Nos primeiros anos da década de 60 uma inusitada crise se instalou nas altas esferas das Forças Armadas brasileiras.
Juscelino
Kubitschek era o presidente da república e os protagonistas dessa
incrível trapalhada (num arroubo de "ciumeira"?) , as nossas MARINHA e AERONÁUTICA.
Talvez por falta de inimigos externos com que
se preocupar, elas resolveram iniciar uma "escaramuça" entre si (que
acabou extravasando os gabinetes e estava levando a um grave impasse
institucional).
E tudo por causa de uma "belonave"! O
"MINAS GERAIS". Vamos aos
fatos:
Em dezembro de 1956 Juscelino resolveu
fazer um agrado às duas forças, que não "simpatizavam" muito com ele e viviam
pedindo a aquisição de um NAVIO
PORTA-AVIÕES.
Comprou, então, da Inglaterra um
Navio Aeródromo Ligeiro de segunda mão
(que havia participado da 2ª Guerra Mundial) denominado "HMS Vengeance",
rebatizado para "Minas Gerais". Sete meses depois (1957) nosso gigante saiu daquele país rumo a
um estaleiro na Holanda, onde passaria por um grande processo
de modernização.
EI-LO SENDO
MODERNIZADO
Em 17 da
janeiro de 1961, terminada a transformação (e já devidamente
incorporado à Armada Brasileira) deixou o estaleiro com destino ao Rio de
Janeiro, onde chegou nos primeiros dias de fevereiro.
CHEGADA TRIUNFAL!
Pronto! Estava apto a defender nosso extenso
litoral. Mas, antes que aqui
chegasse, era preciso estar resolvida uma "pendenga" que já vinha se
arrastando desde um ano antes e que agora assumia proporções inquietantes,
afetando a tão necessária harmonia entre os militares:
Tanto a Marinha como a Aeronáutica
mostravam-se irredutíveis na intenção de ter para si o COMANDO DA TRIPULAÇÃO DOS AVIÕES
EMBARCADOS.
Como não chegavam a um acordo e com o ambiente
se deteriorando cada vez mais, o "comandante supremo das Forças Armadas"
teve se intervir. E Juscelino resolveu empurrar o problema para frente:
durante um ano os aviões seriam tripulados por aviadores da FAB, que estariam subordinados ao comando da Marinha!
Contava ele com o fator tempo para
acalmar os ânimos acirrados (e, certamente, porque essa "bomba" estouraria nas
mãos de Jânio Quadros, o presidente eleito que logo tomaria posse).
Essa decisão "salomônica" perdurou até 1965, já
no governo militar, quando o presidente Castelo Branco (através de decreto)
garantiu à Aeronáutica o comando de aeronaves embarcadas e de
suas tripulações, proibindo a Marinha de ter aviões
militares sob seu controle.
Notas:
1) Em 2001 o "Minas Gerais" deixou o serviço
ativo. No ano seguinte foi vendido em leilão (como sucata) a um estaleiro
chinês. Acabou sendo desmanchado na Índia.
2) Na época, essa surreal situação levou o
eterno "gozador" JUCA CHAVES a gravar
uma musiquinha.
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