Mostrando postagens com marcador LITERATURA. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador LITERATURA. Mostrar todas as postagens

domingo, 15 de março de 2015

ONDE JESUS ESTÁ SEPULTADO? - Crônica de João Eudes Costa



Sepultura em latim significa lugar onde se sepultam os cadáveres. Observando-se, através da história, o culto prestado aos mortos, deduz-se que os cuidados revestiam-se de duplos objetivos: o respeito aos mortos prestando-lhes a última homenagem e um sentido  religioso de crença numa outra vida. A privação da sepultura, pois,  era, na antiguidade, uma infelicidade, pois a alma do infeliz, segundo as crenças gregas, devia errar por muito tempo antes de chegar ao inferno.
O sepulcro foi e será sempre a morada dos mortos. Inútil, pois, procurar o local onde foi sepultado Jesus, porque ele não morreu. Foram seus fiéis anônimos seguidores que, mesmo sujeitos a represália dos algozes, O retiraram da cruz e o colocaram num improvisado jazigo que só serviu para que Jesus repousasse do martírio da crucificação.
Dali saiu e foi aos seus apóstolos, que estavam reunidos pesarosos e inseguros, lamentando a morte do Mestre. Foi, naquele momento, que Cristo os revelou que continuava vivo no meio deles, para fazer as últimas recomendações, aqui na terra, acerca do caminho que haveriam de percorrer, proclamando os sagrados ensinamentos da lei do Pai Eterno.
O verdadeiro sepulcro do Cristo Salvador encontra-se nos corações dos que plantam a semente da maldade e do desamor. Dos que não acreditam na sagrada missão de Jesus. Daqueles que, em busca das riquezas materiais, retiram o pão da mesa dos que pouco  possuem, proporcionando a fome fazer morada nos lares humildes, que também abrigam filhos de Deus.
Devemos considerar Jesus sepultado no coração dos que matam inocentes indefesos para roubar, deixando na orfandade crianças que sentem apagarem-se, para sempre, luzes que representavam o afeto, a solidariedade e a coragem para enfrentar e vencer a crueldade da violência e a terrível presença das drogas.
Condenamos, açoitamos, humilhamos     e voltamos a crucificar Jesus e O colocamos no sepulcro de nossos corações, quando guiamos a juventude para o caminho da perversão, para tanto, usando o dinheiro que serviu para identificar Cristo aos seus algozes.
No coração não ornamentado pelo colorido da humildade, da caridade, do perdão e do amor, ali sim está sepultado Jesus
Não vamos, pois, perambular pelo mundo sem conduzir a luz da fé em Deus, procurando em vão onde foi sepultado Jesus,vítima da  maldade do poder maligno de Pilatos que decretou a crucificação de Jesus julgando matá-lo para sufocar a grandeza da mensagem de amor que o Filho de Deus veio a terra para semeá-la.
Devemos procurar Jesus vivo nos locais, onde reunidos O reverenciamos reafirmando o propósito de seguirmos, fielmente, os sagrados mandamentos de Deus.
Somente assim, Jesus não contará para propagar as suas mensagens com apenas onze apóstolos, mas com número incalculável de crentes, sem divisão de templos, transformados em verdadeiros cultivadores da fé, da paz e do amor, semeando um vasto campo de pastagem farta, onde todas as ovelhas de Cristo alimentem-se com os benditos ensinamentos da Bíblia, guiadas por um único Pastor, que é Jesus, que nos conduzirá felizes e triunfantes ao Reino de Deus.
 

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

O Tempo - Bruno Paulino



O tempo
Amarelou os meus dentes
e as minhas fotografias.

Emudeceu minha voz
e atou os meus braços.

Curou minhas feridas
e silenciou minhas dores.

Matou minhas esperas
e enterrou minhas esperanças.

(Bruno Paulino)

