
Baturité é um município brasileiro do estado do Ceará. Localiza-se na microrregião de Baturité, mesorregião do Norte Cearense. Sua população estimada no último censo é de 32.968 habitantes.
Suas denominações originais eram Aldeias das Missões, Missão de Nossa
Senhora da Palma, Palmas, depois Vila Real Monte-Mor o Novo da América e, desde
1858, Baturité.
Região habitada por diversas etnias como os Potyguara, Jenipapo, Kanyndé,8 Choró
e Quesito, recebeu a partir do século XVII diversas expedições militares e
religiosas. Com a expulsão dos holandeses, a coroa portuguesa iniciou o processo de ocupação definitiva das
terras cearenses que intensificou-se através da ocupação missionária
pelos Jesuítas, a doação de sesmarias, busca de metais preciosos e a implantação da pecuária do Ceará. Em
1755, Baturité, ou melhor, Missão de Nossa Senhora da Palma, surge neste
contexto como uma missão tendo como finalidade aldear os índios da região.
Em 1759, com a expulsão dos Jesuítas, a missão foi elevada a condição de Vila com o nome de Monte-Mor o Novo d'América. Em 1791, nesta vila
foi reunido aos Kanindés e Jenipapos um contingente de índios oriundos de missões em conflitos, como:
os Jucás da Vila de S. Mateus, os Paiacus da Vila de Monte-Mor-o-Velho e da Vila de Portalegre.
Por causa do clima ameno e da água em abundância, Baturité e
outros municípios vizinhos serviram de refúgio para populações sertanejas de cidades
como Canindé e Quixadá, que ali se abrigaram durante a Seca dos Três Setes (1777 a 1793). Um marco da presença católica no município é o grupo de igrejas, conventos e mosteiros que ainda resistem ao tempo e alguns deles convertidos em hospedarias
nos dias atuais.
Em 1824, Manoel Felipe Castelo Branco trouxe do Pará para Baturité, mudas de café, fato que trouxe transformações na atividade econômica e vida social
local.
Na metade do século XIX, Baturité tinha como principal atividade econômica a cultura
do café, chegando na época a deter 2% de toda a produção brasileira. Há relatos
de que o café de Baturité era um dos mais apreciados nas cafeterias francesas.
Com o crescimento da cultura do café surge a necessidade de uma via mais rápida
de escoamento da produção para o porto de Fortaleza, que era feita através das precárias estradas da época. Neste contexto,
em 1870, um grupo de comerciantes lança a proposta de construir a primeira
ferrovia no estado, constituindo juridicamente a Estrada de Ferro de Baturité e um porto em Fortaleza. Em 1882, é inaugurada a estação ferroviária de
Baturité,10 pela
qual o café foi transportado diretamente ao Porto de Fortaleza. Em 1921, com a expansão da estrada de ferro, Baturité recebe mais uma
estação ferroviária, mais precisamente no povoado do Açudinho (hoje
Alfredo Dutra)11 .
A cultura do café, entre 1870 até a superprodução e a superoferta
de 1929, impulsiona a economia e a vida social de Baturité, bem com a
modernização da cidade.
Não há evidência de uma Belle Epoque em Baturité; a classe média era
bastante exígua e sua população era basicamente rural. Suas ruas só ganharam
pavimentação a partir de 1932, na administração do Capitão Ózimo de Alencar.
Ainda assim, contou com um atuante movimento urbano nas décadas de 1920 e
1930.
O município tem 3 distritos: Baturité (sede), Boa Vista e São
Sebastião.
A pluviometria média é de 1.088 mm12 com chuvas concentradas geralmente no final do ano (em dezembro) e
duram até março sendo que neste último mês são registradas as maiores
precipitações chegando a ocorrer tempestades com ventos fortes e raios.13 Porém,
como em toda a Região Nordeste, as chuvas também são irregulares podendo ocasionar seca e racionamento
de água, como o registrado entre os anos de 1998e 1999 quando o principal reservatório de abastecimento da cidade, a Barragem Tijuquinha, chegou ao nível zero.
