segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Rua Aderaldo Ferreira de Araújo - História


Rua ADERALDO FERREIRA DE ARAÚJO – Situada no bairro  Triângulo. Inicia na avenida Plácido Castelo, nas proximidades do Clube Comercial, segue em direção oeste-leste até a rua Tenente Cravo. Denominada por força da lei Nº 733, de 22.03.1974, registrada no livro Nº 7 da Câmara Municipal de Quixadá, proposição do vereador Adauto Lino do Nascimento, sancionada pelo prefeito Aziz Okka Baquit.

ADERALDO FERREIRA DE ARAÚJO – Nasceu no Crato/CE, na antiga rua da Pedra Lavrada, no dia 24 de junho de 1878, filho de Joaquim Rufino de Araújo e Maria Olímpia de Araújo. Possuía 2 irmãos: Raimundo e Reginaldo.
A família chegou a Quixadá, entre o fim de 1878 e o início de 1879, para tentar melhor sorte, porque ainda sofria as conseqüências da seca de 1877, quando todo o Nordeste padeceu efeitos daquela grande estiagem
Raimundo, irmão de Aderaldo, morreu ainda criança e Reginaldo viajou para Amazonas, tentado pela febre da borracha, nunca mais voltou e sequer deu notícias. Seu pai, que era alfaiate, após dois anos em Quixadá, foi acometido de um “ataque de congestão” como era denominado um Acidente Vascular Cerebral, ficando impossibilitado de exercer a sua profissão de alfaiate, pois ficou mudo, surdo, quase sem locomoção.
Por isso, aos 5 anos de idade Aderaldo Ferreira de Araújo já era empregado do Sr. Miguel Clementino de Queiroz, ganhando dois vinténs por dia, dinheiro que ajudava na manutenção de seus pais. Sua mãe executava trabalhos domésticos para terceiros, em troca de alimentos e minguados réis.
No dia 10 de março de 1896 seu pai faleceu, depois de anos de padecimento, paralítico, surdo e mudo. Após 15 dias do falecimento de seu pai, Aderaldo perdeu a visão. Trabalhava alimentando a caldeira de lenha na fábrica do Sr. Daniel de Moura. Sentiu sede e foi beber água na casa fronteiriça ao portão da fábrica (Hoje a fábrica pertence ao Sr. Aziz Baquit). Ao ingerir o líquido sentiu um impacto na cabeça, seus olhos estouraram sob a pressão de uma grande hemorragia.
Cego, arrimo de família, impossibilitado de trabalhar, recebeu de uma vizinha o presente de um cavaquinho.  Mesmo sem saber manusear o instrumento, Aderaldo saiu pelo sertão e, como milagre, passou a tocar e fazer poesia, sem nunca antes ter feito sequer um verso. Recebia como pagamento de suas apresentações gêneros alimentícios, para sustento de sua mãe.
Quando Aderaldo já começava a se firmar como cantador e tocador de viola, sua mãe faleceu, num dia em que não tinha dinheiro para providenciar o seu enterro. Teve que cantar para ricos visitantes, a fim de conseguir recursos para sepultar sua mãe.
Apesar de cego e de limitados recursos financeiros, Aderaldo criou 26 crianças pobres. A todas deu amor, oportunidade de estudar e ensinou a arte de tocar, tanto que com  elas fez uma pequena orquestra, que se apresentava nas preliminares de suas cantorias. 
No dia 5 de agosto de 1967, numa iniciativa do poeta quixadaense Alberto Porfírio, foi erigida em Quixadá, nas proximidades da Rodoviária, a estátua de Aderaldo, inaugurada com a presença do Governador Virgílio Távora e do prefeito de Quixadá, Sr. Renato de Araújo Carneiro. Em 1998, o poeta, Miguel Peixoto, homenageou Cego Aderaldo pelos seus 120 anos, com festival de cantoria e lançamento de CD, com o apoio do Clube da Viola e da Prefeitura Municipal de Quixadá, através do Prefeito Francisco Martins de Mesquita.
Aderaldo morreu, em Fortaleza onde foi sepultado, no dias 29 de junho de 1967, com pouco mais de 89 anos de idade.





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