sábado, 17 de janeiro de 2015

A Cisne Grasna a Mensagem da Boa Nova - João Eudes Costa


JOÃO EUDES COSTA

O estudo da astronomia é um dos mais antigos projetos científicos. Existe estudo dos astros feito pelos chineses há 3.000 anos A.C. Todavia, foi cientista alemão Frederico Guilherme Bessel, nascido em Minden em 1784, que, através de suas observações dos movimentos dos astros, resolveu estudar a constelação boreal Cisne, que, sem dúvida, é a mais rica em estrelas duplas ou múltiplas. Destaca-se no firmamento, superando ate mesmo a de Centauro a mais próxima de nosso planeta.
A ave CISNE, da família dos anatídeos, habita em lugares elevados, gritam quando em voos, um canto melodioso que a crendice popular atribui ao cisne moribundo.
O CISNE representativo de nossa faculdade não grasna por estar enfermo, prevendo o fim de sua existência. Nosso abençoado CISNE escolheu para construir sua morada e urdir o seu ninho no cume de um de nossos monólitos. Feliz passeia tranquilo por entre esses gigantes de pedra, solfejando a partitura da felicidade, sabendo que são atentos vigilantes a protegê-lo, garantindo a sua longevidade, para cumprir a missão de semear o saber, assegurando um futuro promissor a uma juventude, que reclama pela oportunidade de se libertar dos grilhões da ignorância.
Quixadá vive, hoje, mais um dia de glória, porque com a Inauguração da FACULDADE CISNE escrevemos mais uma bela página de nossa história.
A constelação de Cisne com a sua luminosidade despertou no astrólogo Bessel o interesse para estudo científico sobre a movimentação dos astros, quando então foi possível calcular a distância entre as estrelas.
A Faculdade Cisne foi a intensa luz que os cientistas das letras descobriram capaz de guiar, com segurança, a juventude pelo caminho em busca das memoráveis conquistas.
Frederico Diógenes Ferreira Cirino, Ciro Gomes Magalhães, José Nilson Ferreira Gomes Filho, Alineane Ferreira dos Santos e Dom Adélio Tomazim são fulgurantes estrelas da constelação de nosso Cisne, que não sobrevoará os inselbergs quixadaenses com a voz de lamento de um moribundo e sim com o alegre cantar de um mensageiro portador de notícias de otimismo no progresso da querida Quixadá e bem-estar de todos que amam, verdadeiramente, a nossa terra.
.Parabéns e gratidão aos que idealizaram e tornaram realidade esta grande obra, aos bravos operários, funcionários e todos aqueles que, de uma maneira ou de outra, colaboraram para efetivação deste momento festivo, que colocará Quixadá entre os importantes núcleos universitários do nordeste brasileiro.
Por mais humilde que sejamos, temos algo a oferecer para a concretização dos grandes projetos. A união em prol do bem estar coletivo é a essência da grandeza espiritual.
A Faculdade Cisne é bem o exemplo dessa assertiva. Os rios, por modestos que sejam, concorrem para a grandeza do mar. A gota d’água de nosso saber, unindo-se, transforma-se numa chuva torrencial capaz de formar o imenso oceano da cultura.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

O Triste Beija-Flor - João Eudes Costa




O TRISTE BEIJA-FLOR
JOÃO EUDES COSTA
Nenhuma tristeza no mundo poderá ser comparada a do minúsculo beija-flor, que pousado no galho de uma papoula, observa desolado um jardim com as plantas retorcidas, queimadas pela inclemência do sol, sem uma única flor, morrendo de sede, respirando sutilmente, como se vivesse nos últimos momentos da existência.
Atônito, sem encontrar qualquer motivação para viver, o Beija-Flor parou talvez para relembrar a felicidade do passado. Naquele profundo pesar, olhava para os quatro cantos do jardim, onde costumava passear alegremente, aflando sob a cadência de um delicado bater de asas, volteando entre roseiras coloridas. Beijando a face de todas demonstrava a carícia que mereciam pelo que representam pra o mundo, como obra de arte, que Deus deixou como símbolo da paz e da harmonia entre nós.
Para o beija-flor não fazia diferença que as rosas brotassem no solo da mata virgem, na latinha de flandres pendida na biqueira da casa humilde do sertão ou no vaso de prata que enfeita a rica mansão. Não importava que fossem do sofrido Nordeste, ou trazidas da bela primavera dos abastados países da Europa. Antes de beijá-las, não interessava saber se vão enfeitar as alegrias da vida, ou a tristeza da morte. Para o pequeno beija-flor todas são belas e nenhuma deixa de ser digna da reverência e do carinho.
Em gratidão a tamanho afeto e para que o beija-flor fosse cada vez mais belo e carinhoso, as flores ofertavam a doçura do néctar, que, segundo a mitologia, era a bebida dos Deuses gregos.
Por isso, o Beija-Flor estava tão triste. Sem a presença e alegria das flores, perdeu o entusiasmo ficando estático a pensar, ou quem sabe a chorar, sentindo a imensa dor, uma grande saudade, e o infortúnio de conviver num mundo de melancolia, sem o encanto e a singeleza de quem tanto amou.
Entre os humanos as flores devem ser as boas ações, que precisam ser cultivadas e receberem o beijo da paz e da compreensão, porque representam o amor, sem o qual todos também morreremos por inanição.
Se naquele jardim o Beija-Flor entristece com a morte das plantas que definham pela sede, no mundo todos nós também entristecemos pelo desaparecimento das flores extirpadas pelo ódio, pela violência e pela obstinação existente entre os homens.
Quem nos espreita à distância, igualmente constata a nossa tristeza, a nossa angústia, e há de nos ver solitários e pensativos, impotentes para amar, porque as roseiras que nos cercam estão todas mortas, queimadas pelo fogo da discórdia, esmagadas pelo peso do egoísmo, que nos isola na ilha da desilusão.
Embora pareçamos tristes como o beija-flor, a nossa dor, a razão de nossa amargura é bem diferente. Enquanto a delicada ave beija para saudar a rosa que nasce, a perfeição que surge, levando-lhe afeição e a alegria da vida, o homem beija, muitas vezes, para marcar a sua traição. O Beija-Flor chora a falta da rosa pelos beijos que não pode dar. Enquanto nós choramos de remorso pelo beijo que demos para enganar, para fingir e disfarçar a nossa maldade.
Afinal as rosas nascem, enfeitam o mundo com a mensagem da paz, e têm a necessária humildade para perfumar mãos que as destroem, que as ceifam e que as fazem morrer. Enquanto nós algemamos e abrimos chagas nas mãos que nos acariciam, e torturamos os corações que se abrem para nos acolher e amar.


quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

A Corrupção na Petrobras - Tião Simpatia



I
A indústria da propina
Que envolve a Petrobras
É o assunto que domina
A TV e os jornais
Nossa multinacional
Em um grande lamaçal
Encontra-se submersa
É lá no fundo do poço
Onde o petróleo é mais grosso
Que a corrupção começa.
II
Nas instâncias de poder
No Médio/Alto Escalão.
Quem escreve mas não lê.
As ordens do seu patrão
Tem alto preço a pagar...
Melhor é silenciar
Pra não “entrar numa fria”.
Só que Venina Velosa
Mulher firme e corajosa
Falou tudo que sabia.
III
Falou e deu nome aos bois
Ou à “vaca”, como queira...
Nada ficou pra depois
E a nação brasileira
Pode ter conhecimento
Do grau de envolvimento
De cada um no esquema
Com prova documental
Em Rede Nacional
Nos relatou seu dilema.
IV
Não quero ser redundante
Pois todo mundo já sabe
Sobre o escândalo gigante
Que nesse cordel não cabe,
Envolvendo a Petrobras.
Quero apenas, aliás
Como todo brasileiro
Prestar minha homenagem
A uma mulher de coragem
Que não cala por dinheiro.
V
Espero que os acusados
Gozem de ampla defesa
E os que forem condenados
Por desvios na empresa
Sejam imediatamente
Presos, mesmo independente
De cargo majoritário
E a grana desviada
Seja então recuperada
E devolvida ao erário.
VI
Falo como brasileiro
Que está indignado
Que trabalha o ano inteiro
Por um salário mirrado.
Mas não mancha sua honra
E nem aceita a desonra
De sua Pátria Natal.
Chega de corrupção!
Aos corruptos, a precisão!
Aos íntegros, pedestal.
Fonte:http://tiaosimpatia.blogspot.com.br/


sábado, 6 de dezembro de 2014

Crônica - E se Papai Noel vier?



E SE PAPAI NOEL VIER?
ÂNGELA BORGES
A noite enluarada e estrelada contrastava com a singeleza de uma humilde casinha de taipa que se encontrava completamente escura, se não fosse a tênue luz uma pequena lamparina.
Debruçada sobre um amarrotado pedaço de papel, uma pequena criança rabiscava, cheia de esperanças, uma cartinha para Papai Noel. Em sua inocência ela acreditava que, dessa vez, sua carta chegaria às mãos do bom velhinho e que seus pedidos seriam atendidos plenamente.
" Querido Papai Noel. Resolvi escrever, com bastante antecedência, para dar tempo o Senhor receber minha cartinha. Já escrevi várias vezes, mas não obtive resposta. Acredito que você tenha até tentado localizar minha casa, mas ela é tão pequenina e escondida num pedacinho seco do sertão do Nordeste, talvez por isso não a tenha encontrado.
Queria pedir um pequeno presente para mim e meus irmãos, pois nunca tivemos oportunidade de receber nenhum. Não desejo objetos valiosos, pois entendo que você tem muitas crianças para atender. Apenas gostaria de ver minha família feliz, tendo pão e água para sobreviver, sem precisar mendigar sob esse sol escaldante que queima a pele e abre feridas profundas na alma.
Lembre-se, Papai Noel, das inúmeras crianças, que nunca souberam o que é Natal e que ficam sempre a espera que seja colocado em seus chinelinhos postos na janela um punhado de esperança em dias melhores, e, quem sabe, assim amenizar a dor e o sofrimento estampado na face de nossos pais quando os indagamos sobre a sua vinda.
Como sou criança, desnecessário se torna dizer que não sonho com brinquedos bonitos, desses que só vejo em sonhos, pois entendo que mais importante que bens materiais é a felicidade de ter um lar e uma família que me ama, apesar das dificuldades que enfrentamos.
Queria pedir, de presente de natal, que o senhor fizesse renascer os rios que secaram por falta de chuva. Brotar o amor nos corações endurecidos pela ambição e que todos nós pudéssemos ter esperança em um mundo melhor, onde não existisse o ódio, o preconceito e a desigualdade social.
No dia em que se comemora o nascimento de Jesus, colocarei meus chinelinhos na janela, onde deixei durante esses anos todos, na esperança que, dessa vez, você os encontrará."
Enquanto a criança terminava sua cartinha, seus pais, já recolhidos ao leito, choravam a triste sina que carregavam, e com o coração partido, pensavam em mais um Natal que se aproximava, sem que pudessem oferecer aos filhos sequer uma digna refeição. Presentes era coisa que não podiam nem pensar, devido à situação de miséria em que se encontravam.
De repente, um anjo de luz soprou em seus ouvidos, fazendo renascer a esperança em seus corações: “E se Papai Noel vier?

