quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Família de sírios está alojada em paróquia de Fortaleza

Família pediu refúgio no Brasil por causa da guerra na Síria. Pedido deverá ser analisado pelo Comitê Nacional de Refugiados 


A família de refugiados está alojada na Paróquia da Paz, no Meireles

Os 11 cidadãos sírios que fugiram para o Ceará estão alojados na Paróquia da Paz, no bairro Meireles, em Fortaleza. Os estrangeiros foram flagrados com passaportes falsos no Aeroporto Internacional Pinto Martins, no dia 3 de dezembro, tentando embarcar para Lisboa (Portugal).

A titular da Delegacia de Imigração da Polícia Federal (Delemig) no Ceará, Alexsandra Reis, explica que ao serem descobertos, os sírios pediram refúgio em solo cearense em virtude da guerra no país asiático. “O patriarca pediu refúgio. Eles afirmam não ter dinheiro para se manterem”, diz a delegada.

O grupo fala apenas árabe e prestou depoimento na Superintendência da Polícia Federal com o auxílio de um intérprete. A família, que está no País sub judice, é formada por um casal de idosos, três crianças de colo, três adolescentes e três adultos.

A Polícia Federal vai encaminhar um pedido de refúgio ao Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), vinculado ao Ministério da Justiça, em Brasília. Segundo a delegada Alexsandra, o comitê se reúne apenas duas vezes ao ano. O próximo encontro deve ocorrer ainda no início de 2014 e o outro apenas no segundo semestre. “Enquanto não sair a decisão de refúgio do Conare, eles devem permanecer aqui”, diz a delegada. Se quiserem deixar o Ceará, os estrangeiros precisam comunicar à Polícia Federal. Caso contrário, perderão o direito de refúgio.

A delegada Alexsandra Reis afirma que os sírios não esclareceram ainda de que forma conseguiram os passaportes falsos nem porque fizeram rota tão extensa. A fuga partiu da Turquia, passando pelo Brasil e seguiria para a Europa. “Só vamos saber quando ouvi-los no pedido de refúgio”, conta a delegada. No requerimento, os estrangeiros devem detalhar formalmente os motivos do pedido e de que forma chegaram ao Brasil.

Rotina na paróquia
O padre Virgínio Asêncio Serpa, da Paróquia da Paz, conta que os sírios estão sendo mantidos pela comunidade por meio de doações. Um cômodo foi improvisado para que eles se acomodassem. O pároco comenta ainda que a comunicação é feita por meio de gestos e as refeições são realizadas com o padre e os demais funcionários da igreja.

O religioso diz ainda que não há previsão de quanto tempo os sírios devem permanecer na paróquia. “Enquanto não se resolver a situação jurídica com a Polícia Federal, a comunidade não empata. Pelo contrário. A comunidade é solidária”, declara.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pela visita, indique aos amigos.