Flanêur de Lá nas Marinheiras e outras crônicas.
Ler as crônicas do livro “Lá nas Marinheiras e
outras crônicas” (2012) é viajar pela história de Quixeramobim, do Ceará.
Viajar pelo olhar de Bruno Paulino.... é uma leitura agradável, de volta no
tempo, o leitor mergulha em suas histórias que se identificam com as histórias
do leitor, lembranças boas, saudosas. Tudo mostra que Bruno é menino
observador, que colhe do cotidiano as pérolas para suas crônicas. O autor,
precisa ser flanêur para colher essas perólas. É isso que Bruno faz. É preciso
ter TEMPO para O OUTRO.
O que Bruno fez quando fomos conhecer
Quixeramobim? Teve TEMPO para conversar
conosco. Bruno nos deu o seu TEMPO para nos ouvir. Lá nas Marinheiras é fruto
desse TEMPO que autor reserva para identificar as pérolas que povoam seu
universo, seu cotidiano. Elas estão ali, a espera de quem está a espreita, para
colhê-las. E ele, escolhe justamente O TÉDIO como disfarce para, sabiamente,
identificar e colher cada uma delas. Em Lá nas Marinheiras, gostei de me
encontrar com Graciliano, Suassuna, Drummond, Fausto Nilo, Padre Cícero....gostei
de estar "Lá nas Marinheiras" pelo olhar de um jovem que, de tão jovem, conseguiu
perceber as riquezas do cotidiano, da vida.
Edna Freitas, é Mestre em literatura pela Unb.
.
É preciso ser flanêur para colher tais pérolas.
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