terça-feira, 25 de novembro de 2014

O Sertão e o Mar

  


SERTÃO E O MAR
João Eudes Costa
Integrante da Academia Quixadaense de Letras
Há, realmente, muita diferença entre o sertão e o mar. Enquanto o mar é agressivo, irrequieto, barulhento e orgulhoso, o sertão é acolhedor, calmo, silencioso e humilde. O mar é o belo que todos temem. O sertão é o modesto que todos amam.
Pelo mar desfilam os grandes navios de luxo, cuja suntuosidade, chega a humilhar os que se deslocam, em viagens de turismo. Pelo sertão, caminham tropas de burricos e gemem, pelas estradas íngremes, os legendários carros de bois, tangidos por gente simples e sem ambições.
O mar deixa deslizar, em seu dorso, embarcações de guerra que vomitam fogo para destruir vidas. No sertão, a terra abre-se e no singelo milagre da fecundação surge a planta que dá o fruto para alimentar os homens.
No seu orgulho incontido, o mar não ama o marinheiro que, por anos, vagueia no seu dorso prateado. Por mais que o marujo goste do mar, dedicando-lhe toda a existência, ele jamais será capaz de oferecer-lhe, pelo menos, um túmulo onde possa descansar em paz.
Na sua humildade e bondade característica, o sertão jamais deixou de proporcionar um repouso eterno e digno aos heróis que lutaram e viveram sempre a seu lado.
O mar esconde, sob sua bravura, enormes tesouros e teima em não permitir que os homens deles façam uso, mesmo em proveito da humanidade.
O sertão, pelo contrário, entrega-se, pacificamente, às necessidades do homem e deixa tirar de suas entranhas até a última gota d’água, embora fique triste e seco, com as suas veias rasgadas e expostas ao calor que as destrói.
Por tudo isso o sertão é bem distante do mar. Quanto mais um avança, mais e mais o outro se afasta. Mesmo assim, não sei por que, penso que os dois se querem muito. Chego a pensar que o sertão, nas noites de luar, sobe o cume das serras, para espiar o mar se espreguiçar na areia branca da praia, já que não pode vê-lo de perto.
A timidez e a humildade do sertão não permitem que ele venha até ao mar, gigantesco e viril, dizer de seu afeto e amor.
Enquanto isso, o rugir do mar não é a agressividade que aparenta. Aquilo é o eco de seu gemido, da dor que se agrava nas solitárias noites sem luar, quando mais se agita e murmura, sentindo a falta do sertão, cujos pés passivos ele tem vergonha de beijar.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Padre Alessandro Campos, Missionário da Fé, da Alegria e do Amor - João Eudes Costa



MISSIONÁRIO DA FÉ, DA ALEGRIA E DO AMOR
JOÃO EUDES COSTA
                   Membro da Academia Quixadaense de Letras

