempre uma palavra amiga para dizer, e dependendo da
circunstância, uma piada para contar.
Amava a vida
e a vivia plenamente. Viveu sempre em uma pequena cidade do interior, onde era
conhecido e respeitado por todos. Era uma pessoa bem sucedida, sem ter precisado tirar alguém de seu caminho
para conquistar o amor de todos que o cercavam.
Partiu
rapidamente, deixando uma grande dor e um imenso vazio nos corações de
familiares e amigos. Deus, porém, reconhecendo a grande semeadura que ele fez ao longo dos anos, não permitiu que
seu sofrimento aqui na terra fosse prolongado. Chamou-o para outras missões no
plano espiritual.
Tive o
privilégio de trabalharmos juntos por
muitos anos, e sempre que penso nele, é com imenso carinho que relembro
sua imagem, sempre sorridente. Hoje, enquanto estava deitada, naquele estado
que não sabemos ao certo se estamos dormindo ou acordada, ele apareceu.
Chegou de
mansinho, olhou-me fixamente nos olhos enquanto eu não conseguia me mover ou
expressar qualquer reação. Essa proximidade, para mim, foi uma eternidade até
que ele pegou minha não, e como se quisesse purificar minha alma de todas as
angústias, falou-me para relaxar, enquanto eu continuava como que hipnotizada
por seu olhar. Depois ele sorriu e desapareceu, e uma torrente de lágrimas banhou
meus olhos, como se estivessem lavando meu corpo e purificando minha alma
dolorida.
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