quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

BRUNA BORGES COSTA, 16 ANOS E 5 LIVROS PUBLICADOS


Carta a Rachel
BRUNA BORGES COSTA
Ocupante da cadeira nº 1 da Academia Quixadaense de Letras e aluna do 3º ano do ensino médio

Rachel, muito me encanta a maneira simples e direta como você sempre mostrou a realidade de um povo assolado pela seca, um povo forte, um povo seu. Aliando um sorriso confortante e marcante, juntamente a um olhar crítico, conquistou muitos fãs. E não posso negar, sou um deles.
Eu a vi quando ainda nem podia entender a sua grandiosidade, tanto como pessoa, quanto em patrimônio cultural. Ainda bebê, não entendia que estava diante de mim uma mulher guerreira, grande escritora, que desafiou até os padrões com seu jeito espontâneo de ser. Diante de mim estava Rachel de Queiroz, que se considerava quixadaense, que honrava a nossa terra, denunciava nossa realidade, mas deixando claro que ainda assim nos amava. Provou, dentre muitas outras coisas, que, até no solo seco do sertão, nascem as mais belas flores.
Gostaria muito de tê-la conhecido ou de possuir ao menos uma recordação, ainda que vaga, de suas feições ou de sua voz. Mas não me entristeço, sei de algo muito mais importante do que seus caracteres físicos. Atrevo-me até dizer que sei de algo que preenchia o seu ser: a humildade. Ainda que soubesse ser uma grande escritora, que influenciou, continua influenciando e incentivando gerações, não se engrandecia, não fazia o mínimo esforço para mostrar-se. Porém, tinha em si um talento tão brilhante, reconhecido por todos, que nem a sua humildade era capaz de ofuscá-lo.
Chama-me bastante atenção também, essa simpatia que chegou a ser sua marca. A maneira de receber todos de maneira cálida, não importando se fosse um camponês ou um famoso literato. Com um sorriso e um jeito de ser despida de formalidades, a escritora também nos encheu de pesar quando veio falecer.

 Mas, sabe Raquel, penso que até a morte, reconhecendo o seu valor, resolveu eternizá-la, pois até hoje ainda é presente a imagem de grande escritora e mulher quando falamos o seu nome. Provavelmente, julgando que você merecia mais, estampou esse seu sorriso, que, até hoje, está enfeitando o céu.

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