Localizado no Maciço de Baturité, tem relevo na em sua grande parte montanhoso formado de maciços
residuais e depressões sertanejas, tendo como a maior elevação localizado na
serrota de São Francisco, cerca de 874 metros acima do nível do mar. Por:
Herivelton Queiroz
O rio Putiú e rio Aracoiaba, juntamente com a Barragem Tijuquinha, são as maiores fontes de recursos hídricos para o abastecimento de
água para o município. Os riachos como: das Lajes, do Padre, da Panta, da Pedra
Aguda, Mucunã, Nilo, Pilar, Salgado, Santa Clara, Sinimbu, Supriano, completam
os recursos hídricos deste município e juntamente com o rio Putiú,desaguam suas
águas no rio Aracoiaba.
Caatinga arbustiva densa, floresta subcaducifólia tropical, floresta úmida
semi-perenofólia, floresta úmida semi-caducifólia, floresta caducifólia
e Mata Ciliar. Aqui existe uma APA (Área de Proteção Ambiental).
Atualmente a economia de Baturité baseia-se principalmente na exploração
do setor terciário da economia (comércio e prestação de serviços), na extração vegetal e em culturas
de algodão, banana, arroz,milho, feijão, café e cana-de-açúcar, porém, assim como na maioria dos municípios cearenses (com exceção do café), esta ainda é feita com técnicas agrícolas rudimentares fazendo com
que o solo empobreça e a produção seja insignificante em termos nacionais. Ainda
assim, Baturité se destaca na sua região sendo um importante centro consumidor e
abrigando sede de muitas empresas regionais. Com um comércio forte, base da
economia do município, a cidade vem conseguindo muitos avanços na qualidade de
vida da população e na modernização da cidade.
Ainda é importante destacar o cultivo do café, que embora tenha diminuído muito após a crise de 29 e outras crises na economia brasileira, vem crescendo, atualmente,
utilizando-se a técnica do cultivo sombreado e 100% orgânico. Esse tipo de cultivo fez com que o café baturiteense ganhasse
destaque nacional e internacionalmente por ser um produto de alta qualidade e
saudável.
Outra fonte de renda do município é o turismo, com um grande potencial,
mas que ainda precisa ser melhor explorado. Baturité possui uma APA (Área de
Proteção Ambiental) nos remanescentes de Mata Atlântica existente no município, trilhas, cachoeiras, áreas propícias para
prática de esportes de aventura e um grande acervo cultural espalhado por toda a
cidade como museus, monumentos e edificações centenárias. Dentre esses podemos
destacar:
Um dos principais eventos culturais da cidade são as Festas de Nossa
Senhora da Palma, padroeira do município, que se realiza a partir do dia 15 de
agosto e a Festa de Santa Luzia que se realiza a partir de 13 de dezembro. A
feira livre, sempre realizada aos sábados, também já é um marco cultural na
cidade e reúne feirantes da cidade e de regiões vizinhas. Espalhados pela
cidade, principalmente pela região central, encontram-se casarões em estilo
colonial construídos em meados do século XIX, época da fartura do café, alguns
poucos tombados. Estátuas e bustos de baturiteenses notórios, como Ananias Arruda e Valdemar Falcão, estão expostos em praças que levam seus nomes. A influência da igreja
católica na cultura da cidade é bastante expressiva. O monumento erguido
à Nossa Senhora de Fátima, trazido dePortugal, pode ser visto de praticamente toda a cidade e muitos se aventuram em
chegar lá vencendo seu acesso que possui 365 degraus. A bi-centenária igreja de
Nossa Senhora da Palma, construída em 1762 no estilo bizantino com predominação no Barroco, é a única nesse estilo no Brasil e já serviu como depósito de pólvora na época da Confederação do Equador. No entanto, denota-se atualmente, a destruição progressiva de vários
casarões e até monumentos históricos para ceder lugar a prédios comerciais. Não
existem políticas de conscientização ou para restringir a degradação do
patrimônio histórico de Baturité, que findará em breve.
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