RUA EUDÁSIO BARROSO –
Centro. Com início na rua Francisco Enéas de Lima, seguindo em direção
leste oeste, passando pelo bairro Planalto Universitário, até a rua Argemiro
Vieira. Denominada através da Lei Nº 1.043, de 26.11.1981, registrada no livro
Nº 8 de Câmara Municipal, proposição do vereador Hemetério Bandeira de Melo,
sancionada pelo Prefeito Renato de Araújo Carneiro.
ANASTÁCIO EUDÁSIO BARROSO – Nasceu em Itapipoca, estado do Ceará, no
dia 27 de julho de 1921, filho de Hidelberto Barroso (Deputado Constituinte em 1947) e Maria Odete Barroso
Iniciou os estudos no Grupo Anastácio Braga,
em Itapipoca. Em Fortaleza concluiu o curso ginasial e cientifico no Liceu do
Ceará.
Em 1947, formou-se em medicina na Faculdade
do Brasil, no Rio de Janeiro. Especializou-se em tiso-pneumologia e,
posteriormente, em clínica cirúrgica. Com o nobre ideal de servir, decidido
desempenhar a profissão a que jurou dedicar-se com responsabilidade e
honestidade, chegou a Quixadá, em 1948.
A timidez natural de quem chega, por ser
desconhecido, sem saber a receptividade dos moradores da cidade, logo se
dissipou. Como ali chegava um espírito iluminado, que a sabedoria Divina mandou
para o cumprimento da importante missão de amparo e proteção aos pobres
desamparados, Eudásio Barroso foi recebido com o abraço acolhedor da cruz
salvadora, postada no monólito gigantesco existente no centro da cidade.
Aquele abraço representou uma mensagem de
afeto que toda Quixadá demonstrava ao benfeitor, que acabara de chegar. Através
daquela cruz, desceu a força misteriosa do Divino Espírito Santo, para guiar os
passos de Eudásio Barroso, figura humanitária, que escondia a sua capacidade
profissional e espírito caritativo, numa humildade que somente os mensageiros
da paz e do amor são capazes de possuir.
Homem simples, com extraordinário espírito
de doação, sem nada exigir em troca dos benefícios que prestava à comunidade
quixadaense, Dr. Eudásio conquistou a confiança, simpatia e o afeto de todas as
classes sociais da cidade.
A primeira demonstração de confiança
recebida em Quixadá foi dada pelo Prefeito Hermínio Dinelly, nomeando-o, em 26 de março de 1952, para exercer, em
caráter efetivo, o cargo de Médico do Serviço de Higiene Municipal.
Casou-se, em Fortaleza com Maria Dolores
Capelo Barroso. Do enlace matrimonial nasceram cinco filhos: Odúlia Capelo
Barroso, socióloga; Fernanda Capelo Barroso, médica; Dolores Capelo Barroso,
normalista; Maria Amélia Capelo Barroso, odontóloga e Anastácio Capelo Barroso,
advogado.
Foi eleito prefeito de Quixadá para o período
de 25.03.1955 a 25.03.1959. Três candidatos disputaram a sucessão de Hermínio
Dinelly na Prefeitura Municipal de Quixadá: José Forte Magalhães, Antonino
Fontenelle e Anastácio Eudásio Barroso.
Apesar da intensa e vibrante
campanha eleitoral, os comícios realizavam-se num verdadeiro clima democrático,
sem agressões pessoais, pois os candidatos levaram ao palanque, não apenas seus
projetos de Governo, mas também a convivência fraterna que unia os três. Afinal
eram cidadãos de conduta ilibada, de
grande conceito na sociedade quixadaense, cordatos e que jamais permitiram que
o nível da campanha se constituísse na baixaria de ataques pessoais.
A diplomação do novo chefe do Executivo
Municipal de Quixadá aconteceu em 28 de novembro de 1954. A cerimônia
realizou-se nas dependências do Cine Yara e foi presidida pelo Juiz eleitoral,
Dr. José Agostinho Filho.