   Aos povos do oriente surgiu, no firmamento celestial, uma 
fulgurante estrela. O aparecimento deste astro maravilhoso 
foi profetizado por Balaão, que dizia ser o anúncio do nascimento 
do libertador de Israel e Salvador do mundo.
   Os sábios, denominados de Reis Magos, acreditando na profecia 
que o Messias nasceria em Belém de Judá, para lá se dirigiram, 
onde encontraram o Deus Menino na humilde manjedoura, numa 
lapa que nem os que se apresentaram para o 
recenseamento determinado pelo Imperador Augusto 
quiseram ocupar, mesmo não existindo em Belém 
hospedaria suficiente para acolhê-los.
   A estrela guia que nos conduz à presença do Salvador 
não desapareceu do firmamento dos que têm fé. Ela voltou 
brilhante e triunfante indicando que em Quixadá 
encontraríamos um mensageiro de Cristo conduzindo na 
voz e no coração a verdadeira imagem de Jesus, envolta com 
a mesma simplicidade com que os Magos encontraram o Deus 
Menino na humildade de uma manjedoura.
   Neste momento temos o privilégio da companhia do Padre 
Alessandro Campos, autêntico propagador dos ensinamentos 
de Cristo professando a fé, a fraternidade e cantando 
alegremente louvores deste encontro com Jesus.
   O Padre Sertanejo, que a exemplo do Papa Francisco 
conquistou a admiração, respeito e afeto do Brasil, evangeliza 
com alegria, mostrando a felicidade plena de quem está em 
companhia de Deus. Este incansável e destemido vaqueiro 
busca as ovelhas que se encontram sem rumo, porque, na 
imensidão do campo da maldade, afastaram-se Jesus 
trocando-O por Barrabás.
   A cruz postada no cume de um de nossos gigantescos 
monólitos, símbolo de nossa fé, recebeu o Padre Alessandro 
com o abraço fraterno característico de nossa hospitalidade. 
   A cruz da fé sabia que adentrava em nossa Quixadá um 
enviado de Jesus, que através da música e mensagens 
transmitidas, que sopram em nossos ouvidos como um 
sublime som que nos faz dormir e sonhar com um jardim 
de violetas, espalhando perfume em nossa alma pelo feliz 
reencontro com o Pai protetor.
   Continue Padre Alessandro Campos nesta missão 
evangelizadora de fé, esperança e amor. O manto sagrado 
de Nossa Senhora Aparecida haverá de protegê-lo dos 
agressores e semeadores do mal. O Divino Espírito Santo 
o livrará da sanha dos que o atirarão pedras com 
vergonha dos próprios erros, mesmo ouvindo a sentença 
de Jesus: “Quem não tiver pecado atire a primeira pedra”.
Parabéns Padre Alessandro pelo método de seu 
trabalho evangelizador, levando alegria e amor a um 
mundo que se arde na febre da desunião e do ódio fazendo 
chorar as famílias que se cobrem de luto e de tristeza. 
   Você, porém, em nome de Deus, as tem feito sorrir 
felizes por reencontrar a verdadeira paz cantando 
em louvor à presença do Cristo Salvador.
   Em nome de Quixadá e de todo o Ceará o nosso 
agradecimento pela sua presença na sublime missão 
de reunir as ovelhas de Cristo no aprisco sagrado do amor.

    segunda-feira, 27 de outubro de 2014

    Passeando por Quixadá - Homenagem aos 144 anos de nosso município

    Passeando por Quixadá

    Outro dia saí a caminhar
    Sem saber ao certo onde parar
    Meu sonho era ainda encontrar
    A paz que conheci a me cercar.
    À medida que nas ruas adentrava
    Percebia quão inútil a minha busca
    Pois não encontramos  paz onde não plantamos
    E não estamos  preocupados em plantar.
    Se todos tivéssemos consciência
    Viveríamos num mundo bem melhor,
    Poderíamos caminhar por entre as rochas
    Que tão bem enfeitam Quixadá
    Sem ter que sentir medo ou angústia
    Pois o amor estaria em todo lugar.

