Benigna Cardoso da Silva nasceu no dia 15 de outubro de 1928. Era filha de José Cardoso da Silva e de Thereza Maria da Silva, ficou órfã de pai e mãe na infância, juntamente com seus três irmãos mais velhos. Benigna então, passou a ser criada pelas senhoras Rosa e Honorina Sisnado Leite, filhas de Leonor e Cirineu Sisnando, proprietários do sítio Oitis. Lá, a menina estudava e ajudava nos afazeres domésticos.
Era fim de tarde do dia 24 de outubro de 1941,
Benigna carregava um pote, quando foi violentamente atacada e assassinada com
golpes de facão por Raul Alves Ribeiro, de 13 anos. A menina, também com 13
anos, lutava para se defender do assassino que tentava estuprá-la.
Benigna tinha fortes hábitos religiosos e chegou a
fazer a primeira comunhão sozinha, na capela de São vicente, pois aprendeu antes
de todos, as orações. A única foto que existe da menina, é um retrato falado,
mas segundo a sra. Maria Fernandes, que estudou com ela, a foto nada parece com
Benigna, pois ela tinha um rosto pequeno, cabelo curto e nariz
achatado.
O crime que abalou a pequena cidade passou a ser
investigado pela polícia, que fez diligências e chegou inclusive a prender o
irmão da vitima como suspeito, bem como outros suspeitos. Ninguém imaginava que
uma pessoa conhecida de todos e da mesma idade da criança, seria seu assassino.
Até que um dia, por brincadeira de um vizinho, Raul, que na verdade se chamava
Raimundo, acabou sendo preso. O amigo disse em tom de brincadeira, que a polícia
o estava procurando, assustado, Raul saiu correndo, dai veio a desconfiança. O
facão apareceu e o assassino foi preso, sendo levado inicialmente para
Fortaleza, para um abrigo de menores, onde chegou a cumprir pena. Não se sabe
por quanto tempo, pois esse processo ainda não foi encontrado.
As pessoas começaram a visitar o local onde Benigna
foi morta, faziam promessas e alcançavam graças. A fama de mártir e milagreira
foi se espalhando pelos povoados da Chapada do Araripe. Já são mais de cem casos
relatados de milagres por intercessão da mártir. No sitio Oitis, foi construída
uma capela a 200 metros do local onde a menina foi morta. Para os moradores da
região, Benigna foi morta na defesa de sua castidade, resistindo ao violento
assédio de Raul, por isso, é considerada uma “virgem mártir da
pureza”.
Hoje, 71 anos depois, a menina Benigna, como é chamada, tornou-se “Serva de Deus”, uma designação da Igreja Católica.
Recentemente foi autorizado a abertura do processo de beatificação de Benigna, o
que é motivo de comemoração na cidade, onde a maioria das pessoas a consideram
santa, por causa das centenas de graças alcançadas.
Os restos mortais de Benigna Cardoso da Silva foram
sepultados na Igreja Matriz de Santana do Cariri, em maio de 2011. Milhares de
pessoas participaram do ato e já louvam a menina como Santa.
Fonte: Jornal Diário do Nordeste
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