Bispo brasileiro diz que não há favorito na disputa.
O Arcebispo emérito de Salvador, cardeal dom Geraldo Majella, considera que não existe um candidato natural a suceder o papa Bento XVI, que renunciou ontem. Ele é um dos cinco brasileiros que participarão do conclave.
Para ele, a escolha deve começar sem favoritos e os candidatos mais citados estão nivelados. O cardeal lembra que, em 2005, a escolha foi facilitada porque o cardeal alemão Joseph Ratzinger, atual papa Bento XVI, já se sobressaía durante o pontificado de João Paulo II. “Agora nós não temos ninguém que se sobressaia. Estão todos mais ou menos nivelados”, disse.
Com Geraldo Majella descartou que os brasileiros votem em bloco em um mesmo candidato a papa e afirmou que o país não será o principal critério a ser considerado durante o conclave. Ele afirmou já ter alguns potenciais candidatos em mente, mas fez mistério sobre o perfil que idealiza. “Já tenho mais ou menos umas cinco pessoas que eu estou na marcação”, disse.
D. Geraldo disse ter mantido uma breve conversa amistosa com Bento XVI no momento em que o papa se despediu da cúpula da Igreja. Ele afirmou que o papa lembrou o período em que os dois foram vizinhos em uma residência episcopal no Vaticano.
O religioso diz que cobrará acesso ao relatório secreto entregue a Bento XVI com informações sobre escândalos na igreja. Nesta semana, a Santa Sé informou que o dossiê do chamado caso Vatileaks, feito por três cardeais a pedido do agora papa emérito, só será conhecido pelo novo pontífice.
O arcebispo emérito de Salvador afirma ser contrário ao sigilo e defendeu que as conclusões do relatório sejam informadas antes do conclave a todos os 115 cardeais votantes.
O cardeal Raymundo Damasceno Assis, que também participará do conclave, disse que espera receber ao menos um resumo do texto antes de votar. “Os cardeais devem ter conhecimento do que é necessário”, afirmou o presidente da CNBB.
Constantemente citado entre os prováveis substitutos de Bento XVI, o arcebispo de São Paulo, Odilo Scherer, disse que é “fantasia” achar que já existam candidatos a papa e que as definições só devem começar com as reuniões entre os cardeais.
“Dizer que, antes do conclave, já tem os candidatos prontinhos, faz parte da fantasia -que a gente compreende muito bem, mas não é a realidade do que significa, daqui pra frente, o trabalho do colégio cardinalício”, disse dom Odilo em entrevista à Rádio Vaticano. “Naturalmente”, disse, “no meio de todas essas considerações, vai se esculpindo também o perfil daquele que deve assumir o papel de sucessor de Pedro (primeiro papa)”.
A convocação formal para os cardeais eleitores se dirigirem a Roma deverá ser feita hoje. (das agências de notícias). FONTE: Jornal O Povo.
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