A PRAÇA.
Bruna Borges Costa
Bruna.quixada@hotmail.com
Chega a ser intrigante a paz e a
tranqüilidade que são emanadas de alguns lugares que são muito comuns. Às vezes
passamos por esses lugares diariamente e não percebemos o quanto são
simplesmente especiais. A gente acaba se deixando levar por todo o
corre-corre, todas as obrigações e pela pressão que os outros colocam sobre nós
e até mesmo as nossas próprias cobranças. Acabamos nos esquecendo do NOSSO
tempo. Eu não estou falando de esquecer de fazer as unhas, sair com os amigos
ou fazer compras, não, nada disso! Eu estou falando de tirarmos um tempo pra
nos desintoxicarmos de tudo isso que ocupa nossa mente no decorrer da semana.
Eu sou uma estudante, mas nem por isso
julgue que me esforço menos, me estresso menos e nem imagine que sofro menos
pressão.
Pois bem, um dia desses fui liberada
mais cedo e por algum motivo que desconheço, resolvi sentar em um banco de
praça. Passei uns cinco minutos, ocupada pensando nos meus próprios problemas e
nas suas possíveis soluções, até que um canto de pássaros me tirou do transe. E
havia pássaros naquela praça? Eu já havia passado por lá inúmeras vezes e nunca
havia reparado na presença deles. O lugar sempre me pareceu desanimado e
demasiadamente normal. Uma vez tirada do meu mundinho, pude perceber também a
presença da brisa que acariciou meu rosto, e foi impossível conter o sorriso.
Por mais que muitas pessoas transitassem pelo local, a paz contida ali era
incontestável. Por um minuto ri de mim mesma pelo fato de eu ter me irritado
com coisas tão simples e nunca ter parado pra olhar o que estava a minha volta.
Como fui boba!
Depois voltei meus olhos para as
pessoas que passavam apressadas, com o rosto sério e tenso. Pareciam tão
imersos nas obrigações e nos problemas que não enxergavam a beleza da praça.
Pareciam robôs programados pra fazer a
mesma coisa todos os dias, e sempre passei por lá da mesma maneira. Eu também
não conseguia ver a beleza daquele lugar.
Bruna Borges Costa
Membro da Academia
Quixadaense de Letras
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