quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Ela é demais...

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Escrito por Mylton Severiano e Kátia Reinisch

Se transformássemos todas as florestas em papel, talvez não chegasse para imprimir o quanto se disse sobre a flor mais cultivada, símbolo de tudo o que dignifica. Uma poeta deu explicação de poeta para tal fascínio: Uma rosa é uma rosa é uma rosa.

Ela simboliza beleza e perfeição desde a antiguidade. Coroava a fronde dos nubentes e dos vencedores. A rainha egípcia Cleópatra recendia a rosas e atapetou o palácio com suas pétalas até a altura dos joelhos para receber o amante, general romano Marco Antônio.

Foram chineses os primeiros a descobrir também suas virtudes gastronômicas, medicinais – e afrodisíacas, presentes no frutinho, recheado de aquênios, aquelas sementinhas como as do figo, morango, amora. As aristocratas se beneficiavam de sua rejuvenescedora essência; acredite se quiser: são 5 toneladas de pétalas para obter-se 1 litro do óleo essencial, item obrigatório da farmacopeia chinesa, listado no antiquíssimo tratado de botânica Pen Tsao (2900 a. C). Aliás, não há planta com mais registros históricos. A poeta grega Safo a chamou Rainha das Flores no século 6 a. C.; no século seguinte, Confúcio tinha vários livros sobre ela e relatou que havia mais de 600 na biblioteca imperial chinesa.

A família, Rosácea, nos presenteia com perfumes e sabores delicados; veja que parentes ela tem: maçã, morango, cereja, pera, pêssego, ameixa. Para atingir seu grau de evolução, teremos de nos aperfeiçoar muito. Ela já habitava o hemisfério norte há 35 milhões de anos, milhares de séculos antes de surgir o Ardipithecus, nosso mais antigo ancestral conhecido (4,4 milhões de anos). Através dos milênios, e da ação humana, as 126 espécies primitivas resultaram em mais de 30 mil variedades.
Trazida pelos jesuítas em 1560, dos quintais passou às nossas praças públicas. E, no meio do século 20, batizou Cotia, colada à capital paulista, de Cidade das Rosas – graças ao jardim com centenas de canteiros coloridos e perfumados, a Roselândia, criada em 1929 por uma família alemã vinda da Cidade das Flores, Erfurt. Visitamos Roselândia em dezembro de 2009. Não abre mais para o público. O bem-humorado Arno Boettcher, aos 64 anos, toca a missão que herdou dos pais, conformado com o “progresso”: a urbanização desordenada trouxe inundações e o obrigou a mudar de lugar; a falta de educação de gente que ali ia para depredar o levou a cancelar visitas. Mas segue vendendo mudas, para o Brasil todo. “Também pela internet”, avisa.

Pelo Correio, a rosa hoje cruza os céus e chega faceira a qualquer cidade. De todo modo, viva o “progresso”.


Lenda da mitologia greco-romana

Adônis, tão belo que desperta a paixão de Afrodite, é morto por um javali. Condoído, Zeus o transforma na anêmona, para Afrodite o ter durante a primavera; e transforma as lágrimas da deusa da beleza em rosas brancas. Mas, ao tentar salvar Adônis, ela feriu-se num espinho, seu sangue tingiu a flor (e a rosa vermelha tornou-se o símbolo da paixão). Os deuses do Olimpo, extasiados, acrescentam à rosa o perfume da ambrosia, néctar que os nutre e lhes dá a imortalidade. Está pronta a rainha das flores.


Cada cor uma mensagem

Não cometa gafes. Veja o que significa oferecer rosas da cor: amarela amizade, alegria, amor platônico, intenções futuras; branca reverência, paz, perdão, sentimento puro, superação emocional; champanha admiração, simpatia; mesclada em tons claros solidariedade; mesclada em tons vermelhos amor, felicidade; rosa carinho, afeto respeitoso; rosa-chá gratidão, satisfação; vermelha paixão, desejo intenso, adoração; vermelha e amarela votos de felicidade; vermelha e branca votos de harmonia.

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