domingo, 16 de fevereiro de 2014

Nostálgico passeio ao Açude do Cedro...Uma verdadeira tristeza!


Hoje o dia amanheceu alegre, as nuvens bastante carregadas,pareciam que a qualquer momento iam se transformar em chuva, para alegria do sertanejo. Diante de clima tão agradável, nos aventuramos  a um passeio ao grandioso Açude do Cedro. Fomos devagar, apreciando a paisagem e desfrutando da suave brisa que soprava em nosso rosto.



Chegando ao arco que delimita a área do histórico patrimônio, foi com profundo pesar que constatamos não mais existir aquela densa alameda, com árvores centenárias, todas elas produzidas no horto florestal que  aqui existiu e que abastecia várias cidades da região. Mais de 50% das árvores estão mortas, destruídas pelo cupim, tornando-se hoje uma ameaça para os alunos que passam diariamente por ali, dirigindo-se para as universidades  localizadas naquele trecho. Galhos secos tombam frequentemente,  podendo ocasionar um acidente se alguém passar por ali na ocasião.

 Seria leviandade dizer que o problema é recente. Há muitos anos assistimos a degradação de nosso precioso cartão postal e seu entorno. O Cedro que foi o responsável por nosso desenvolvimento cultural, social e econômico, vai aos poucos sendo depredado pela ação do homem, pela omissão dos órgãos competentes, enquanto nós ficamos passivos, assistindo sua queda.
 Ao olharmos para os galpões, que serviram de almoxarifado no período da construção do Cedro, causa-nos vergonha o absurdo descaso a que os mesmos foram reduzidos. Pessoas de diversas localidades vem visitar o majestoso açude, esperando encontrar nele, o retrato do coração de uma cidade que se tornou um polo universitário e cultural e se deparam com uma situação vexatória  dessas. Mais ridículo ainda são as placas que colocam na frente, durante anos seguidos, dizendo que o local será restaurado e que já existe verba disponível para isso. A população deveria se unir para cobrar, a quem de direito, os cuidados necessários para com o Cedro, caso contrário, daqui a alguns anos, não restará mais nada.
 Tivemos o privilégio de encontrar com o quixadaense, residente em Belém -PA, Gilberto Freire de Lima e sua simpática família que veio matar a saudade e rever  essa beleza ímpar do nosso Cedro. Encontramos também o quixadaense Francisco José e família, sem contar com grupos estrangeiros que lá estavam.
Hoje  senti uma enorme sensação de impotência. Impotência por constatar que poucas pessoas conseguem avaliar a dimensão de tamanha destruição e o pouco caso que fazem os órgãos responsáveis. Por saber que daqui a pouco tempo começarão as ridículas promessas de políticos querendo se reeleger e a população vai esquecer tudo e trocar seu voto por qualquer coisa. Por saber que não existe nenhuma preocupação com a coletividade, cada um só pensa em pegar sua fatia do bolo. Mas ainda resta uma esperança... acreditamos que as coisas podem mudar...e que você é peça fundamental para que essa mudança se consolide.

Enquanto esperamos que o (im)possível aconteça, a majestosa galinha, lá do alto, olha a sofrida Quixadá, como a pedir a Deus que interceda pelas pessoas que detêm o poder, sensibilizando seus corações e iluminando suas mentes, para que não permitam  que tão bela obra da natureza seja destruída e que seus filhos descruzem os braços e lutem para que as leis e seus direitos sejam cumpridos, uma vez que diante de tanta destruição e abandono, ela, a pobre galinha, ficou estática em seu ninho, dele não podendo mais sair.

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