Energia à moda da casa
- Usina doméstica já é possível no Brasil. Geração caseira pode reduzir conta de luz, mas falta eliminar burocracia para agilizar instalações
Camila Nobrega
Manuela Andreoni
RIO - No terraço da casa da jornalista Sônia Bridi, no Itanhangá, na Zona Oeste do Rio, dez conjuntos de tubos pretos reluzem em meio ao verde que cerca o local. Virado para o sol, o equipamento é responsável por transformar os raios que incidem durante todo o dia em calor, aquecendo a água usada em banhos, na cozinha e na piscina. O sistema chama a atenção na paisagem de lajes cinzas das outras residências da vizinhança. E, em breve, ganhará um reforço de peso. A partir de maio, ele dividirá espaço com mais 50 painéis fotovoltaicos, cada um pesando cerca de 20 quilos, com potencial de gerar 12,5KWs — o que seria suficiente para abastecer cinco casas pequenas. Esses painéis vão mudar o status da casa da jornalista, que, de simples usuária do aquecimento solar isolado, passará a ser uma das primeiras parceiras da concessionária de energia elétrica da cidade do Rio, a Light.
No meio do ano, quando o novo sistema estiver funcionando, a residência se tornará uma geradora oficial de energia. Sim, isso é possível, embora a maior parte dos brasileiros sequer saiba. Há pouco mais de três meses, entrou em vigor resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que regula a geração descentralizada de energia no país. Até então, energias renováveis, como solar, eólica ou biomassa, podiam ser produzidas em casa, mas de forma isolada, pessoal. Agora, será possível uma residência fazer parte do sistema oficial de energia do país. Se produzir energia além do que a casa consome, esse excedente abastecerá os vizinhos. Se não produzir energia o suficiente, a residência receberá eletricidade da rede normal.Com a medida da Aneel, famílias já podem ter um sistema para produzir qualquer tipo de energia renovável em casa. Se a casa não conseguir produzir toda a energia de que precisa, pagará na conta de luz apenas a diferença. Caso gere excedente, receberá créditos para uso no futuro. As microusinas estão sendo consideradas uma forma de investimento, com retorno de longo prazo. No caso de Sônia, o investimento inicial foi de R$ 67 mil, que serão recuperados em cerca de nove anos.
Os painéis fotovoltaicos são caros, mas têm garantias de cerca de 25 anos, sendo que especialistas acreditam que podem durar até mais de 30 anos. Segundo avaliação da PSR Consultoria, o investimento é interessante e rentável para 32% do território nacional. A análise leva em conta o custo de R$ 8 por watt instalado e uma taxa de juros de 7% ao ano, além dos gastos com manutenção. A cogeração já é interessante para clientes de distribuidoras de Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Piauí, Distrito Federal, Acre e partes de Rio, Tocantins, Bahia, Pernambuco, Goiás e Rio Grande do Sul.
Para Bueno, o investimento na energia solar seria estratégico para o Brasil. Segundo ele, o potencial brasileiro é tal que, se toda a área alagada da usina de Balbina, no Pará — cerca de 2.350 quilômetros quadrados —, fosse ocupada por painéis solares com 10% de potência (considerado baixo), o Brasil produziria energia suficiente para abastecer todo o país por um ano inteiro e ainda gerar um excedente de 10% a 15%. A conta não inclui os custos da empreitada e foi feita apenas com intuito de mostrar o potencial de irradiação do Brasil — a maior usina solar do mundo, na Arábia Saudita, ocupa um total de 2,5 quilômetros quadrados.
Aumenta a pressão pela realização de leilões de usinas de energia solar, que, apesar de ser até quatro vezes mais cara que outros investimentos de geração centralizada, ajudaria a aquecer o mercado. A geração por parte de residências e pequenas empresas é a maior aposta de avanço, já que é mais competitiva. Se apenas 2% da área urbanizada fossem aproveitados para gerar eletricidade, toda a demanda brasileira poderia ser atendida. Para especialistas, a iniciativa faz ainda mais sentido em um país que, com a seca histórica registrada neste ano, sofrerá com o acionamento das termelétricas. Essas usinas, além de sujas, podem provocar um aumento na conta de luz recém-reduzida. A cogeração de energia solar, por sua vez, permite que alguns anos após o investimento, o consumidor nem tenha conta de luz para pagar, apenas a taxa de utilização da rede
No meio do ano, quando o novo sistema estiver funcionando, a residência se tornará uma geradora oficial de energia. Sim, isso é possível, embora a maior parte dos brasileiros sequer saiba. Há pouco mais de três meses, entrou em vigor resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que regula a geração descentralizada de energia no país. Até então, energias renováveis, como solar, eólica ou biomassa, podiam ser produzidas em casa, mas de forma isolada, pessoal. Agora, será possível uma residência fazer parte do sistema oficial de energia do país. Se produzir energia além do que a casa consome, esse excedente abastecerá os vizinhos. Se não produzir energia o suficiente, a residência receberá eletricidade da rede normal.Com a medida da Aneel, famílias já podem ter um sistema para produzir qualquer tipo de energia renovável em casa. Se a casa não conseguir produzir toda a energia de que precisa, pagará na conta de luz apenas a diferença. Caso gere excedente, receberá créditos para uso no futuro. As microusinas estão sendo consideradas uma forma de investimento, com retorno de longo prazo. No caso de Sônia, o investimento inicial foi de R$ 67 mil, que serão recuperados em cerca de nove anos.
Os painéis fotovoltaicos são caros, mas têm garantias de cerca de 25 anos, sendo que especialistas acreditam que podem durar até mais de 30 anos. Segundo avaliação da PSR Consultoria, o investimento é interessante e rentável para 32% do território nacional. A análise leva em conta o custo de R$ 8 por watt instalado e uma taxa de juros de 7% ao ano, além dos gastos com manutenção. A cogeração já é interessante para clientes de distribuidoras de Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Piauí, Distrito Federal, Acre e partes de Rio, Tocantins, Bahia, Pernambuco, Goiás e Rio Grande do Sul.
Para Bueno, o investimento na energia solar seria estratégico para o Brasil. Segundo ele, o potencial brasileiro é tal que, se toda a área alagada da usina de Balbina, no Pará — cerca de 2.350 quilômetros quadrados —, fosse ocupada por painéis solares com 10% de potência (considerado baixo), o Brasil produziria energia suficiente para abastecer todo o país por um ano inteiro e ainda gerar um excedente de 10% a 15%. A conta não inclui os custos da empreitada e foi feita apenas com intuito de mostrar o potencial de irradiação do Brasil — a maior usina solar do mundo, na Arábia Saudita, ocupa um total de 2,5 quilômetros quadrados.
Aumenta a pressão pela realização de leilões de usinas de energia solar, que, apesar de ser até quatro vezes mais cara que outros investimentos de geração centralizada, ajudaria a aquecer o mercado. A geração por parte de residências e pequenas empresas é a maior aposta de avanço, já que é mais competitiva. Se apenas 2% da área urbanizada fossem aproveitados para gerar eletricidade, toda a demanda brasileira poderia ser atendida. Para especialistas, a iniciativa faz ainda mais sentido em um país que, com a seca histórica registrada neste ano, sofrerá com o acionamento das termelétricas. Essas usinas, além de sujas, podem provocar um aumento na conta de luz recém-reduzida. A cogeração de energia solar, por sua vez, permite que alguns anos após o investimento, o consumidor nem tenha conta de luz para pagar, apenas a taxa de utilização da rede
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