A missa em comemoração às Bodas de Diamante do casal aconteceu na capela do Remanso da Paz e foi celebrada por Dom Adélio Tomasin e logo em seguida os parentes e amigos dirigiram-se para a Fazenda Pé de Serra, de propriedade de Paulinho Holanda e sua filha Everane, onde houve uma bela festa.
A Fazenda Pé de Serra, além do extremo bom gosto em sua decoração, conta também com um grande Centro de Eventos, local onde foram recebidos os convidados, com um cardápio variado e de muito requinte.
Crônica sobre a bendita união de Acyro e Vilani - 60 anos - 21.900 dias de verdadeira renúncia.
AMOR É RENÚNCIA
João Eudes Costa
Não é o juiz nem o padre. Não são as testemunhas, caprichosamente escolhidas que unem, para sempre, duas pessoas que confessam o desejo de casar.
O casamento para ser duradouro e não se desmoronar ao açoite do primeiro vendaval, deve ter bases bem mais sólidas do que duas assinaturas formais ou aposição de alianças nos dedos das mãos.
Na verdade, não há união quando ela se sustenta em convenções e interesses sociais ou por imposições teológicas e legais.
O amor, apregoado a todo o momento, objeto de tantas juras, também não é sustentáculo de casamento duradouro.
Para que um casal permaneça unido e experimente a grandiosidade do amor é indispensável que ambos, diariamente, rezem a oração da renúncia, vivida em todos os momentos. Amor não vive de formalidades de se dizer que o possui só se concretiza na renúncia de todos os dias.
Logo na decisão de casar, de constituir novo lar, iniciamos um penoso processo. Não é fácil deixar o aconchego do convívio de onde nascemos, demos os primeiros passos e recebemos as primeiras manifestações de afeto. Ficar longe dos pais, irmãos e dos hábitos que moldam a nossa vida, não é fácil.
Na convivência diária, a renúncia deve tornar-se cada vez mais e mais repetitiva. As dificuldades de uma convivência a dois geram constantes problemas que só serão resolvidos se cada um doar um pouco de si.
A renúncia em benefício do amor extirpa o orgulho, dilacera o egoísmo e rasga o invólucro protetor de nossa vaidade.
Não manteremos sólida uma união conjugal se não aceitarmos as limitações do companheiro. Considerando as nossas deficiências, não poderemos buscar no outro, nem exigir que ele detenha a perfeição que não possuímos.
Devemos ofertar nossas virtudes ao companheiro e, com humildade, confessar as fraquezas, recebendo dele a complementação necessária para suprir as nossas deficiências.
Um casamento também não tem estabilidade, quando a abnegação é constante apenas de um lado. Se só um cede, só um se sacrifica, o alicerce da união conjugal tende a se corroer, porque um casal não encontra felicidade sem a reciprocidade da doação.
Se vivermos a ceder sem a correspondência do companheiro, além de alimentar a vaidade e o orgulho do outro, aos poucos, vamos perdendo a motivação para continuarmos lutando, para manter de pé o edifício que representa a união conjugal
No casamento não deve existir o mais inteligente, o mais sábio, o menos bonito, o mais pobre nem o menos social. Deve existir uma constante soma de valores, porque tudo que se divide, tudo que se isola e o que nele nada se soma, torna-se frágil e cada vez menos consistente.
Quando perdemos a capacidade de renunciar; quando os defeitos do companheiro passam a nos incomodar; quando só aceitamos as virtudes do outro, aí o casamento chegou ao fim.
Pode ser tolerado pelas conveniências sociais ou pelo sentimento religioso, mas, na realidade, não mais existe o vínculo de solidez que só o amor proporciona. Sem a compreensão, que fortalece, a união é intolerável e está preste a desmoronar, porque não se mantém de pé com a sua base estrutural corroída e irremediavelmente comprometida.
A vida conjugal, pois, cobra entendimento diário durante toda a existência e nos faz adquirir o hábito de buscar no companheiro a complementação indispensável para a felicidade plena.
Na cerimônia do casamento, esqueçamos as formalidades legais e façamos o pacto sincero da renúncia, pois, somente assim, poderemos amar e ser amado verdadeiramente, usufruindo, sem ambição, do direito determinado pelos homens e das bênçãos de Deus.
Nas preces ao Senhor pela felicidade do lar, conjuguem, diariamente, o verbo renunciar em todos os seus tempos. Este será o adubo que fará crescer e frutificar a bela semente que o casal plantou no coração, a fim de que se constitua numa abençoada árvore altaneira, capaz de resistir o ímpeto do sopro maligno do vendaval destruidor, que só não poderá vencer a força do amor, que há de se multiplicar, sob a bênção e proteção da Sagrada Família de Nazaré.
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