                    Ângela Borges

    domingo, 5 de outubro de 2014

    A Triste Partida dos Animais



    Quando nos deparamos com uma longa estiagem, consideramos sempre a maior, de piores consequências e a mais sofrida. Na realidade, estamos cansados de tanto martírio. Cada seca representa uma chicotada cruel que recebemos e o nosso corpo está chagado e doído de tanto ser batido. A fortaleza do nordestino, tão decantada em prosa e versos, está enfraquecida, desmorona-se a cada investida. A resistência vai cedendo porque as armas ao nosso dispor são arcaicas, impotentes para enfrentar a terrível batalha. Se o corpo encontra-se dolorido, com a força comprometida, a alma também está ferida e chora amargamente o drama que vive. Não somos nós apenas quem padecemos. Os animais igualmente sofrem. Esqueléticos, vagueiam nos campos sem pasto. Inútil, buscam água nos bebedouros secos, marcados pela lama retalhada pelo sol impiedoso e causticante. O homem chora a sua desdita. Aquele rebanho, embora modesto, representa anos de intensa luta. Foi tudo que sobrou do árduo trabalho das lides rurais. Por muito tempo, a esperança caminhava no pasto verde e bebia fartamente no riacho corrente. Sem rumo, desesperado, sozinho, sem ajuda, o rurícola se sujeita a um mísero salário, obrigado a integrar um programa que o Governo do século do computador denomina de assistência às vítimas da seca, que se repete em todas as grandes estiagens.
    Enquanto isto, os órgãos criados para combate às secas continuam esvaziados, sem a mínima condição de desenvolver o importante programa, visando minimizar os catastróficos efeitos das secas na região nordestina. No momento não há opção. Tem que se desfazer do pequeno criatório. Entregar por migalhas os animais de estima, que ajudou a crescer e chamava carinhosamente pelo nome, sabia quem eram seus pais, data do nascimento, suas virtudes e suas fraquezas, era perder parte de sua própria vida. O abastado fazendeiro das zonas ricas do País chegou com a sua arrogância, muito dinheiro e comprou pelo preço que quis o que para o criador era toda a sua riqueza. O sertão fica cada vez mais pobre, sob o olhar indiferente dos que se acomodam nos palácios. Os capatazes tangem os animais às pauladas para o "brete", subindo a rampa, rumo aos carros que, de portas abertas, acolhem os famintos animais de nossa caatinga ressequida. Animais criados com tanto carinho e tratados com amor, são agora, como nós, vítimas da seca, espancados, expulsos da terra natal de onde partem para nunca mais voltar. O vaqueiro, que foi o portador da entrega, encosta-se às grades do gigantesco veículo finge contar os bovinos que, presos, maltratados e famintos iniciam a triste partida. De olhos úmidos, com coração em pranto, olha os animais, um a um, numa despedida cruel.
    O vaqueiro não sabe contar; na realidade, ele está chorando. Cada carreta que parte é mais uma chaga que se abre no peito daquele pobre homem. Enquanto o carro corre nas estradas asfaltadas, os animais urram de tristeza, num grito de dor e despedida e o criador esconde o rosto choroso, com as lágrimas tirando a poeira da terra seca, pondo mais sofrimento no espírito do infeliz trabalhador do sertão nordestino. Desfilam as carretas, com os animais, que partem do Nordeste. O gado berrando, o criador chorando e a miséria cada vez mais aumentando nesta região seca do Brasil. O vaqueiro, com o peito a soluçar, guarda de lembrança o chapéu, as perneiras e o gibão de couro, porque sabe ter sido aquela sua última viagem. A voz, ao tanger o gado para a venda, não foi o cantar alegre do vaqueiro cantador. Era o grito de revolta, a música da saudade, o soluçar de um pranto. Era um peito que chorava os tristes acordes de seu último aboio.
    João Eudes Costa
    Presidente da Academia Quixadaense de Letras

