sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Natureza e qualidade de vida: um convite para subir a serra


Maciço de Baturité, no Ceará, é um complexo formado por 13 municípios e mais de 1.100 metros de altura e muita beleza.


A vista do alto mostra o quanto de natureza o mundo possui e que a poucos quilômetros do centro agitado de uma cidade pode-se encontrar o que de melhor o meio ambiente tem a oferecer. Um passeio possível para um dia de domingo ensolarado ou nem tanto - dependendo da época.

O destino são as serras cearenses, localizadas na região chamada Maciço de Baturité, formada por 13 municípios de fácil acesso, clima que pode chegar a 17º, num roteiro que inclui cachoeiras, rios, trilhas, fontes de água mineral, muitas espécies da fauna e da flora, cenário ideal para o ecoturismo e diversas opções para os esportes de aventura.

A cidade do Maciço do Baturité mais próxima da capital cearense, Acarape, está a apenas 50 km de Fortaleza. A mais distante, Aratuba, a 122 km. Araçoiaba (72 km), Barreira (63 km), Baturité (84 km), Capistrano (87 km), Guaramiranga (101 km), Itapiúna (97 km), Mulungu (102 km), Ocara (96 km), Pacoti (118 km), Palmácia (63 km) e Redenção (52 km) completam o complexo das serras cearenses.



O ponto mais elevado é o Pico Alto, com 1.114 metros. Localizado no município de Guaramiranga, é um dos pontos mais altos do Ceará. A subida que leva ao Pico Alto é íngreme, o que não intimida as milhares de pessoas que visitam o lugar todos os anos.

O ideal é pegar um motorista que conheça a região e as surpresas que podem aparecer pelo caminho, como uma queda d´agua por onde o veículo tem que passar para chegar à bela visão de uma cachoeira.

O motorista que levou a reportagem pelo roteiro das serras, Josivan Ferreira Gomes, nasceu em Baturité, mas mora em Fortaleza há muitos anos. Portanto, conhece a região desde os tempos de menino. O complexo de serras, segundo conta, possui 360 curvas que exigem uma certa "perícia" do motorista.

No início da viagem é possível ver, em meio à mata, o Santuário de Santa Rita de Cássia e a escadaria que dá acesso à Serra da Redenção, utilizada por muitos fiéis para pagar promessas.

A primeira parada foi para uma visitação ao Mosteiro dos Jesuítas, criado em 1922 pelos jesuítas portugueses, inicialmente como uma escola apostólica para a formação de padres e irmãos e depois para servir aos meninos oriundos do interior do Ceará, de Pernambuco, do Maranhão e do Piauí.



A sua construção durou 14 anos, após os quais os jesuítas perceberam que talvez não fosse mais necessário completar o projeto inicial, já que muitos municípios da redondeza dispunham de suas próprias escolas municipais e estaduais. Em 1963 a casa foi destinada à residência dos jesuítas e desde 1973 é usada como meio de hospedagem e casa de retiros espirituais.

No alpendre, uma curiosidade: os 132 jarros dispostos em duas filas (uma em cima e outra embaixo) são regados em apenas 10 minutos. Basta abrir as duas torneiras que estão no início do corredor para que elas, pelo sistema de gotejamento, molhem os jarros da fila superior e, com a água que escoa de cima, regue os que estão embaixo. Além da beleza da construção e do colorido do jardim, todas as janelas do mosteiro possibilitam do lado de fora uma vista da natureza que encanta os visitantes.

Saindo do mosteiro segue-se até o parque das sete cachoeiras e chega-se a Remanso, onde um hotel/clube recebe visitantes que se arriscam na prática de esportes como o trekking, enquanto outros menos afoitos preferem a tranquilidade da pescaria.

O gerente do local, Astélio Barros, diz que o movimento sempre gira em torno dos 100%, já que além dos visitantes, conta com cerca de 5 mil sócios inscritos, dos quais metade é ativo e costuma ir ao local com frequencia. O hotel possui 45 anos e é um dos mais antigos da região.

Do total de visitantes, 80% são de Fortaleza, 10% de outros estados e o restante são estrangeiros, principalmente húngaros, tchecos e finlandeses, que preferem o período de abril a novembro. "Recebemos também muitos observadores de pássaros", afirma Artélio. Entre os meses de julho e agosto as serras recebem ainda mais turistas que procuram unir o frio ao cenário bucólico do lugar.

A administradora de empresas Maria José Moreira nasceu no Rio Grande do Norte, mas reside em Fortaleza há cerca de 25 anos. Sempre gosta de mostrar a região aos parentes e amigos que a visitam. "Acho uma paisagem diferente para nós que somos tão acostumados à praia. O que mais aprecio é a beleza natural, o verde e o clima", destaca.


Jazz em cima da serra

Guaramiranga ficou famosa por abrigar um dos mais famosos festivais de Blues e Jazz do Brasil. O festival foi criado no ano 2000 e de lá pra cá vem conquistando, a cada ano, um público que durante os quatro dias de Carnaval pode assistir as apresentações de grandes nomes desse estilo musical, do Brasil e do mundo.

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