terça-feira, 22 de abril de 2014

Fila de 11 navios aguarda para atracar no Porto do Pecém

Porto do Pecém


Com a expansão do comércio exterior, o Porto do Pecém precisa se ajustar com urgência

Foto: Kid Júnior
Atraso de quase dois anos no início das obras de expansão do terminal de múltiplo uso (Tmut) do Porto do Pecém já reflete negativamente no fluxo de cargas, gerando prejuízos à Cearáportos, aos armadores e às empresas importadoras de vários segmentos. Sem berços suficientes para atracação de navios, com retroárea limitada para transbordo e poucos armazéns disponíveis, 11 embarcações aguardam ao largo, em alto mar, algumas desde janeiro último , a liberação de um píer para acostar e descarregar.
Além dos problemas de falta de infraestrutura do Porto, acrescenta o advogado que atua na área do Direito Marítimo e Aduaneiro, Eugênio Aquino, equipamentos (guindastes e descarregadores) antigos, sem velocidade de descarga, estariam atrasando, ainda mais, o fluxo de retirada das cargas dos navios para o terminal. "Há empresas com prejuízos de até US$ 12 mil, por dia (cerca de R$ 26.600,00)", denuncia Aquino, segundo quem há navios fundeados desde janeiro, na costa do Pecém.
Faltam berços
Eugênio Aquino disse que vem recebendo, em seu escritório, reclamação de vários importadores que estariam sem poder retirar as cargas ou com elas atrasadas, por problemas no descarregamento dos navios. Ele reconhece que há investimentos dos governos estadual e federal na construção de novos píeres, na expansão do terminal, mas diz que "não adianta resolver os problemas de acostagem, se não resolverem a retroárea".
"Existe um delay (atraso) entre a velocidade de retirada das cargas dos navios e de transferência do porto para os locais de armazenagem das empresas", confirmou, o diretor de Infraestrutura e Desempenho Operacional da Cearáportos, empresa que administra o Porto do Pecém, Valdir Frota Sampaio. Segundo ele, dos 11 navios à espera de píer para atracação, quatro trazem equipamentos para a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) e dois destes estão à espera desde janeiro último, há três meses. Conforme confirmou, no total, são dois navios de gás natural, dois de combustíveis, dois de produtos siderúrgicos (aço e ferro), um de contêineres e quatro embarcações com peças para a CSP, que estão há vários dias à espera de um espaço para atracar. Para tanto, explica, o porto conta com apenas seis berços de atracação. "Hoje temos cinco navios atracados e mais dez à espera", revela.
Além da falta de berços suficientes, explica Valdir Sampaio, a área de armazenagem é pequena para suportar o aumento na movimentação de cargas, que teria saltado de 1,09 milhão de toneladas, no primeiro trimestre de 2013, para 1,86 milhão de toneladas, no acumulado dos três primeiros meses deste ano, anotando crescimento de 71%, em 2014.
Fonte: Diário do Nordeste

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pela visita, indique aos amigos.