segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Uma vida a serviço de Deus - Crônica de João Eudes Costa




UMA VIDA A SERVIÇO DE DEUS
JOÃO EUDES COSTA
A vida é uma caminhada, cuja distância é determinada pela missão a 
ser cumprida, com estações onde, obrigatoriamente, chorando ou 
rindo, temos que parar.
São paradas onde muitos de nossos queridos companheiros da 
viagem despendem-se para sempre, enquanto desconhecidos 
embarcam para consolar o nosso pranto.
Da infância ao fim da jornada damos diferentes denominações às
 etapas da vida. Deus nos manda para cumprimento de missões
 diversas, para tanto nos veste de pureza, porque do céu não 
mandaria seus emissários para combater o mal sem as 
virtudes necessárias para semear a paz e o amor.
Mesmo sabendo que a viagem terá que chegar à última estação,
 que denominamos de morte, queremos sempre adiar esta 
fatídica parada.
No transcurso da viagem, nos separamos para sempre de pais, 
irmãos, filhos, parentes e amigos queridos, que levam para o jazigo 
parte da nossa própria vida. Choramos a grande perda, sentindo a
 dor da cruel punhalada transpassando o nosso coração, que 
esgotando a reserva sanguínea, faz jorrar sentidas lágrimas para 
retirar de nosso rosto a poeira da saudade.
Acabamos de perder a companhia de uma querida quixadaense. 
Maria Pordeus, estimada por seus pendores, respeitada pelo exemplo
 de vida e de tenacidade nas grandes batalhas que venceu. A 
querida apóstola de Jesus partiu, repentinamente, sem se despedir 
nem abraçar familiares e amigos, levando, na agenda do 
coração, anotados compromissos para o dia seguinte, todos 
voltados para suas atividades na caridade, na solidariedade, no 
cultivo da semente do amor e do perdão.
Criou, orientou e educou seus filhos com enorme sacrifício, sem
que nenhum obstáculo impedisse a sua gloriosa e vitoriosa 
caminhada em busca da felicidade deles. A sua fé na companhia
de Cristo jamais deixou arrefecer a coragem de realizar o sonho
 de construir um castelo para sua família. Não uma morada suntuosa 
que ostentasse riqueza material e sim um abrigo que acolhesse
a dignidade, a humildade, a honestidade e onde não faltasse um 
aposento para acolher Jesus, guia e luz que mostra o caminho 
capaz de conduzir todos ao paraíso celestial.
Recomendava aos filhos não procurar a felicidade nas trevas com o 
farol da mentira, da traição e do desamor. Afirmava que a paz 
só a encontramos com a incandescente luz da verdade, da caridade e
do perdão, pois o bem que fazemos na véspera nos traz alegria ao 
raiar do novo dia.
Pelo fato de ter partido inesperadamente não quer dizer que tenha 
sido de sua vontade antecipar a morte, pois só perdemos a vontade 
e o entusiasmo de viver quando sentimos insegurança sem a 
companhia de Jesus.
A determinação e o destemor com que enfrentava as agruras da vida
a transformou numa invencível guerreira, pois os fortes sabem 
que o medo e a covardia são assassinos de ideais.
A sua ausência de nosso convívio deixou tristonhos todos que 
tiveram o privilégio de usufruir de sua grandeza espiritual. 
Conforta-nos, porém, saber que, pelo seu mérito, Deus a chamou 
para nova e importante missão.
Quando as lágrimas não mais turvarem nossa visão, volvemos o 
olhar para o céu, porque Maria Pordeus também estará olhando
e intercedendo por todos nós. Vejam, em cada estrela, a sua 
imagem tranqüila passeando entre as nuvens banhada pela 
chuva bendita do amor. Mesmo com a graça de residir no 
paraíso celestial, não se esquecerá dos amigos, parentes, dos 
filhos, netos, genros, noras e especialmente de seus bisnetos. João 
Gabriel, o mais novo de sua descendência, por ter com sua 
bisavó convivência diária ainda procura sua “VOVÓ” no firmamento 
de sua inocência, suplicando o carinhoso abraço que dela 
recebia frequentemente.
Descanse em paz Maria Pordeus você cumpriu com grandeza a 
missão que o Criador lhe confiou. Este reconhecimento também 
ficou expresso por seus conterrâneos, na homenagem que lhe 
foi prestada por ocasião da missa celebrada em sua memória, 
quando a nossa catedral tornou-se pequena para receber todos 
que ali demonstraram o reconhecimento pela pessoa especial que 
você representou em vida. 


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