quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Branquinho, meu filho e amigo - João Eudes Costa



BRANQUINHO, MEU FILHO E AMIGO
JOÃO EUDES COSTA
Qualquer pessoa é capaz de plantar uma semente. O mérito, porém, é para quem se encarrega de regá-la e protegê-la quando germinar.
A árvore quando nasce precisa de cuidados especiais para que possa vencer as intempéries. Necessita ser protegida da sanha dos predadores sempre dispostos a ceifá-la quando desprotegida. Por isso a missão de quem dela se torna guardião é árdua, exige dedicação, paciência e desvelo.
Com o ser humano não é diferente. Participar da geração de uma criança, por si, não representa qualquer privilégio, nem o identifica como verdadeiro pai.
Ser pai é ter capacidade de enfrentar com denodo as dificuldades, amar verdadeiramente o filho e ser incondicional protetor do anjo que Deus nos entrega mesmo sabendo da fragilidade do ser inocente, porque confia na fortaleza física que nos concedeu e na generosidade que nos ensinou exercitar.
As mãos de um pai devem ser objeto de carinho, proteção e afeto. Como se sentirá uma criança ao recorrer à proteção paterna e encontrar mãos agressivas, que, de chicote em punho, abrem chagas em seu corpo, deixando marcas indeléveis em sua alma?
Bem diferente do filho que experimenta o apoio e a carícia de mãos que o ergue quando tropeça e cai na sua caminhada pelas estradas tortuosas da vida!
Neste dia festivo, em que comemoramos, de maneira singela, que bem caracteriza o homenageado, o aniversário natalício de meu filho BRANQUINHO, confesso minha emoção e indescritível felicidade
Meu filho, se não cumpri, como queria, a missão de pai pelas minhas limitações humanas, hoje, sinto-me recompensado pelo pouco que fiz para protegê-lo e guiá-lo por mais impérvios que fossem os caminhos, ensinando-lhe semear a fraternidade e o amor. Nesta peregrinação, deixamos amigos e irmãos na esquina de cada curva da estrada que juntos percorremos.
Na vida, muitas vezes, temos que voltar pelo mesmo caminho. Quando na trajetória cultivamos a semente da concórdia, conforta-nos reencontrar ombros amigos onde possamos nos apoiar e corações acolhedores capazes de perdoar nossas faltas e nos induzir força para lutar e vencer.
Para mim, Branquinho, você ainda é aquela criança que me confiava as suas fraquezas, segurando na minha mão, percorrendo a alegria de sua infância. Continua sendo aquele menino, ativo, atento a tudo o que eu lhe dizia, como se fosse o mais sábio dos homens que falava.
Certamente, já descobriu que muitas histórias que lhe contava eram simplesmente fantasias para colorir o seu mundo de ilusões. Não mentia meu filho, porque a verdadeira intenção era não macular o seu mundo de inocência. Não desejava revelar a cruel realidade da vida. Será que seria justo, enquanto você acreditava na pureza dos anjos eu lhe mostrar a maldade e a violência que o esperava?
Felizmente, meu filho, você entendeu que eu queria mostrar o lado abençoado da existência humana, conquistando amigos, amparando os que necessitam de ajuda, perdoando e fazendo o bem, pois, somente assim, conseguiríamos extirpar o ódio, combater a maldade e construir um mundo de harmonia e paz.
Por isso querido Branquinho, estou muito feliz neste dia festivo de seu aniversário natalício. Apesar de minha fragilidade, esforcei-me para preparar o terreno para que você continuasse plantando a semente da solidariedade, da fraternização e do afeto e hoje o vejo como um operário do jardim que Jesus recomendou regar, aqui na terra.
Sou um jovem de 79 anos, porque não se perde a alegria da juventude quando temos filho como você, que, carinhosamente, nos faz ignorar o passar dos anos, sem nos curvar à brancura dos cabelos, símbolo da paz interior, que não nos deixa envelhecer.
Permita meu filho que eu abrace o forte caule desta árvore que você simboliza. Tenho orgulho da semente que plantei, cuidei com desvelo e hoje descanso feliz à sombra da bendita árvore que você representa para mim.
Parabéns, meu filho, pelo transcurso de seu aniversário, obrigado por você existir. Perdoe-me se não fui um pai a altura de seus méritos, mas, acredite que sou muito grato pelo carinhoso anjo que Deus pôs em meus braços.

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