quarta-feira, 31 de julho de 2013

Expressões curiosas usadas na língua portuguesa


> JURAR DE PÉS JUNTOS:
> Mãe, eu juro de pés juntos que não fui eu. A expressão surgiu através
> das torturas executadas pela Santa Inquisição, nas quais o acusado de
> heresias tinha as mãos e os pés amarrados (juntos) e era torturado pra
> dizer nada além da verdade. Até hoje o termo é usado pra expressar a
> veracidade de algo que uma pessoa diz.
>
> TIRAR O CAVALO DA CHUVA:
> Pode ir tirando seu cavalinho da chuva porque não vou deixar você sair
> hoje! No século XIX, quando uma visita iria ser breve, ela deixava o
> cavalo ao relento em frente à casa do anfitrião e se fosse demorar,
> colocava o cavalo nos fundos da casa, em um lugar protegido da chuva e
> do sol. Contudo, o convidado só poderia pôr o animal protegido da
> chuva se o anfitrião percebesse que a visita estava boa e dissesse:
> "pode tirar o cavalo da chuva". Depois disso, a expressão passou a
> significar a desistência de alguma coisa.
>
> DAR COM OS BURROS N'ÁGUA:
> A expressão surgiu no período do Brasil colonial, onde tropeiros que
> escoavam a produção de ouro, cacau e café, precisavam ir da região Sul
> à Sudeste sobre burros e mulas. O fato era que muitas vezes esses
> burros, devido à falta de estradas adequadas, passavam por caminhos
> muito difíceis e regiões alagadas, onde os burros morriam afogados.
> Daí em diante o termo passou a ser usado pra se referir a alguém que
> faz um grande esforço pra conseguir algum feito e não consegue ter
> sucesso naquilo.
>
> GUARDAR A SETE CHAVES:
> No século XIII, os reis de Portugal adotavam um sistema de
> arquivamento de joias e documentos importantes da corte através de um
> baú que possuía quatro fechaduras, sendo que cada chave era
> distribuída a um alto funcionário do reino. Portanto eram apenas
> quatro chaves. O número sete passou a ser utilizado devido ao valor
> místico atribuído a ele, desde a época das religiões primitivas. A
> partir daí começou-se a utilizar o termo "guardar a sete chaves" pra
> designar algo muito bem guardado...
>
> OK:
> A expressão inglesa "OK" (okay), que é mundialmente conhecida pra
> significar algo que está tudo bem, teve sua origem na Guerra da
> Secessão, no EUA. Durante a guerra, quando os soldados voltavam para
> as bases sem nenhuma morte entre a tropa, escreviam numa placa "0
> killed" (nenhum morto), expressando sua grande satisfação, daí surgiu
> o termo "OK".
>
> ONDE JUDAS PERDEU AS BOTAS:
> Existe uma história não comprovada, de que após trair Jesus, Judas
> enforcou-se em uma árvore sem nada nos pés, já que havia posto o
> dinheiro que ganhou por entregar Jesus dentro de suas botas. Quando os
> soldados viram que Judas estava sem as botas, saíram em busca delas e
> do dinheiro da traição. Nunca ninguém ficou sabendo se acharam as
> botas de Judas. A partir daí surgiu à expressão, usada pra designar um
> lugar distante, desconhecido e inacessível.
>
> PENSANDO NA MORTE DA BEZERRA:
> A história mais aceitável para explicar a origem do termo é
> proveniente das tradições hebraicas, onde os bezerros eram
> sacrificados para Deus como forma de redenção de pecados. Um filho do
> rei Absalão tinha grande apego a uma bezerra que foi sacrificada.
> Assim, após o animal morrer, ele ficou se lamentando e pensando na
> morte da bezerra. Após alguns meses o garoto morreu.
>
> PARA INGLÊS VER:
> A expressão surgiu por volta de 1830, quando a Inglaterra exigiu que o
> Brasil aprovasse leis que impedissem o tráfico de escravos. No
> entanto, todos sabiam que essas leis não seriam cumpridas, assim,
> essas leis eram criadas apenas "pra inglês ver". Daí surgiu o termo.
>
> RASGAR SEDA:
> A expressão que é utilizada quando alguém elogia grandemente outra
> pessoa, surgiu através da peça de teatro do teatrólogo Luís Carlos
> Martins Pena. Na peça, um vendedor de tecidos usa o pretexto de sua
> profissão pra cortejar uma moça e começa a elogiar exageradamente sua
> beleza, até que a moça percebe a intenção do rapaz e diz: "Não rasgue
> a seda, que se esfiapa".
>
> O PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER VER:
> Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent
> de Paul D`Argent fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de
> nome Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos pra Angel, que
> assim que passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via.
> Disse que o mundo que ele imaginava era muito melhor. Pediu ao
> cirurgião que arrancasse seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de
> Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou pra história como o
> cego que não quis ver.
>
> ANDA À TOA:
> Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está
> à toa é o que não tem leme nem rumo, indo pra onde o navio que o
> reboca determinar.
>
> QUEM NÃO TEM CÃO, CAÇA COM GATO:
> Na verdade, a expressão, com o passar dos anos, se adulterou.
> Inicialmente se dizia quem não tem cão caça como gato, ou seja, se
> esgueirando, astutamente, traiçoeiramente, como fazem os gatos.
>
>
> VAI TOMAR BANHO:
> Em "Casa Grande & Senzala", Gilberto Freyre analisa os hábitos de
> higiene dos índios versus os do colonizador português. Depois das
> Cruzadas, como corolário dos contatos comerciais, o europeu se
> contagiou de sífilis e de outras doenças transmissíveis e desenvolveu
> medo ao banho e horror à nudez, o que muito agradou à Igreja. Ora, o
> índio não conhecia a sífilis e se lavava da cabeça aos pés nos banhos
> de rio, além de usar folhas de árvore pra limpar os bebês e lavar no
> rio as redes nas quais dormiam. Ora, o cheiro exalado pelo corpo dos
> portugueses, abafado em roupas que não eram trocadas com frequência e
> raramente lavadas, aliado à falta de banho, causava repugnância aos
> índios. Então os índios, quando estavam fartos de receber ordens dos
> portugueses, mandavam que fossem "tomar banho".
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