    terça-feira, 23 de setembro de 2014

    Lucinha, o céu precisou de sua luminosidade - João Eudes Costa

    LUCINHA, O CÉU PRECISOU DE SUA LUMINOSIDADE
    JOÃO EUDES COSTA
    O amor que dedicamos aos filhos muito se assemelha à beleza e grandiosidade de um rio, que, apesar de sua misteriosa força, apresenta-se com a mansidão dos benfeitores. Quanto maior o seu caminhar mais caudaloso se torna. Os afluentes que nele penetram o tornam cada vez mais afetuoso, semeando amor por onde passa.
    Por isso experimentei alegre expectativa quando aguardava o nascimento de minha filha Lúcia Maria, que seria mais um afluente do meu rio de amor formado por meus três filhos, navegantes da embarcação condutora da felicidade em nosso lar. Fechando os olhos num momento de enlevo espiritual, sentia Lucinha segurando, fortemente, a minha mão como se pedisse proteção na insegurança de seus primeiros passos. Ouvia a sua voz imitando o diálogo entre suas bonecas. Sentia a maciez de seus dedos acariciando meu rosto, agradecida pelas histórias que lhe contava, para colorir o seu mundo sem maldade. Eu a via correndo ao meu encontro para me abraçar e beijar, chamando-me de “paizinho do meu coração”.
    Quando Lucinha nasceu, foi um dia de festa para todos nós. Era mais um filete de água que descia do céu para tornar mais caudaloso o rio de nossa felicidade.
    Um dia, porém, a ciência, após extrair os dois olhinhos de nosso anjo atingidos por uma cruel infecção, fez a dolorosa revelação de que Lucinha havia nascido com expressiva deficiência física e além de não mais enxergar, possivelmente, não iria falar, ouvir nem andar.
    O impacto que senti ao ouvir tão dolorosa afirmação não há como descrever. Na solidão de minha tristeza interrogava-me: mas por que Lucinha havia sido vítima de tamanha limitação? Como poderia comigo conversar, correr ao meu encontro sorrindo e receber sua bonequinha companheira inseparável de sua inocência?
    Não demorou muito para reconhecer que a maior deficiência era a minha, por não entender a sapiência Divina que nos entregou Lucinha porque confiou em nossa generosidade e capacidade de amar. Quis Deus nos mostrar que por modesta que seja uma luz tornar-se-á incandescente quando estamos na escuridão. O Pai Celestial sabedor de nossas fraquezas, vendo-nos fascinados pelas luzes multicores da ilusória felicidade, veio em nosso auxílio mostrando-nos a autêntica claridade da fraternidade, da solidariedade, da humildade e do perdão.
    Lucinha sem jamais ter dado uma passada, privada da visão física pegou, com firmeza, em minha mão, sem tropeçar nos obstáculos da estrada, conduziu-me pelo caminho em que eu diariamente percorria indiferente à realidade do desamor que me cercava.
    Mostrou-me os cegos caminhando sem guia tropeçando na indiferença dos que enxergam. Os mudos acenando em vão para os que não se interessavam entender as suas súplicas. Os mutilados arrastando-se pelo chão, pisoteados, impiedosamente, pelos despudorados da solidariedade humana e onde a vingança, ocupando todo o espaço dos corações infartados pelo ódio, impede que neles sejam feita a cirurgia do perdão.
    Foi nesse ambiente de angústia e sofrimento que Lucinha pediu que eu permanecesse para compreender a diferença das ações dos que na avidez do possuir constroem seus palácios no alicerce do orgulho e da prepotência, com os que palmilham a trilha da fraternidade e da caridade que Jesus nos recomendou seguir.
    Deus foi benevolente com Lucinha, quando a entregou nos braços de uma mulher, símbolo do amor maternal, da dedicação e da renúncia, jamais se insurgindo contra os desígnios de Deus, porque sabia ser Divina a missão de sua filha aqui na terra. O exemplo de heróico sacrifício de Vandira transferiu para os outro filhos a força de um sublime amor, tornando-os verdadeiros Cirineus, ajudando, com desvelo, Lucinha conduzir a sua pesada cruz.
    Embora não tenha sido um pai com tantas virtudes, fui o mais beneficiado com a companhia de Lucinha, porque a segui resignado pelo sagrado caminho que ela indicou o único capaz de nos oferecer a verdadeira paz interior.
    A partida de minha filha deixou-me saudoso e temeroso sem saber como prosseguir no restante da jornada sem o brilho da querida estrela guia. Num dos momentos de meu pranto senti o abraço de Lucinha e ouvi sua voz dizendo: “Não chore pai, Deus chamou-me para outra missão, porque fez de mim uma de suas mensageiras do bem. Levou-me para poupar vocês de maior sofrimento. Daqui em diante, iria ficar sob a custódia da ciência, que, a todo custo, queria manter-me ao lado de vocês, mesmo com ajuda de aparelhos que me feriam o corpo. Será que era justo fazê-los também sofrer tanto?
    Esta mensagem vinda do céu confortou-nos, pela certeza de que Lucinha jamais sairá de nossas retinas e estará sempre sorrindo todas as vezes em que praticarmos os atos de caridade cristã que ela nos ensinou. Servindo de guia aos que não enxergam. Ajudando os paralíticos. Entendendo a súplica dos que não falam. Matando a fome e saciando a sede dos que mendigam caridade pelo amor de Deus. Abraçando os que nos ofenderam, agasalhando-os com o manto do perdão.
    Deus levou Lucinha, nossa estrela guia, mas deixou a sua luminosidade entre nós para que mostre o caminho onde possamos reencontrá-la na presença de Jesus. Na corte Celestial Ela feliz nos abraçará e ao Mestre nos apresentará como fruto de sua gloriosa missão aqui na terra.


    sexta-feira, 12 de setembro de 2014

    Lucinha, a Estrela Guia - João Eudes Costa

                  
                      LUCINHA, A ESTRELA GUIA.

