quinta-feira, 9 de maio de 2013

ESTREITO DE BERING


Estreito de Bering

Historiadores e sociólogos atribuem aos asiáticos o povoamento do continente americano. É do Professor Paul Gendrop, da Universidade do México, esta observação: A presença do homem no continente americano não parece ultrapassar de 30 a 40 mil anos. O  indígena americano teria suas origens em outros lugares. Provavelmente foi Ásia que forneceu o essencial desse contingente humano numa época em que os gelos recobriam o estreito, construindo uma imensa ponte que durante milênios permitiu a passagem de contínuas vagas migratórias, atraídas, sem dúvida, pelos múltiplos recursos dessas novas terras, principalmente a caça”. Com a passagem do tempo histórico, esse estreito marítimo passou a ter significativa importância econômica. Situado entre o extremo oriental da Rússia, a Sibéria, na Ásia, tinha do outro lado o território do Alaska, então pertencente ao Império russo. Com o desaparecimento do gelo naquela região há imemoriável tempo, fez-se objeto do interesse do Czar Nicolau I (1825/1855). Esse estreito recebeu o nome de Bering em homenagem a Vitus Jonassen Bering (1681/1741), navegador a serviço da Rússia, que o atravessou, em 1728, identificando sua profundidade e condições de navegabilidade. Situado fora do continente asiático, em tempo mais adiante o Alasca era explorado pela Rússia como fonte de renda com o comércio de peles de animais silvestres, mas nunca despertou nos russos interesse por sua povoação. Bering constatou que tem a largura de 85 quilômetros e profundidade variando entre 30 a 50 metros. Mais ou menos no meio dele existem as Ilhas Diomedes: “Um lugar no mundo em que os territórios dos Estados Unidos e da Rússia estão a menos de 4 (quatro) quilômetros de distância entre elas”. Essas duas ilhas são conhecidas como Grande Diomedes e Pequena Diomedes: “separadas por uma faixa de água que fica congelada durante boa parte do ano, permitindo a passagem  a pé entre elas. A grande Diomedes o ponto mais a leste da Rússia. A Pequena Diomedes é o ponto mais a oeste de território americano. Durante a Guerra Fria (1945/1991) os nativos russos e americanos não podiam navegar entre elas, nem trocar qualquer tipo de  informação. Período que ficou conhecido como “Cortina de Gelo”. O fato curioso é que entre essas ilhas passa a “Linha Internacional de Data”: “criando um fuso horário de menos de 24 horas numa distância que uma ilha pode ver a outra”. Em decorrência da Guerra da Criméia, entre 1853 e 1856, os recursos financeiros do tesouro imperial russo ficaram depauperados. O Czar Nicolau I tendo em vista que o comércio de peles havia diminuído consideravelmente, decidiu desfazer-se daquele apêndice territorial que lhe causava incômodos por ser muito distante da sede do Império e do custo em mantê-lo. Tomando conhecimento dessa disposição do Czar, o Secretário de Estado dos Estados Unidos, William Henry Seward, “um ardente expansionista”, convenceu o Presidente Andrew Johnson (9865-1869 a encaminhar ao Congresso pedido de autorização para comprar o Alasca. Concedida a autorização, os americanos pagaram ao governo da Rússia a importância de 7.200.000 (sete milhões e duzentos mil dólares), transação efetuada no dia 30 de março de 1867. No dia 18 de outubro daquele ano a bandeira americana tremulou pela primeira vez em Juneau, capital do Alasca, como o Estado nº 50 dos Estados Unidos.
Quanto à venda do Alaska há também a versão de que o Império Russo o vendera aos Estados Unidos visando a tolher os interesses do Império Britânico sobre aquela estratégica área, tendo em vista que eles (os ingleses) estavam cada vez mais expandindo suas “garras” teritoriais. Há de se recordar que naquela altura do século XIX os norte-americanos não tinham o poderio econômico e militar que alcançaram após a 2ª guerra mundial (1939/1945) e não provocavam preocupação ao Império russo.
Já houve cogitações de ser construída uma ponte ligando o Alasca à Sibéria, ponte que seria denominada Ponte Intercontinental da Paz. Houve também a idéia da construção de um túnel sob o Estreito de Bering. Com o poderio industrial e militar dos Estados Unidos após a 2ª Guerra Mundial tornou-se aquele país a maior potencia do mundo contemporâneo. O Estado do Alasca, dispondo de vastas florestas, minérios,  grande reserva de petróleo etc., se tornou em estratégico território para os interesses dos Estados Unidos. Por certo os atuais dirigentes da Rússia lamentam a decisão do Czar de ter vendido o território do Alasca aos americanos!
 Colaboração de Paulo Segundo da Costa, 2013.

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