O PMDB tinha uma rede de operadores na Petrobras para
desviar recursos de contratos com empreiteiras, de acordo com as investigações
da Operação Lava Jato. Ao contrário do que ocorria com o PP e o PT, no PMDB
havia várias frentes que se beneficiavam do esquema, cada uma com seu
interlocutor nas diretorias da estatal.
As investigações indicam que o modelo
peemedebista na Petrobras reproduzia a organização descentralizada do partido,
loteado por diversos caciques e principal aliado do governo. Cada operador
atuava para um padrinho, reportando-se a uma pessoa ou grupo de poder, e não à
legenda como um todo.
Em depoimento à Justiça, o ex-diretor de
Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa admitiu que, além de operar para
o PP, que o indicou ao cargo, também passou num determinado momento a atender o
PMDB.
O ex-diretor disse que começou a repassar
dinheiro a peemedebistas após acordo para permanecer no cargo. A barganha foi a
saída encontrada por ele para conter investida de uma ala da legenda, que se
articulou para derrubá-lo da cúpula da companhia petrolífera.
A negociação com o PMDB ocorreu quando Costa se
afastou por meses do cargo para tratar uma doença adquirida em viagem à Índia.
Segundo interlocutores, após voltar ao Brasil, o então diretor teve uma infecção
generalizada e chegou a ser desenganado pelos médicos. Aproveitando-se da
vacância, uma ala do partido teria se articulado para substituí-lo pelo
ex-gerente executivo Alan Kardec.
No depoimento, Costa contou que, depois de
recuperado, esteve em Brasília e costurou o apoio à sua manutenção no cargo com
um político do PMDB. Nessa época, o então deputado José Janene, seu padrinho, já
estava enfraquecido por causa do seu envolvimento com o mensalão. Costa
precisava do PMDB para continuar no cargo.
O PMDB tem negado envolvimento do partido no
esquema. Costa dirigiu a área de Abastecimento e Refino da Petrobras de 2003 a
abril de 2012.
Fonte: Blog do Lindomar
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