Estreito de Bering
Historiadores e sociólogos atribuem aos asiáticos o povoamento do
continente americano. É do Professor Paul Gendrop, da Universidade do México,
esta observação: “A presença do homem no continente americano não parece ultrapassar de 30 a 40 mil anos. O indígena americano teria suas origens em
outros lugares. Provavelmente foi Ásia que forneceu o essencial desse
contingente humano numa époc
a em que os gelos recobriam o estreito, construindo
uma imensa ponte que durante milênios permitiu a passagem de contínuas vagas
migratórias, atraídas, sem dúvida, pelos múltiplos recursos dessas novas
terras, principalmente a caça”. Com a passagem do tempo histórico, esse estreito marítimo passou a ter
significativa importância econômica. Situado entre o extremo oriental da Rússia,
a Sibéria, na Ásia, tinha do outro lado o território do Alaska, então
pertencente ao Império russo. Com o desaparecimento do gelo naquela região há
imemoriável tempo, fez-se objeto do interesse do Czar Nicolau I (1825/1855). Esse
estreito recebeu o nome de Bering em homenagem a Vitus Jonassen Bering (1681/1741),
navegador a serviço da Rússia, que o atravessou, em 1728, identificando sua
profundidade e condições de navegabilidade. Situado
fora do continente asiático, em tempo mais adiante o Alasca era explorado pela
Rússia como fonte de renda com o comércio de peles de animais silvestres, mas
nunca despertou nos russos interesse por sua povoação. Bering constatou
que tem a largura de 85
quilômetros e profundidade variando entre 30 a 50 metros . Mais ou menos
no meio dele existem as Ilhas Diomedes: “Um
lugar no mundo em que os territórios dos Estados Unidos e da Rússia estão a
menos de 4 (quatro) quilômetros de distância entre elas”. Essas duas ilhas
são conhecidas como Grande Diomedes e Pequena Diomedes: “separadas por uma faixa de água que fica congelada durante boa parte do
ano, permitindo a passagem a pé entre
elas. A grande Diomedes o ponto mais a leste da Rússia. A Pequena Diomedes é o
ponto mais a oeste de território americano. Durante a Guerra Fria (1945/1991)
os nativos russos e americanos não podiam navegar entre elas, nem trocar
qualquer tipo de informação. Período que
ficou conhecido como “Cortina de Gelo”. O fato curioso é que entre essas
ilhas passa a “Linha Internacional de Data”: “criando um fuso horário de menos de 24 horas numa distância que uma
ilha pode ver a outra”. Em
decorrência da Guerra da Criméia, entre 1853 e 1856, os recursos financeiros do
tesouro imperial russo ficaram depauperados. O Czar Nicolau I tendo em vista
que o comércio de peles havia diminuído consideravelmente, decidiu desfazer-se
daquele apêndice territorial que lhe causava incômodos por ser muito distante
da sede do Império e do custo em mantê-lo. Tomando conhecimento dessa disposição
do Czar, o Secretário de Estado dos Estados Unidos, William Henry Seward, “um ardente expansionista”, convenceu o
Presidente Andrew Johnson (9865-1869 a encaminhar ao Congresso pedido de autorização
para comprar o Alasca. Concedida a autorização, os americanos pagaram ao governo
da Rússia a importância de 7.200.000 (sete milhões e duzentos mil dólares),
transação efetuada no dia 30 de março de 1867. No dia 18 de outubro daquele ano
a bandeira americana tremulou pela primeira vez em Juneau, capital do Alasca, como
o Estado nº 50 dos Estados Unidos.

Quanto à venda
do Alaska há também a versão de que o Império Russo o vendera aos Estados
Unidos visando a tolher os interesses do Império Britânico sobre aquela
estratégica área, tendo em vista que eles (os ingleses) estavam cada vez mais expandindo
suas “garras” teritoriais. Há de se recordar que naquela altura do século XIX os
norte-americanos não tinham o poderio econômico e militar que alcançaram após a
2ª guerra mundial (1939/1945) e não provocavam preocupação ao Império russo.
Já houve
cogitações de ser construída uma ponte ligando o Alasca à Sibéria, ponte que
seria denominada Ponte Intercontinental
da Paz. Houve também a idéia da construção de um túnel sob o Estreito de
Bering. Com o poderio industrial e militar dos Estados Unidos após a 2ª Guerra
Mundial tornou-se aquele país a maior potencia do mundo contemporâneo. O Estado
do Alasca, dispondo de vastas florestas, minérios, grande reserva de petróleo etc., se tornou em estratégico
território para os interesses dos Estados Unidos. Por certo os atuais
dirigentes da Rússia lamentam a decisão do Czar de ter vendido o território do
Alasca aos americanos!
Colaboração
de Paulo Segundo da Costa, 2013.
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