                                       João Eudes  Costa

    Parabéns para você, LUCINHA, minha filha especial, que hoje comemora o seu trigésimo nono aniversário natalício e ainda não deu uma passada sequer sobre a terra, nem pronunciou uma única palavra para o mundo ouvir.
    Nascida sem qualquer condição visual, a ciência dos homens tentou faze-la enxergar, mas os caminhos aonde você veio para palmilhar são guiados por seu espírito de luz.
    Quem a vê assim, nessa mudez eterna, nessa inércia que para muitos poderia ser motivo de revolta, jamais pode saber o quanto foi importante o seu nascimento, o tanto que tem de luz a sua vida, e como importante se torna a mensagem que Cristo confia a cada um que põe sobre a terra.
    Deus na sua sapiência não se esquece de velar por este mundo cheio de angústia, inquietação, ambição e desamor. O Senhor não nos despreza, por maiores que sejam as nossas faltas, por mais injustos que sejamos com Ele. Sabe o que fazer com os seus filhos, e a cada um confia uma missão importante, não interessando a roupagem que proporciona ao mensageiro, pois a aparência física não retrata a essência que a alma concentra.
    O seu advento LUCINHA gerou a mesma expectativa que qualquer criança causa ao ser anunciada o seu nascimento. Quando você chegou que se identificou, confesso que houve uma surpresa, para não dizer uma coletiva decepção para nós. A nossa vaidade esperava mais uma criança bonita, para receber os elogios dos que vêem na matéria, na aparência física, tudo de bom que a vida encerra. Tudo, porém, foi diferente. Chegou você com a sua aparente fragilidade física, modesta sem merecer elogios, com os olhos cerrados para o mundo, sem querer percorrer caminhos e sem se interessar em ouvir, nem falar.
    Acercando-se de você, convivendo no seu mundo de reflexões, descobrimos toda a beleza da vida. Agora já sabemos que o impacto que sentimos, à sua chegada, foi a primeira reação que experimentamos, quando começamos a sentir ser rasgada a máscara de nossa prepotência, da vaidade, de nosso orgulho e da falta de solidariedade humana. Hoje sabemos o tanto que vivíamos mergulhados na profundidade das fúteis ilusões. Descobrimos o nada que a nossa existência representava para o bem-estar dos que rastejavam em torno de nossa aparente felicidade. Conscientizamo-nos que nenhuma parcela tinha sido dada por nós, para que houvesse mais tranqüilidade, e paz social.
    Se os seus olhos não quiseram enxergar o mundo, é porque a sua alma tinha a força necessária para descobrir tudo que nós no total de nossa capacidade visual, não éramos capazes de vislumbrar. Se as suas pernas não quiseram caminhar, é porque a estrada por onde você iria passar não necessitava de longas jornadas, e você sabia que a felicidade está bem pertinho de cada um, desde que tenhamos a necessária humildade para procurar perfume nas singelas flores silvestres que pisamos em nossas andanças em busca da ambição. Se a sua voz ainda não se fez ouvir, é porque você sente que o amor desconhece idioma, e nenhuma palavra tem maior força do que um olhar de piedade, de solidariedade e de compreensão.
    Tudo isto, LUCINHA, aprendemos com você. Somos gratos pela dádiva que Deus nos ofertou, pondo, ao nosso lado, uma luz de tanto esplendor. Com os defeitos que possuímos. Com a maldade que conduzimos arraigada ao mais elementar princípio de egoísmo, não tínhamos como merecer tanto privilégio. A sua chegada representou uma bendita luz, que iluminou caminhos diferentes, dando acesso a um mundo que há bem pouco estava imerso na escuridão de nossas vaidades pessoais.
    Não a queremos por piedade, nem esconder em nosso conforto as frustrações de uma revolta. Hoje não entenderíamos nossa vida, sem a sua presença. Não nos seria mais confortante viver, se as nossas mãos não servissem de apoio a alguém. De nada nos interessaria poder andar, se não fosse à busca do amor fraternal. Nossos olhos de nada valeriam se não enxergassem a bela estrada, por onde devem caminhar aqueles que aprenderam a renunciar em benefício do bem-estar do próximo.
    Para os que não tiveram o privilégio de possuí-la, você pode parecer uma pesada cruz. Para nós, porém, que tivemos a suprema glória de sua companhia, chegamos a ter pena de você não pela sua aparente fragilidade física, mas pela pesada incumbência que teve aqui na terra. Você foi o nosso Simão Cirineu que veio para nos ajudar a levar o pesado madeiro, que nossa maldade fez por merecer.
    Hoje, no seu aniversário, para nós, é um dia de festa. Uma festa diferente, onde não há músicas especiais, comidas extras, nem a variedade de ricos presentes, ornamentando uma cama ricamente postada. Comemoramos a sua festa natalina com a simplicidade que você representa, mas com a sinceridade de um amor que não morre, porque foi uma bendita dádiva que você nos ofertou.
    Obrigado LUCINHA você é a nossa fonte de forças e a nossa maior esperança de um encontro com a felicidade plena, chegando à presença de Deus, levados por suas mãos, conduzidos pelas suas pernas, quando então agradeceremos ao Criador pela luminosidade que pôs em nossos caminhos e você será abraçada, carinhosamente, por Jesus pela brilhante missão que cumpriu na terra.