JOÃO EUDES COSTA
Neste dia em que se prestam justas homenagens às mães,
não se riam de minha fraqueza, tenham piedade de meu pesar, deixem-me chorar. A
nostalgia não cabe em meu peito, que sinto querer explodir, porque não consigo,
de outra maneira, expressar a saudade que, neste momento, sinto de minha
mãe.
Estas lágrimas escrevem para ela um poema que não sei
compor, para retratar o afeto e a saudade que são sinônimos de meus
sentimentos.
Esforço-me para rir, mas não consigo superar a emoção.
Podemos fingir e enganar muita gente, mas o meu coração não me deixa mentir,
porque ninguém o poderá fazer gargalhar, pois está envolto numa grande
dor.
Estas lágrimas podem representar minha fraqueza perante
os que riem, porém as considero sublimes porque refletem o meu sagrado amor
filial. Quero que este pranto fale do grande amor que tenho por minha mãe, que
partiu, deixando-me o legado da gratidão.
Não se é feliz sorrindo para ocultar a tristeza, temendo
que outros se divirtam, zombando de nossa melancolia. Num momento de tantos
festejos um olhar saudoso não consegue mentir, através de um sorriso banhado por
sentidas lágrimas.
Desejo apenas que a minha prece de saudade tenha força
para subir ao céu e encontrar-se com a fulgurante estrela que minha mãe
representa no firmamento Divino, abraçando-a e revelando a minha mensagem,
confessando que, desde a sua partida, ando procurando-a em todas as esquinas de
meu mundo de ilusão.
Choro, sem consolo, com os olhos fitos na lembrança
de minha mãe. Não é fraqueza, porque os fortes também choram. Quem
sorri de amor, também um dia há de verter lágrimas, porque só vive eternamente
sorrindo, quem nunca amou, porque jamais experimentou a dor da eterna
separação.
Mamãe a senhora partiu muito cedo. Sei que Deus a
chamou para uma nova e nobre missão. Por que não pediu ao Divino
Mestre para me levar a seu lado?
Sou grato por tudo que me ensinou, o tanto que me
protegeu, pelo imenso amor que me dedicou e pelos caminhos do bem que me ensinou
a caminhar. Tenho certeza, porém, que, ao seu lado na sua nova missão, eu ainda
tinha muito que aprender. Ficaria mais forte para palmilhar os impérvios
caminhos da vida. Mais humilde para vencer a arrogância. Menos egoísta para
superar a ambição. Pensaria mais nos outros, pois foi esta lição de
desprendimento que a senhora sempre ensinou na prática da caridade que fez aos
pobres e aos desamparados, excluídos pela sociedade
desumana.
Receba querida
mamãe as minhas lágrimas da saudade e delas faça um colar de pérolas e ponha
sobre o seu peito, para que eu permaneça sempre perto de seu coração. João Eudes Costa

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