Após
causar epidemias na Ásia, África, Europa e Caribe, o vírus chikungunya tem
grande possibilidade de se espalhar pelo Brasil e por outros países das
Américas, segundo um estudo desenvolvido pelo Instituto Oswaldo Cruz
(IOC/Fiocruz) em parceria com o Instituto Pasteur. A pesquisa, publicada no
Journal of Virology, revela que em cidades populosas como o Rio de Janeiro,
onde há grande infestação de mosquitos Aedes
aegypti, um dos vetores da doença, o risco de disseminação é muito
alto.
De acordo
com o pesquisador do Laboratório de Hematozoários do IOC e coordenador do
estudo, Ricardo Lourenço, a preocupação no continente americano cresceu depois
que casos suspeitos da febre do chikungunya foram identificados na ilha de
Saint Martin, no Caribe, em dezembro de 2013. "Desde 2004, o vírus vem se
alastrando pelo mundo e já houve registro de casos importados no Brasil, envolvendo
pessoas que viajaram para outros países. A transmissão da doença em solo
brasileiro ainda não ocorreu, mas a pesquisa recém concluída revela que há um
risco real e é preciso agir para evitar uma epidemia grave, uma vez que os
mosquitos transmissores são os mesmos da dengue", afirmou.
O estudo
comprova, pela primeira vez, que os mosquitos Aedes
aegypiti e Aedes albopictus de 10 países do continente americano
são altamente capazes de transmitir chikungunya. Porém, a maior eficiência para
disseminar a doença foi encontrada nos vetores da América Latina, com destaque
para o Rio de Janeiro. Em uma das populações de Aedes albopictus da cidade, foi identificado que 96,7%
dos insetos passaram a transmitir o vírus uma semana após ter ingerido sangue
contaminado. Porém, o vírus pode ser transmitido pela picada de mosquitos do
Rio de Janeiro apenas dois dias depois dos mosquitos terem sido infectados.
Não existe vacina, nem remédio
específico contra o chikungunya. O tratamento da doença consiste em hidratação
e uso de medicamentos para aliviar os sintomas semelhantes aos da dengue,
incluindo, ainda, fortes dores nas articulações que podem perdurar por vários
dias. Segundo a Organização Mundial da Saúde, complicações graves são raras,
mas em pessoas idosas, a infecção pode contribuir para a morte.
De acordo com o especialista, o
controle da doença depende do combate aos mosquitos.
Fonte: noticias.terra.
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