Foto da estação ferroviária de Quixadá em três momentos: a primeira tirada no dia em que recebemos as chaves; a segunda depois de termos limpado e tapado os buracos e a terceira em uma reunião festiva da Academia Quixadaense de Letras.
Foi com grande pesar que a Academia Quixadaense de Letras desocupou, hoje, o prédio que havia recebido em comodato da TRANSNORDESTINA, para ser sua sede. Há dois anos que a academia lutava para preservar o prédio e realizar um plano de ações culturais, envolvendo a sociedade quixadaense. Infelizmente, depois de haver melhorado aparência do prédio, tapando os buracos e consertado parte do teto que estava sendo destruído pelo cupim, aparece o órgão responsável pela preservação e conservação do patrimônio histórico, o "atuante" IPHAN.
Lamentamos que não tivesse aparecido antes, quando o prédio estava quase caindo, no mais completo abandono. Que não tenha aparecido para fiscalizar e cobrar o cumprimento de um contrato em que tomou parte, juntamente com o DNOCS e a Prefeitura de Quixadá, em 2002, quando se comprometeram em recuperar o Açude do Cedro e seu entorno, tombados como patrimônio nacional.
A população de Quixadá está indignada com tamanho descaso e vai cobrar do IPHAN que cumpra o seu papel, que cuide do prédio da estação, uma vez que não permitiu que a Academia fizesse isso.
Na próxima semana estaremos devolvendo as chaves do prédio à TRANSNORDESTINA, a verdadeira dona do imóvel, cortando de vez o elo que tínhamos com "os preservadores", que em nossa cidade são conhecidos por outro nome.
Queremos deixar claro que a Academia foi um sonho, sonhado por poucos, mas acalentado por muitos, e nós não vamos deixar que ela se acabe por causa de um capricho descabido . Muitos jovens estão empolgados, escrevendo e publicando livros, pensando em integrar nossa A.Q.L. e nós estamos na luta, tentando conseguir uma nova sede. Enquanto isso os pertences da A.Q.L. estão guardados em um galpão, até que tenhamos encontrado uma solução.
Ainda existem pessoas que possuem visão e sabem que a cultura é o alicerce de um país sério.
Não conseguimos entender como um órgão que faz tanta questão em dificultar o funcionamento de uma entidade cultural, sob a alegativa de preservar o patrimônio histórico, permite que um galpão também histórico fique nessa situação: ponto de marginalidade e uso de drogas. Se fazem tanta questão em preservar, aqui realmente tem muita coisa para preservar, coisas que estão abandonadas. Temos certeza que se depender de "vocês", vão ficar assim por muito tempo, se não tombarem pelo desgaste do tempo. Mas é preferível isso a ter alguém que cuide, não é?
Esperamos que façam bom uso da estação, que a preservem como nós procuramos fazer, dentro de nossas limitações e das proibições de vocês que fazem o IPHAN, pois isso é o mínimo que podem fazer, depois de tudo.
Angela Borges
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