quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Parteira do imperador atendia de princesas a escravas

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Escrito por Danilo Ribeiro Gallucci

12 de abril - dia da parteira

1866. Uma francesa de aspecto peculiar chama a atenção na fervilhante sociedade fluminense. Com 22 anos de formada, Madame Durocher é nomeada parteira oficial da residência do imperador. Oportunidade honrosa e inédita, num tempo em que a medicina era controlada pelos homens. Talvez por isso ela se vestisse de casaca e cartola, o que também era prudente quando tinha de socorrer parturientes na calada da noite.

Vinda de Paris, Durocher chegou no Brasil aos sete anos. Diplomada no Curso de Partos da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, acompanhava nascimentos na casa das gestantes. Maternidades não existiam, e a enfermaria da Santa Casa era de dar medo.

A profissão até que era comum, mas diplomadas como ela eram poucas. Logo fez-se conhecer pela cidade. Só no primeiro ano de atividades, mais de 50 pacientes. Prestou serviços a filhas de ilustres personagens da capital do Império, como nobres, políticos e até à princesa Leopoldina. Seu prestígio não afetava o profissionalismo. Atendia de damas da sociedade a escravas e negras forras.

Trabalhava além do necessário. Cuidava de recém-nascidos, indicava amas-de-leite, tratava de doentes de febre amarela e cólera; dava pareceres sobre defloramento.

Ao longo dos 60 anos de profissão, realizou cerca de 5 mil partos. Foi parteira-sócia da Imperial Academia de Medicina, feito até hoje não repetido.
Fonte: www.almanaqueabril.com.br

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