sábado, 10 de agosto de 2013

Falece hoje o primeiro bispo de Quixadá...


O primeiro bispo da diocese de Quixadá foi Dom Joaquim Rufino do Rego, piauiense de Picos, onde nasceu em 14 de janeiro de 1926, filho de José Gomes do Rego e Tereza Maria de Jesus.
Foi ordenado em Roma no dia 5 de outubro de 1952. Regressando ao Brasil, iniciou seus trabalhos em Oeiras, no Estado do Piauí, em fevereiro de 1954, como vigário auxiliar da Catedral.. Dirigiu  o ginásio municipal de Oeiras, cidade em que também exerceu as funções de Secretário do bispado. Em sua terra natal permaneceu como vigário até 30 de abril de 1971, quando foi escolhido Bispo de Quixadá, pelo Papa Paulo VI.
Homem simples, amigos de todos, fez por merecer o carinho dos quixadaenses. Quando partiu de Quixadá para assumir sua nova diocese na Parnaíba, um expressivo número de fiéis o acompanhou, numa grande demonstração de afeto.
Com a saúde bastante debilitada, faleceu hoje à  tarde, em sua terra natal, Picos. Descanse em Paz.


PARABÉNS DOM RUFINO, NOSSO PASTOR, BENFEITOR E AMIGO
JOÃO EUDES COSTA
Em agosto de 1971 chegava a Quixadá Dom Joaquim Rufino do Rego para tomar posse como o primeiro bispo da Diocese de Quixadá. Era enorme a expectativa da família católica de toda a região, jurisdicionada pelo novo bispado. Quixadá, principalmente, vivia a expectativa de conhecer o seu novo pastor, porque ha quase quatro décadas tinha à frente de sua paróquia o Padre Luiz Braga Rocha, que dedicou toda a sua vida sacerdotal aos seus paroquianos. Foram 39 anos de trabalho, e extraordinário desvelo em prol do bem-estar dos quixadaenses, atuando com destaque e eficiência, beneficiando todas as camadas sociais de Quixadá.
Por mais esforço que os católicos e o vigário da paróquia fizeram para proporcionar a Dom Rufino meios para que pudesse executar o seu plano de atuação episcopal, havia muito ainda o que realizar para corresponder à expectativa criada em torno dos benefícios que traria a Diocese.
Para Dom Rufino o desafio não poderia ser maior. Tinha a missão de implantar a diocese, sem a estrutura necessária para um funcionamento que correspondesse à expectativa dos católicos e atingisse as metas de seu programa de trabalho. Realmente era uma tarefa árdua, que exigia dedicação e sacrifício.
Com a segurança que norteia as decisões de um administrador ponderado e cônscio de sua responsabilidade;. com a humildade que caracteriza um espírito de luz e a intrepidez que identifica a coragem de um nordestino, Dom Rufino conseguiu fincar as primeiras pilastras de sustentação de nossa Diocese, em cujos alicerces o seu sucessor, Dom Adélio, está construindo uma grande obra.
A primeira preocupação de Dom Rufino, ao assumir a Diocese, foi visitar todas as paróquias de sua jurisdição, manter contato com os padres e reunir-se com as entidades de classe para divulgar o seu plano de trabalho e pedir apoio do povo em geral, sem o qual pouco poderia fazer. Tornava-se impossível à expansão de atividades religiosas, com o número de padres disponível. Por não haver um prédio onde funcionasse um seminário, passou a receber em sua própria casa os jovens que mostravam interesse pela vida sacerdotal.
Inicialmente, os seminaristas faziam o curso básico no Ginásio Valdemar Alcântara, estabelecimento de ensino dirigido por religiosos. Tornou-se pois indispensável a construção de um Centro Vocacional, onde funcionasse o seminário e abrigasse entidades religiosas e o Centro de Treinamento Pastoral.
Dom Rufino com a sua simplicidade conquistou a confiança de seus seguidores católicos o que facilitou a construção do Centro Vocacional, apesar das dificuldades que enfrentou para que a obra fosse erguida em condições de proporcionar a execução de um vasto programa de evangelização e formação de novos padres. Residindo no Centro Vocacional, assumiu a reitoria do seminário porque não dispunha de padres para assumir o cargo.
Impossível para o bispo recém empossado trabalhar sozinho, gerir um seminário, executar tarefas inerentes ao bispado, cuidar, com a eficiência desejada, da catequese, organizar Comunidades Eclesiais de base e outras atividades religiosas, sem a participação efetiva dos católicos. Por isso, conseguiu a vinda de seis congregações religiosas para a Diocese. As religiosas, em parceria com as demais entidades católicas, deram grande impulso ao trabalho pastoral, fazendo com que a Diocese de Quixadá se nivelasse e até superasse as demais do Ceará. Para o êxito desse trabalho muito contribuiu a Coordenação Diocesana de Pastoral, composta por padres, religiosas e supervisionada pelo próprio Bispo.
