Alimentar-se de forma inadequada e manter uma vida sedentária são hábitos que a população dos países em desenvolvimento – entre os quais o Brasil – aprendeu rapidamente. Mas o problema vai além dos quilinhos a mais, e as consequências de uma dieta desequilibrada são grandes para a saúde. Uma delas corresponde ao fator de risco para as doenças do sistema circulatório como infartos e derrames: o diabetes mellitus.
Sua prevalência tem aumentado em proporções epidêmicas. Estimativas da
Organização Mundial da Saúde (OMS) sugerem que aproximadamente
180 milhões de pessoas no mundo apresentam diabetes e, provavelmente, esse
número será mais que o dobro em 2030. Os países em desenvolvimento são os que
mais apresentam aumento de casos. A possível razão é a maior expectativa de vida
da população, além dos maus hábitos alimentares e do sedentarismo. A OMS estima que quase 80% das
mortes causadas por diabetes ocorrem em países de baixa e média renda, sendo que
a maioria dessas pessoas tem mais de 70 anos.
"O ideal é não esperar os sintomas surgirem para procurar um médico. Com exames periódicos, é possível diagnosticar o aumento da glicose e iniciar o tratamento precocemente", informa o médico. Casos de diabetes na família são sinais de que o acompanhamento periódico é recomendável, pois o problema pode ser herdado.
Quando associado à obesidade, os riscos para a saúde são ainda maiores. "Hoje, a epidemia de diabetes manifesta-se até entre as crianças, por estarem cada vez mais obesas", explica o dr. Lerario.
Os principais sintomas são:
Em alguns casos é possível controlar o diabetes apenas com dieta alimentar e prática de atividades físicas. Mas muitos pacientes precisam de medicação. As boas notícias são que há formas de identificá-la ainda no início e que existem tratamentos cada vez mais avançados, incluindo o exame de monitoração contínua da glicose.
Mal silencioso
O ideal é não esperar os sintomas surgirem para procurar um
médico. Com exames periódicos, é possível diagnosticar o aumento da glicose e
iniciar o tratamento precocemente"
Um dos principais problemas do diabetes é que ele pode se desenvolver de
forma assintomática – quando os primeiros sinais de alerta começam a aparecer, o
quadro já está bem estabelecido. Prova disso é o Censo Nacional sobre a
Prevalência do Diabetes do Ministério da Saúde, realizado na década de 1980, que
mostrou que 50% dos diabéticos desconheciam o diagnóstico."O ideal é não esperar os sintomas surgirem para procurar um médico. Com exames periódicos, é possível diagnosticar o aumento da glicose e iniciar o tratamento precocemente", informa o médico. Casos de diabetes na família são sinais de que o acompanhamento periódico é recomendável, pois o problema pode ser herdado.
Quando associado à obesidade, os riscos para a saúde são ainda maiores. "Hoje, a epidemia de diabetes manifesta-se até entre as crianças, por estarem cada vez mais obesas", explica o dr. Lerario.
Na dose certa
O nível normal de glicose no sangue é abaixo de 100 mg/dl. Nos casos avançados de diabetes, esse índice ultrapassa os 180 mg/dl alguns sintomas podem aparecer. "Antes disso já se considera diabetes, e vários problemas vão sendo causados mesmo que não haja sintomas", ressalta o endocrinologista.Os principais sintomas são:
- aumento do volume da urina - ao que chamamos de poliúria
- aumento do apetite - ao que chamamos de polifagia
- aumento da sede - ao que chamamos de polidipsia
- coceiras pelo corpo e, no caso das mulheres, em especial na região vaginal
- alterações visuais ('vista embaçada')
Em alguns casos é possível controlar o diabetes apenas com dieta alimentar e prática de atividades físicas. Mas muitos pacientes precisam de medicação. As boas notícias são que há formas de identificá-la ainda no início e que existem tratamentos cada vez mais avançados, incluindo o exame de monitoração contínua da glicose.
Alternativas para o tratamento
Embora a insulina injetável seja ainda bastante utilizada, os medicamentos evoluíram muito e há outras formas de controlar o diabetes.Medicamentos orais
Hoje existem mais de dez tipos. Uma opção médica é combinar dois ou mais medicamentos para equilibrar o nível de glicose.Exame de monitoramento contínuo da glicose
Com esse exame é possível verificar a qualidade do controle do
diabetes, estabelecendo claramente os períodos do dia em que o paciente
encontra-se descompensado"
O exame é feito com a inserção de um sensor sob a pele. O sensor fica ligado
a um monitor que registra, de forma praticamente contínua, os níveis de glicose
no sangue. Pode ser utilizado de 24 a 72 horas. A partir desse monitoramento, é
desenvolvido um relatório que auxilia o médico na administração de tratamentos.
"Com esse exame é possível verificar a qualidade do controle do diabetes,
estabelecendo claramente os períodos do dia em que o paciente encontra-se
descompensado", explica Simão Lottenberg, endocrinologista do HIAE e responsável pelo
exame.
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