sexta-feira, 24 de abril de 2015

Maconha pode trazer memórias de coisas que nunca aconteceram

Se a ciência já havia revelado que o consumo de maconha pode limitar a retenção de informações pelo cérebro humano, o que não se sabia até agora é que o uso crônico da droga também facilita a distorção – e até a invenção – de memórias.
Um novo estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Autônoma de Barcelona e publicado no jornal norte-americano Molecular Psychiatry mostra que os usuários da substância têm mais chances de "falsear" lembranças do que aqueles que não a consomem.
Em alguns casos, o cérebro pode se lembrar de coisas que nunca aconteceram.
Não se trata, porém, de loucura ou alucinação. Segundo o artigo, todos nós distorcemos nossas memórias em algum nível.
Um exemplo disso é quando acreditamos nos lembrar com precisão de momentos em nossa infância apenas porque alguém os narrou repetidamente para nós.
No entanto, consumidores crônicos de maconha são mais vulneráveis a estes “erros” de memória. Isso acontece porque a maconha diminui a atividade de uma estrutura cerebral chamada hipocampo, que armazena lembranças e nos permite diferenciar fatos reais de imaginários.
O que preocupa os cientistas é que o uso frequente da droga pode comprometer por meses a capacidade do consumidor de distinguir o "verídico do ilusório".
Para os estudiosos, a questão é mais do que um problema de saúde pública. Em um exemplo mais extremo, a distorção de memórias poderia colocar em cheque a validade de um testemunho e a legitimidade de um julgamento.
ExperimentoA descoberta foi realizada por meio de um teste curioso com dois grupos de controle: um de não usuários e o outro de usuários que não utilizavam a substância há semanas.
Cada grupo recebeu uma lista com uma série de palavras, com a orientação de tentar memorizá-las.
Alguns minutos depois, receberam a mesma lista, mas com alguns termos adicionais, sendo alguns deles relacionados semanticamente aos anteriores.
Em seguida, os participantes foram convidados a identificar que palavras pertenciam à lista original.
Como resultado, o grupo de consumidores da droga afirmou ter visto na primeira lista palavras que só constavam na segunda.
Maconha: segundo estudo, usuários da substância têm mais chances de "falsear" lembranças do que aqueles que não a consomem © thinkstock Maconha: segundo estudo, usuários da substância têm mais chances de "falsear" lembranças do que aqueles que não a consomem
Usando imagens de ressonância magnética, os pesquisadores observaram nos usuários uma menor ativação em áreas do cérebro relacionadas com a memória e com o controle cognitivo.
Para aqueles que consumiam a droga com maior frequência, a vulnerabilidade do cérebro a "falsas memórias" se mostrou maior.
Fonte:http://www.msn.com/pt-br/noticias/ciencia-e-tecnologia/maconha-pode-trazer-mem%c3%b3rias-de-coisas-que-nunca-aconteceram/ar-AAby6nd?ocid=LENDHP

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