sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Médicos estrangeiros recebem flores...

Estrangeiros do Mais Médicos recebem flores e abraços

A manifestação para os médicos estrangeiros ocorreu após as aulas preparatórias. Ato, marcado via Facebook, foi realizado na Escola de Saúde Pública


TATIANA FORTES/ESPECIAL PARA O POVO
Além de carregar cartazes com palavras de saudação e de distribuir flores, eles cantaram músicas em espanhol

Três dias depois de terem sido hostilizados sob gritos de “escravos” e “incompetentes”, os médicos estrangeiros que estão em Fortaleza para receber formação do programa Mais Médicos foram novamente homenageados em um ato de boas-vindas, marcado por meio do Facebook.

Um grupo de 20 pessoas se reuniu na frente da Escola de Saúde Pública, no bairro Meireles, onde os profissionais passam pelas aulas do curso preparatório. Após as 18 horas, os integrantes do movimento foram convidados a entrar e realizar a homenagem no auditório.

Além carregar cartazes com palavras de saudação e de distribuir flores, eles cantaram músicas em espanhol. A médica Melina Mariscal, natural do México e formada em Cuba, agradeceu pela recepção. “Não imaginava que fossem fazer uma ação tão bonita, tão linda”.

Para a profissional de relações internacionais Karine Garcez, 39, a maneira como os médicos estrangeiros foram tratados foi absurda. “Fiquei indignada quando vi as fotos e os vídeos. Esse ato é o mínimo que podemos fazer para amenizar o tratamento dado a eles no início da semana. São profissionais dispostos a ajudar, principalmente nas cidades do interior”, lembra.

A médica Karoline Duarte, 35, brasileira formada na Rússia - mas que também passa pelo treinamento, por ter registro de trabalho estrangeiro - afirmou ter se sentido “profundamente honrada” ao receber as flores e as boas-vindas do grupo de brasileiros.

Hostilização

Durante a solenidade de acolhimento aos médicos estrangeiros, realizada pelo Ministério da Saúde (MS) na segunda-feira, 26, também na Escola de Saúde Pública, um protesto organizado pelo Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec) deixou os ânimos exaltados e acabou com insultos de “escravos”, “incompetentes” e “voltem para a senzala”.

As portas do prédio tiveram que ser trancadas e viaturas da Polícia Militar (PM), incluindo o Batalhão de Choque, foram acionadas para acompanhar os profissionais estrangeiros durante a saída. Eles já haviam sido hostilizados na chegada ao Aeroporto Internacional Pinto Martins, no domingo, 25. Nesse dia, foi necessária a interferência do secretário nacional de gestão estratégica e participativa do MS, Odorico Monteiro, para controlar os manifestantes.

Após o curso preparatório e avaliativo de três semanas, realizado em Fortaleza com coordenação da Universidade Federal do Ceará (UFC), os médicos aprovados começarão a trabalhar em municípios de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e que não captaram profissionais na primeira chamada do programa Mais Médicos.

Serviço
Para saber mais sobre o programa federal
Mais Médicos:
http://migre.me/fTV7c

Saiba mais

No total, 682 médicos formados no exterior participam do módulo de avaliação do programa, que acontece em oito capitais. A aprovação nesta etapa é condição para que eles comecem a atuar nos municípios, no dia 16 de setembro, segundo informou o Ministério da Saúde (MS). Do total de profissionais formados no exterior, 282 foram selecionados pelo edital, sendo 116 brasileiros graduados em outros países. A maior parte dos estrangeiros é da Espanha (31), Argentina (29) e Portugal (17). Os outros 400 médicos do grupo são cubanos e participam do programa por meio de acordo entre o MS e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).
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