sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Profissionais com expedientes longos e rotinas imprevisíveis tendem a ser piores pais

Especialista discute pesquisa da Universidade de Iowa que classificou advogados, recepcionistas e policiais como trabalhadores com tendência a dificuldades familiares


Profissionais com expedientes longos e rotinas imprevisíveis tendem a ser piores pais Marcos Porto/Agencia RBS
Foto: Marcos Porto / Agencia RBS
Advogados, recepcionistas e policiais estão na lista de profissões que não são bons pais. É o que diz uma pesquisa da Universidade de Iowa publicada no The Telegraph. O estudo sobre os estereótipos sociais ligados a determinadas carreiras mostrou que os pais que têm empregos vistos pela sociedade como "agressivos, fracos ou impessoais" são muitas vezes mais estressados ​​em casa.

Os ofícios vistos como "bons, fortes e cuidadosos", tais como professor, médico ou enfermeiro tornam mais fácil o cumprimento dos deveres parentais segundo a pesquisa.
A psicóloga Gilnéia Wainer, especialista em Psicoterapia Cognitivo-Comportamental da WP Psicologia, afirma que a pesquisa traz um novo componente para entender a relação entre perfil profissional e parental.
– É interessante trazer o componente da identidade profissional X auto percepção de cuidador (pai ou mãe), sendo mais um fator que interfere na qualidade das relações pais e filhos. É como se o sujeito, dependendo o estereótipo de sua profissão, tivesse que "provar" constantemente sua índole e capacidade de empatia com seus filhos. Ao passo que outros estereótipos profissionais ficariam numa posição de "salvo-conduto" em relação a isto (como médicos, enfermeiros etc).
Segundo a especialista, existe correlações entre a escolha profissional e características de personalidade, interesses e habilidades pessoais. Há estudos que demonstram que existem profissões onde características como empatia, tolerância à frustração e estresse, habilidades de negociação etc são mais evidenciadas do que outras. Consequentemente, tais perfis profissionais podem ter melhores recursos para lidar com as diferentes situações das relações pais e filhos
– Entretanto, ser um bom profissional da área da saúde, sendo um profissional afetivo, empático e dedicado, não é garantia absoluta de ser um bom pai/mãe de família. Isto porque, temos modos de agir e sentir diferentes conforme o contexto. Assim, há pessoas que colocam o máximo de energia no trabalho, mas não tanto na vida pessoal.
Para a psicóloga não existe uma lista fechada de profissões que prejudicam a formação familiar. Para ela, é mais coerente falar de aspectos que tem forte correlação com dificuldades com a vida familiar. Entre eles pode-se citar:
- Jornadas longas de trabalho: gera lógica diminuição do tempo destinado à família e a vida pessoal, além de fazer com que o indivíduo tenda a buscar no ambiente familiar somente lazer e não se dispor a realizar as demandas de ser pai/mãe; marido/esposa etc.
- Imprevisibilidade da rotina de trabalho: profissões que diminuem ou impedem uma rotina familiar tendem a gerar problemas a médio e longo prazo nos familiares. Por exemplo, pilotos, comissários de bordo, enfermeiros ou profissionais com atividades noturnas.
- Exposição a riscos e alto nível de estresse e responsabilidade: acabam aumentando o nível usual de ansiedade e suas consequências prejudiciais ao organismo do trabalhador, levando-o a ter maior probabilidade de dificuldades de controle emocional para lidar com as demandas familiares que seriam naturais e, relativamente, simples do cotidiano.
Fonte:http://gobrcn.englishtown.com/online/lp/BR/pt/jun13_skilltest.aspx?ctr=br&lng=pt&etag=GOCNPS_SML_IGL_TP_ET06&gclid=COL6wsj6p8ACFahj7Aod1Q8AJQ

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