A convite do Juiz, a mesa foi constituída
pelo engenheiro quixadaense, Dr. Paulo Segundo da Costa, pelo agrônomo Dr. Clóvis Meneses
Fontenelle e o industrial Francisco Sila Pinheiro. O promotor de Justiça, Dr.
José Maria de Oliveira, usou da palavra, parabenizando a todos que se
envolveram na campanha pelo espírito democrático revelado, desejando, ao
prefeito eleito, uma boa administração.
Em nome dos vereadores da nova câmara, falou o Sr. José Linhares da
Páscoa, prometendo total apoio ao Prefeito, a fim de que pudesse fazer um
governo de progresso para Quixadá.
Governou Quixadá com
serenidade, não se registrou, em sua administração, qualquer espécie de
perseguição política. Pôs em prática um programa de governo com destaque na
área da saúde, onde, pessoalmente, deu
assistência aos menos favorecidos, o que aliás já vinha fazendo há anos em
Quixadá, como médico humanitário que
era.
Queridíssimo pela sua
simplicidade como cidadão e pelos serviços prestados como médico, especialmente
aos mais carentes, mesmo não tendo sido um
prefeito dinâmico, jamais sofreu qualquer pressão por parte de seus
munícipes. Igual comportamento teve a Câmara Municipal, que aprovou as suas
contas sem qualquer restrição, julgando correta a aplicação dos limitados
recursos do município e ainda elogiando
a conduta ilibada do Dr. Eudásio, que se portou
com a honestidade que deve nortear um autêntico cidadão na administração
do dinheiro público.
Como representante de Quixadá, foi eleito
Deputado Estadual para o período de 25.03.1963 a 25.03.197l, correspondente a duas
legislaturas, com expressiva votação em nossa cidade, o que provou
o carinho que o quixadaense sempre dedicou ao querido médico. Nascido em
Itapipoca, conquistou o direito de ser quixadaense, num título outorgado pelo
coração de seus conterrâneos, em reconhecimento por tudo que fez por nossa
Quixadá.
Quando foi morar em Fortaleza, por
conveniência da família, principalmente pelo estudo dos filhos, Eudásio Barroso
levou de Quixadá apenas os seus instrumentos de trabalho e deixou, como
patrimônio, a modesta casa em que morava.
Mesmo residindo na
Capital cearense, foi respeitado, estimado e sempre lembrado pelos quixadaenses
até os seus últimos dias de vida. Tanto assim que, no seu falecimento
inesperado, ocorrido, em Fortaleza, nas últimas horas do dia 23 de julho de
1981, o então Prefeito Municipal, Sr.
Renato de Araújo Carneiro, através do Decreto n.º 07/81, de 24.7.1981,
decretou luto oficial em Quixadá, por três dias. No artigo 1.º do referido decreto
estabelecia: “Tendo em vista o lamentável acontecimento ocorrido, na noite de
ontem, em Fortaleza, Capital do Estado do Ceará, com o falecimento do médico,
Dr. Anastácio Eudásio Barroso, decreto luto oficial por três (3) dias.”
Cirurgião de competência inquestionável, só
via à sua frente o paciente que necessitava de seu trabalho profissional.
Centenas de cirurgias executou no
Hospital e Maternidade Jesus, Maria e José, onde o estimado médico prestou inestimáveis
serviços e acolheu, com dedicação, desvelo e amor mães pobres e pessoas de
todas as camadas sociais de Quixadá. Nessa prestação de serviço Eudásio Barroso
não visava interesse pecuniário, tanto assim que morreu sem deixar bens
materiais, mas permaneceu, entre nós, a sua figura amável, humilde, prestativa
e caridosa que ficará indelével na história de Quixadá.
Fonte: Livro Ruas que contam a história de Quixadá - João Eudes Costa
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada pela visita, indique aos amigos.