sexta-feira, 5 de abril de 2013

O VALIOSO TEMPO DOS MADUROS


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> Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a
> frente do que já vivi até agora.
> Tenho muito mais passado do que futuro.
> Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas.
> As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltavam poucas,
> rói o caroço.
> Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
> Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
> Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram,
> cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
> Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos
> inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
> Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da
> idade cronológica, são imaturas.
> Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de
> secretário geral do coral.
> As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos.
> Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência,
> minha alma tem pressa...
> Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana,
> muito humana, que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos,
> não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade...
> Só há que caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.
> O essencial faz a vida valer a pena.
> E para mim, basta o essencial!
>
> Ricardo Gondim

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