sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Após tumulto e confusão, Câmara aprova reajuste dos servidores

Após empurra-empurra, sindicalistas ocuparam plenário da Câmara para barrar votação do reajuste. Vereadores transferiram sessão para o auditório e aprovaram a proposta de 5,7% de reposição para servidores municipais

EVILÁZIO BEZERRA
Manifestantes ocuparam plenário para impedir a votação

No fim de ano mais movimentado dos últimos tempos na Câmara Municipal, a penúltima sessão ordinária de 2013 foi marcada por tumulto, empurra-empurra e protesto. Integrantes do sindicato que representa os servidores municipais ocuparam o plenário, interrompendo os trabalhos. Mesmo sob protestos da oposição e dos sindicalistas, a presidência transferiu a sessão para o auditório, sem a presença dos servidores. No fim, o reajuste de 5,7% para o funcionalismo foi aprovado com 29 votos a favor e sete contra.

A sessão transcorria normalmente até o momento em que Nascélia Silva, presidente do Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos de Fortaleza (Sindifort) forçou a entrada do plenário junto com outros três integrantes do sindicato. Houve confusão e princípio de conflito.

“O prefeito, através da mesa de negociação permanente, não nos chamou para apresentar uma proposta, não negociou com a representação nem deu tempo de a gente discutir o reajuste. (...) Não estamos sendo respeitados por essa gestão”, disse Nascélia, enquanto estava no plenário. Ela e os demais sindicalistas chegaram a ocupar a Mesa Diretora e dizer “não vai ter sessão”. Nascélia é filiada ao Psol, e foi candidata à vereadora na última eleição, ficando na condição de suplente.

Após vários minutos de sessão interrompida, o presidente Walter Cavalcante (PMDB) deu seguimento aos trabalhos mesmo com a presença dos sindicalistas no plenário. Alguns vereadores contestarem, e a sessão foi transferida para o auditório, ao qual tiveram acesso apenas vereadores, assessores e imprensa. Servidores foram para as janelas protestar, mas guardas municipais reforçaram a segurança. Apesar da tensão permanente, não chegou a haver confronto.

Votação
Após longa discussão e pedidos da oposição para que a matéria fosse retirada de pauta, o projeto foi aprovado. “Me sinto em uma sessão secreta, onde não tem participação popular”, disse Toinha Rocha (Psol), que classificou a sessão como “uma vergonha” e votou contra o projeto. “Se dependesse da vontade política, seria um reajuste muito superior, mas a Prefeitura tem que trabalhar dentro de sua realidade financeira”, argumentou o líder do Governo, Evaldo Lima (PCdoB). Além disso, citou, algumas dezenas de sindicalistas que estiveram na Casa não representam o pensamento da maioria dos servidores.

Saiba mais

O reajuste de 5,7% vale para os servidores em geral. Para os professores, que constituem a maior parte do funcionalismo público municipal, o percentual será de 13,3%.

A proposta inicial dos sindicatos era de 15% para todos os servidores e 19% para professores.

Segundo Evaldo Lima, caso isso fosse concedido, estariam sendo comprometidos R$ 200 milhões. “É quase toda a capacidade de investimento do Município”, compara.

Com o reajuste, a folha de pagamento da Prefeitura terá impacto de R$ 136 milhões a mais em 2014, indo para R$ 2,5 bilhões.

Votação
Quem votou a favor:
Adail Júnior (Pros), Alípio Rodrigues (PTN), Ba (PTC), Carlos Dutra (Pros), Carlos Mesquita (PMDB), Casimiro Neto (PP), Cláudia Gomes(PTC), Didi Mangueira (PDT), Adelmo Martins (Pros), Evaldo Lima (PCdoB), Fábio Braga (PTN), Gelson Ferraz (PRB), Germana Soares (PHS), Iraguassu Teixeira (PDT), Joaquim Rocha (PV), John Monteiro (PTdoB), José do Carmo (PSL), Leda Moreira (PSL), Magaly Marques (PMDB), Mairton Felix (DEM), Marcio Cruz (PR), Marcos Aurélio (PSC), Martins Nogueira (Pros), Paulo Diógenes (PSD), Professor Elói (Pros), Tamara Holanda (PSDC), Vaidon Oliveira (PSDC), Wellington Saboia (PSC), Zier Ferrer (PMN).

Quem votou contra: Guilherme Sampaio (PT), Acrísio Sena (PT), Deodato Ramalho (PT), Ronivaldo Maia (PT), João Alfredo (Psol), Toinha Rocha (Psol) e Capitão Wagner (PR).

Quem não votou: Vítor Valim (PMDB), A onde é (PTC), Antônio Henrique (Pros), Benigno Júnior (PSC), Eulógio Neto (PSC), Leonelzinho Alencar (PTdoB). O presidente da Casa, Walter Cavalcante (PMDB), não tem direito a voto nessas situações.

Fonte: Departamento Legislativo da Câmara              

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