quarta-feira, 30 de julho de 2014

Por interferência do IPHAN, Academia Quixadaense de Letras fica sem sua sede.


Em 19 de julho de 2012 foi fundada a Academia de Letras do município de Quixadá, numa reunião ocorrida na casa do casal João Eudes Costa e Angela Borges. A ideia há muito sonhada era congregar os escritores do sertão central com o objetivo de incentivar a juventude a ler mais e a produzir também seus próprios trabalhos.
Conseguimos com a Transnordestina o antigo prédio da Estação Ferroviária de Quixadá, em deplorável estado (Foto acima), mas nos unimos com o intuito de tornar o local habitável para nossas reuniões e para a instalação de uma biblioteca com vasta programação cultural, inclusive levando as escolas para participar com seus alunos. Tudo caminhava bem até o IPHAN lembar-se que era o responsável pela preservação do prédio. Engraçado que essa lembrança só ocorreu quando nós já tínhamos feito os devidos reparos, com  recursos próprios e sem modificar a estrutura externa do prédio.


Eis o resultado de todo nosso empenho para não deixar ruir um prédio histórico e tão amado pelos quixadaenses. Enfrentamos enormes dificuldades, fomos várias vezes ao IPHAN na tentativa de resolver o impasse, mas nada conseguimos. Eles nos prometeram ajudar na reforma e ficaram com os dois galpões que estão com as portas brancas para fazerem lá seu escritório, ficando o espaço pequeno para  fazermos um auditório para nossas reuniões e uma ampla biblioteca, já que temos um grande acervo para expor ao público. Diante da recusa do referido órgão em nos autorizar a remover apenas uma parede interna para que pudéssemos dar andamento aos nossos projetos, no dia 26 de julho de 2014 foi realizada uma assembléia geral e posta em votação a devolução do prédio à Transnordestina , de quem recebemos. Foi votada e aprovada a devolução do prédio, uma vez que todos nós já estamos cansados de ficar de braços cruzados esperando por uma promessa que já se arrasta há quase 2 anos. 
O IPHAN ao ser procurado pelo jornal Diário do Nordeste, disse que não tínhamos apresentado nenhum projeto de reforma e que nosso acordo era apenas verbal. Lamento desfazer esse equívoco, mas o projeto existe sim. Foi entregue à Transnordestina, bem como foi dela que recebemos um contrato assinado por um ano, para ocupação , prorrogável por mais 20 anos. Até então nem  sabíamos que existia esse órgão, o IPHAN,  pelo menos em nossa cidade, pois os prédios e patrimônios históricos que deveriam ser preservados por eles estão abandonados, como é o caso do Açude do Cedro.
Ficamos sem a sede, mas isso não significa dizer que a Academia vai  deixar de existir. Muito pelo contrário. Vamos mostrar que nosso compromisso é com Quixadá, sua cultura, sua gente. Só esperamos que o IPHAN cumpra seu papel, preserve o que nós consertamos e não deixe tombar como está acontecendo com o galpão do almoxarifado da estação, que se encontra no mais completo abandono.
Nós já começamos a colher os frutos do trabalho plantado pela Academia. Hoje,  o jovem Gabriel Damasceno apresentou à comunidade estudantil do IFCE seu primeiro livro de uma trilogia intitulado Nita Kairu e outros já se preparam para publicar seus trabalhos. Isso é muito mais gratificante que um prédio que está marcado para ruir, se as pessoas responsáveis não tomarem as devidas providências.
Nossos sinceros agradecimentos a equipe da TRANSNORDESTINA, em especial a Dra. Marilia Dalva e Dra. Cassia, que muito se empenharam para que nosso projeto desse certo e nos deram todo apoio quando delas precisamos.Encontramos nessa empresa pessoas amigas, e com certeza terão sempre nossa gratidão.

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