Com o objetivo de fortalecer a vida cristã da família, foi implantado o Cursilho de Cristandade, Encontro de Casais com Cristo, Legião de Maria, Serra Clube, além de intensificar o ensino religioso nas escolas. A catequese também foi alvo de ampliação no seu raio de ação, com a criação da Coordenação Diocesana de Catequese.
Dom Rufino não dispunha de recursos suficientes para ampliar a parte física das dependências disponíveis para abrigar as entidades criadas e outros eventos indispensáveis às atividades crescentes da Diocese. Mesmo assim, construiu Centro Vocacional Pio XII, o Centro de Treinamento Pastoral, Salão Paroquial e a nova residência para o Bispo. Concluiu a torre da Catedral, cujos serviços foram supervisionados pelo Monsenhor Luiz Braga Rocha, construtor daquele templo, quando vigário de Quixadá.
Dentro das limitadas condições financeiras da Diocese, Dom Rufino representou a igreja católica nos movimentos de assistência aos flagelados da Seca. Conseguiu com a Cáritas e paróquias mineiras gêneros alimentícios para distribuir com as famílias carentes. Quando as chuvas voltaram ao sertão, encetou um programa de distribuição de sementes para o plantio, a fim de fartar a mesa sem pão do pequeno produtor rural, livrando-o da humilhante condição de pedinte.
Em 1986, a Igreja necessitou de Dom Rufino para a concretização de nova missão, transferindo-o para Parnaíba, onde assumiu a bispado daquela cidade piauiense.
Quixadá recebeu com pesar a transferência de seu querido pastor. Durante quase 15 anos em que permaneceu em Quixadá, Dom Rufino conquistou a amizade dos quixadaenses. A prova de nossa afeição pelo querido bispo ficou demonstrada na solidariedade dos católicos de Quixadá, que, em vários ônibus, se deslocaram até Parnaíba, para prestigiar a posse de Dom Rufino, em sua nova Diocese.
Embora agradecidos por tudo que fez por nossa terra, os quixadaenses voltaram de Parnaíba tristonhos, porque deixaram um grande amigo e benfeitor além de uma estrela que iluminou novos caminhos para que marchássemos irmanados pelos caminhos impérvios que nos conduzem à presença de Cristo.
Por tudo isso que construiu de bom para todos nós, pelo carinho que nos dedicou, pelos novos caminhos que abriu para a nossa caminhada de harmonia e paz, hoje, Dom Rufino estamos contentes, comemorando, o seu aniversário natalício. Quase todos os padres que participam desta concelebração em ação de graças pela passagem de seu aniversário foram jovens que você acolher em seu coração, os fez adentrar no seminário para continuidade da missão que Jesus iniciou semeando fraternidade, amor e paz na terra aos homens de boa vontade.
No dia em que nasceu já havia sido escolhido por Jesus para cumprir esta nobre e gloriosa missão em nossa terra, semeando harmonia em nossas famílias e reavivando nossa fé no Jesus salvador, em cuja companhia teremos força para vencer a maldade deste mundo, aquecido pela febre da violência.
Não devemos repetir a maldade feita em Belém de Judá. As portas de nossos lares não podem ser fechadas, impedindo que Jesus faça de nossas casas a manjedoura da salvação e do amor.
Somente quem vive do amanho da terra é capaz de avaliar a difícil estrada a ser palmilhada, entre o preparo do solo para plantio e a colheita. Os obstáculos são enormes, somente superados pela tenacidade do homem do campo, cuja têmpera nordestina não se deixa vergar por mais temível o adversário e mais renhida que seja a batalha.
O Senhor, Dom Rufino foi este Agricultor dedicado, persistente e de fé inabalável que chegou entre nós, fez o plantio, regou com sacrifício e o suor de seu trabalho. Agora volta ao nosso convívio para colher o fruto de seu labor, expresso em tudo que construir de bom para nós. Sente-se na farta mesa da ceia de nossa gratidão e amor. Sinta-se em casa e se alimente das sementes que você transformou em pão. Neste momento, somos felizes em sua companhia. Somos gratos, admiradores e seus apóstolos, porque aprendemos com o Senhor enfrentar a incompreensão, a injustiça, a maldade e a incredulidade dos que não acreditam na força do amor.
Diante desses ensinamentos haveremos de vencer como você triunfou, desde que sigamos as suas passadas, copiemos a sua mansidão, imitemos a sua fé e façamos novos plantios, não para armazenar em nossos celeiros, mas para distribuir com os que precisam, como você nos ensinou, dando-nos exemplo da grandeza da doação. Com a sua simplicidade aprendemos que a prepotência só apresenta o seu fortuito brilho, enquanto não chega a exuberante luz da humildade
Parabéns Dom Rufino pelo seu aniversário natalício, receba dos quixadaenses não presentes em ouro e prata, mas o amor de todos nós, expresso na moeda da gratidão, acunhada em consistente metal, garimpado no mais sagrado tesouro, encravado na profundeza de nossos corações.

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