MEC quer dar acesso ao livro digital na rede pública até o ano de 2015
Consta no edital do MEC para livros didáticos em 2015 a inscrição de publicações multimídia, que reúnam edições impressas e digitais
Em 2013, a estudante Beatriz Aguiar ingressou no primeiro ano do ensino médio em uma escola particular de Brasília. Além de todas as mudanças já esperadas para o período, mais uma: o material escolar agora ocupa o espaço de um tablet na mochila. Por quatro parcelas de R$ 277, ela comprou as obras que serão usadas e atualizadas durante o período letivo. O Ministério da Educação (MEC), planeja, para os próximos anos, dar acesso a esse material aos alunos da rede pública.
Consta no edital para publicações serem distribuídas em 2015 pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) a inscrição de obras multimídia, que reúnam edições impressas e digitais. Deverão ter vídeos, áudios, animações, infográficos, mapas interativos, páginas da web e outros objetos que complementarão as informações contidas nos textos escritos.
Segundo a pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Priscilla Tavares, “avaliações do ensino reportam que os alunos não frequentam a biblioteca por falta de interesse pela leitura. Por outro lado, além de atrair, essas obras têm alcance restrito: o aluno, em casa, pode não ter computador ou Internet”. Dados do Ibope Media mostram que no terceiro trimestre do ano passado, 94,2 milhões de brasileiros, menos da metade, 47,5%, tinham acesso à Internet.
Priscilla afirmou também que os meios digitais podem ajudar no desempenho dos estudantes ou atrapalhar. Um estudo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), de 2007, concluiu que as escolas com acesso à Internet têm maior eficiência, que se reflete no desempenho dos estudantes. O mesmo estudo mostrou que os laboratórios podem ser mal utilizados, levando ao pior desempenho por “alocar equivocadamente” o tempo dos estudantes. “Os alunos estão adaptados, têm maior convívio com os meios digitais, mas muitos professores não têm esse conhecimento. O recurso audiovisual é bom quando se sabe usar”, disse a pesquisadora.
Para melhorar o acesso, o MEC já distribuiu 382.317 tablets. A meta é alcançar 600 mil até o final deste ano. Na primeira etapa, os equipamentos serão destinados a professores de escolas de ensino médio. Apenas o Amapá e o Maranhão deixaram de aderir ao programa. Estão previstos conteúdos de domínio público, outros disponibilizados pelo MEC e pela Khan Academy. (das agências de notícias)
Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Uma das possíveis mudanças culturais a serem enfrentadas com a adoção do livro digital é que os alunos estão adaptados, têm maior convívio com os meios digitais, mas muitos professores não têm esse conhecimento. (Jornal O Povo)
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