Um aluno da Universidade Regional do Cariri, no
interior do Ceará, sofre ataques de racismo por meio de mensagens de março deste
ano, inclusive com ameaças de morte. “Seu desgraçado, se prepare que dessa vez
vai acontecer algo pior. Se prepare para morrer”, diz uma mensagem impressa
colocada na mochila do estudante.
Em uma pichação no banheiro da Urca há a
mensagem “desgraçado, burro”, seguido do nome do estudante que sofre as
mensagens racistas. A reitora da Urca, Otonite Cortez, diz que uma comissão
apura o caso e presta assessoria jurídica ao estudante, mas afirma que não há
provas de que os atos racistas sejam feitos por alunos da Urca.
“Uma das mensagens foi encontrada no caderno do
aluno quando ele estava em casa. Não se sabe a procedência. Logo que ficamos
sabemos do caso, criamos uma comissão, inclusive com estudantes, para apurar o
caso. Também disponibilizamos assessoria jurídica e todo apoio a ele”, explica a
reitora.
Ainda segundo a reitora, o estudante solicitou
segurança para ir às aulas, após as ameaças de morte. “Infelizmente a segurança
não é da nossa competência, mas disponibilizamos tudo o que está ao nosso
alcance, inclusive pedimos que ele fizesse um b.o. para que a polícia fizesse a
investigação, porque ele só pode prestar queixa nessa caso”, diz Otonite
Cortez.
Os estudantes da universidade realizaram um ato
de protesto contra as ameaças e ao preconceito sofrido pelo aluno desde março,
quando começaram os ataques. Em 28 de março, cerca de 50 alunos marcharam pelas
ruas de Juazeiro do Norte, cidade onde fica a sede da Urca, com cartazes de
mensagens antirracistas.
Em nota, a Urca emitiu uma nota repudiando os
crimes raciais. “Somente a ação educativa, de matriz emancipatória, terá o
condão de dissipar e, no limite, extinguir o preconceito e discriminação”, diz a
nota.
G1/CE
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