quarta-feira, 24 de julho de 2013

O Anjo Amigo - João Eudes Costa


O ANJO AMIGO

João Eudes Costa

Num mundo crivado pela maldade, inveja, mentira e pela violência, ficamos extasiados às manifestações de bondade, sinceridade, lealdade e afeição. Paramos diante do sorriso que acolhe, do abraço que incentiva, do beijo afetuoso, da palavra que nos convida a uma convivência amiga e nos garante um aconchego de paz.

Por isso, ficamos felizes na presença de Ronaldo Rodrigues Barbosa, o RONINHO, que, com os seus 40 anos continua aquela criança alegre, cativante, sorridente que nos vê, com os olhos da inocência e nos trata com a bondade de um anjo. Para ele, todos, somos iguais. Não há diferença de idade, nem de cor. Desconhece as normas que ditam e impõem as divisões das classes sociais.
Para patentear esta sublime igualdade, ignora nomes e trata todos por “amigo”. Seus olhos brilham de alegria ao encontrar alguém para externar o seu afeto. Oferta o seu sorriso como se nos entregasse a chave que abre o seu coração. Suas mãos tocam à nossa sensibilidade, transmitindo uma misteriosa energia de força e confiança.
RONINHO desconhece o medo porque acredita na proteção da harmonia, da confiança e do amor. Ao som de sua viola de plástico, com cordas sem qualquer afinação, canta, alegremente, canções por ele mesmo criadas ao som de uma única melodia. Entende que qualquer nota musical é capaz de expressar o sentimento de afeição desde que seja emitida por um coração puro, sem maldade, santuário onde nos curvamos, com humildade, para buscar a paz.
Suas canções, sempre no mesmo compasso e com acordes repetidos não nos aborrecem. Pelo contrário, acompanhamos embevecidos com enorme vontade de abraçar o singelo compositor, mensageiro da compreensão e da concórdia.
Aquilo que a ciência, na sua insensatez e indiferença, considera deficiente, há os que vêem em criatura como RONINHO verdadeira encarnação da bondade, uma jóia burilada com o mais valioso quilate da criação Divina.
Para a vaidade dos homens o que interessa é o intelecto perfeito, um indivíduo de inteligência privilegiada, não importando a sua capacidade de servir e praticar o bem. Chamar de deficiente uma criatura amável, alegre, capaz de levantar os que estão caídos, feridos pela dor. Fazer restrições aos que, sorrindo, enxugam as lágrimas e fazem calar os que choram, revela o estado de um mundo, que agoniza envolvido no manto negro do ódio, da maldade e do desamor.
Há, pois, razões para o casal MAURO e ROSELIA adorarem e se orgulhar da figura querida de RONINHO. Quem não quer ser pai ou mãe de um filho que nunca perdeu a pureza de uma criança? De um filho que é símbolo do amor, que induz confiança e faz renascer a esperança num mundo de harmonia e paz e se Deus colocou RONINHO naquele lar é porque confiou na generosidade ali existente, na capacidade de renunciar e na grande compreensão do casal.
Se Deus permitiu que RONINHO fosse a eterna criança é porque sabe que o mundo, mais do que nunca, está precisando da presença de anjos. Quer lembrar aos homens, envoltos na ambição dos bens materiais, que na simplicidade de sua criação está o segredo da verdadeira paz, da felicidade plena e da grandeza do tesouro espiritual.

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