O ministro da Saúde, Arthur Chioro, e a ANS (Agência
Nacional de Saúde Suplementar), anunciaram na manhã desta terça-feira, 06, que o
preenchimento de um partograma, documento onde são registradas todas as etapas
do trabalho de parto da gestante, passa a ser obrigatório para médicos de toda a
rede privada do país.
A decisão tem como objetivo inibir o
agendamento de cesarianas e, assim, evitar partos antes da hora. A partir de
agora as operadoras de planos de saúde só podem realizar o pagamento dos
procedimentos médicos mediante a apresentação do documento completo.
As informações contidas no partograma poderão
ser analisadas por auditorias realizadas pelas operadoras de saúde. “Se a
operadora entender que etapas não foram seguidas, ela poderá glosar o pagamento.
É tudo que a operadora quer”, disse o presidente da ANS, André Longo.
A adoção deve forçar os médicos obstetras a
esperar o início do trabalho de parto. “Parto não é evento que se marque. Normal
é o parto normal”, afirmou o ministro Arthur Chioro.
Dados do Ministério da Saúde indicam que o
percentual de partos cesáreos no Brasil chega a 84% na saúde suplementar.
Segundo a pasta, a cesariana, quando não há indicação médica, aumenta em 120
vezes o risco de problemas respiratórios para o recém-nascido e triplica o risco
de morte da mãe. Ao todo, cerca de 25% dos óbitos neonatais e 16% dos óbitos
infantis no país estão relacionados à prematuridade.
“É inaceitável a ‘epidemia’ de cesarianas que
vivemos hoje em nosso país. Não há outra condição, senão tratá-la como um grave
problema de saúde pública. Em 2013, [foram feitos] 440 mil partos cesáreos. Não
só temos um problema, mas um problema que vem se agravando ano a ano”, avaliou o
ministro da Saúde, Arthur Chioro.
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