domingo, 23 de março de 2014

Patrono número 1 da Academia Brasileira de Letras não deixou um só livro escrito

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Apesar disso, "era sujeito de bom gosto nas letras".

“Para Adelino Fontoura, a Academia tem sido, sem dúvida, o seguro de vida literária.” Afirmação do mineiro Ivan Lins, em 1958, ao tomar posse da cadeira número 1 da Academia Brasileira de Letras, cujo patrono é Adelino. Tinha razão.

Adelino Fontoura é o único patrono de cadeira da ABL sem nenhum livro publicado em vida. Nascido em Axixá, Maranhão, faz apenas o curso primário. Abolicionista e republicano, torna-se ator, jornalista e poeta. Não tem tempo para deixar mais do que escritos em jornais: morre aos 25 anos, a 2 de maio de 1884.

Para João Ribeiro, era “um sujeito de bom gosto nas letras, mas ignorante e talvez presumido”. Já para Aluísio Azevedo, tinha “garras ferinas no estilo, mas penugens angélicas no coração”. Era romântico, como se vê pelo trecho de poema de tão ignorado imortal, retirado de sua obra reunida em livro em 1955:

Vejo, enfim, que és um peito desumano;
Se fui ‘té junto a ti de sonho em sonho,
Voltei de desengano em desengano.

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