O elefante e a estaca
Quando eu era pequeno adorava o circo e, por isso mesmo, nunca perdia uma única ida deste fantástico mundo à minha cidade.
Uma das coisas que, desde muito pequeno me intrigou foi que, os elefantes, enormes, estavam sempre presos por uma pata a uma pequena e insignificante estaca de madeira.
Claramente, o elefante poderia, em qualquer altura que quisesse, puxar a estaca com toda a facilidade e fugir dali para fora; no entanto, não o fazia.
Por quê?
Finalmente, numa das minhas muitas idas ao circo, recebi resposta de um dos tratadores.
O elefante era levado para o circo ainda bebê, e preso com uma estaca pequena de madeira.
Ora, nessa altura o elefante não tinha muita força, e as suas tentativas iniciais de puxar a estaca e fugir eram sempre em vão; assim sendo, a certa altura o elefante deixava de puxar: resignava-se.
E resignava-se de tal modo que, passado anos, quando já era enorme e forte, continuava convencido de que a estaca que o prendia era mais forte e que ele nem sequer se dignava a tentar outra vez, não fazendo sequer ideia da surpresa que teria se tentasse uma vez mais.
Esta história fez-me pensar, acerca da resignação das pessoas, do inconformismo.
Esta história fez-me pensar, acerca da resignação das pessoas, do inconformismo.
Quantas estacas haverão na nossa vida e na nossa sociedade que ilusoriamente nos prendem, porque simplesmente, a certa altura, deixamos de tentar?
E, por sua vez, que surpresas não teríamos nós se, um dia, decidíssemos tentar só mais uma vez?
E, por sua vez, que surpresas não teríamos nós se, um dia, decidíssemos tentar só mais uma vez?
Muitas vezes não vemos a força que cada um de nós transporta. Ficaríamos admirados e ficamos sempre quando vemos que somos mais fortes do que o julgamos.
Mas o meu espanto entra aí: quando reparamos que somos mais fortes, por que é que não tentamos sempre retirar essas estacas?
E por que é, que cada vez que retiramos, ficamos sempre tão admirados?
É... achamo-nos muito espertos e senhores dos nossos narizes, mas no fundo não passamos de pequenos (ou grandes) e ingênuos elefantes do circo.
E por que é, que cada vez que retiramos, ficamos sempre tão admirados?
É... achamo-nos muito espertos e senhores dos nossos narizes, mas no fundo não passamos de pequenos (ou grandes) e ingênuos elefantes do circo.
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